sábado, 28 de fevereiro de 2015

Parque Natural de Porto Velho reabre com novos atrativos; conheça

Fonte: Portal Amazônia 26/02/2015

Circuito de arvorismo promete ser a grande atração da reabertura da visitação pública programada para o dia 28 de março
Parque Natural passou por revitalização por quase dois anos. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
PORTO VELHO – Playground, academia, área de piquenique, trilhas e o tão aguardado circuito de arvorismo serão os atrativos do Parque Natural de Porto Velho. O espaço esteve fechado para visitação pública por quase dois anos, passou por revitalização e será reaberto no próximo sábado (28). O Portal Amazônia conferiu todos detalhes, confira:
O titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema), Edjales Benício, explica que o novo Playground do parque é composto por três casas de Tarzan, duas gangorras, uma ponte de madeira. "Na verdade é uma praça do parque’’, disse.
Playground com casas de Tarzan, gangorras e grama sintética .Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
No chão, grama sintética, motivo de críticas, mas o secretário explica a escolha. ‘‘Foi em função da durabilidade, do baixo custo de manutenção. Ele é mais resistente e só é usada na parte do parque chamada zona de uso intensivo’’, conta.
Academia ao ar livre é novidade no Parque Natural.Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
O parque agora terá um local apropriado para a prática de exercícios físicos. ‘‘Outra estrutura que a gente vai oferecer é uma academia ao ar livre em parceria com a Semes (Secretaria Municipal de Esporte e Lazer) que ofereceu os equipamentos e a gente instalou’’, detalhou.
Circuito de arvorismo tem mais de 300 metros de percurso com tirolesa. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
A quadra de vôlei e a antiga área de lazer também passaram por reformas, mas a grande atração para a reabertura é mesmo o circuito de arvorismo. O secretário enfatiza que o público reclamava das poucas opções de lazer no Estado e no parque serão oferecidas de forma gratuita. ‘‘O circuito é de mais de 300 metros com alto grau de dificuldade. São 18 plataformas, duas no solo e 16 suspensas e uma queda de tirolesa de cerca de 90 metros’’, explica Benício.
A aventura que será realizada com segurança. ‘‘Teremos uma empresa especializada, que é a Amazônia Adventure, que vai fazer a gestão do circuito de arvorismo. Todos com EPI [Equipamento de Proteção Individual] e técnicos acompanhando’’, enfatiza. O circuito passa pelos últimos ajustes. ‘‘Falta a instalação do cabo vida e de alguns reparos para até do dia 28 está operando normalmente’’, disse Benício.
Acessibilidade

O parque também passou a ter acessibilidade. ‘‘Todos os prédios do parque estão conectados através de uma passarela com pisos ecológicos e piso tátil. Então os cadeirantes e deficientes visuais poderão andar tranquilamente na área de uso intensivo’’, afirma o secretário.
Prédio da sede administrativa do Parque Natural.Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
Outros projetos realizados no parque é o museu e a sede administrativa. Os prédios estão prontos, já a utilização dos espaços é aguardada para acontecer ainda neste semestre. ‘‘O prédio da nova sede administrativa do parque e o prédio do museu do acervo biológico, a gente está aguardando a conclusão das compensações ambientais que envolve a climatização e os móveis planejados’’, afirma.
Museu de acervo biológico.Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
A educação ambiental também foi lembrada. ‘‘A gente vai oferecer também oficinas e trabalhos de capacitação dos nossos profissionais e da sociedade como um todo através da Universidade Livre do Meio Ambiente (UMA)’’, explica. Os locais para essas atividades já estão definidos, mas a revitalização ainda não começou.
Investimentos
O diretor de proteção e conservação da Sema, Paulo Regis Aguiar, explica que a reforma totalizou R$ 2,180 milhões. ‘‘A verba foi usada nas estruturas de acessibilidade, projetos, aquisição, georreferenciamento, a instalação de tirolesa, reforma do viveiro, aquisição de veículos, equipamentos’’, afirma Aguiar.
O secretário explica que os recursos são provenientes de compensações ambientais, convenção de multa e recursos do Fundo Municipal de meio ambiente. ‘‘O nosso objetivo é que o Parque Natural seja uma Unidade de Conservação referência na Amazônia, e porque não do País’’, afirma o secretário.
Confira a videorreportagem: 


E novos projetos já estão em planejamento. ‘Vamos construir duas torres com teleférico que vai cruzar o parque todo. A trilha menor a gente vamos colocar uma passarela para dar acesso aos cadeirantes.m Além dos projetos do borboletário, orquidário, serpentário e mais dois museus. A ideia, inclusive, é que depois o parque vire uma PPP (Parceria Público-Privado) para receber esses novos investimentos’’, destaca Edjales.
 Borboletário é um dos projetos futuros do Parque Natural. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
A expectativa é se o público aprovará as mudanças. ‘‘O parque, antes de ser fechado para visitação pública, chegou a registrar mais de 700 pessoas em um fim de semana. Com essas novas atrações, a ideia é que triplique a visita e aí a gente já está se preparando para isso desde o atendimento com a  capacitação dos nossos servidores’’, aponta.
E acrescenta: ‘‘O parque já era, mas vai ficar mais fortalecido como referência para a família portovelhenses para que possam trazer seus filhos e desfrutarem de um ecossistema amazônico’’, disse. 
Preservação
O Parque Natural de Porto Velho tem cerca de 390 hectares e foi criado oficialmente em 1989. Proteger esse pedaço rico de biodiversidade amazônica não é uma tarefa fácil. ‘‘Ele sofre uma pressão muito forte por estar muito próximo do perímetro urbano. Se você pega o parque em todo o seu entorno ele está sofrendo uma forte pressão’’, explica o secretário Benício.
O Parque Natural  de Porto Velho foi criado em 1989 e fica na zona Norte.Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
Pressão de pessoas de olho nos recursos naturais da área. ‘‘É um lugar muito rico em sua biodiversidade para se ter uma ideia, o Igarapé de Belmont que atravessa o parque já foi catalogado com mais de 100 espécies na sua ictiofauna. O que nos leva a crer que o igarapé do Belmont é um dos berçários do rio Madeira. Então ele tem uma flora, uma fauna muita diversificada que deve de fato ser considerado um santuário nosso aqui de Porto Velho, portanto preservado’’, considera Edjales.
A Sema se mobiliza para assegurar a integridade do espaço. ‘‘O parque já está todo georreferenciado com os marcos novos instalados e também com as placas de identificação e sinalização dos limites do parque’’, afirma o secretário. 
Igarapé de Belmont atravessa o Parque Natural. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia.com
Na reabertura do espaço será dado um importante salto para garantir a preservação da área. ‘‘A gente recebe no dia 28 o título definitivo da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Uma das metas para um parque ser implementado é fazer a sua regularização fundiária e o Parque de Porto Velho acredito que seja uma das poucas Unidades de Conservação (UCs) dentro de Rondônia que é totalmente regularizada’’, destaca o secretário.
O parque é a única Unidade de Conservação (UC) sobre a responsabilidade do município de Porto Velho, mas isso deve mudar. ‘‘Por enquanto ela é a única Unidade de Conservação sobre a gestão do município de Porto Velho. É um Parque Natural portanto é uma unidade de proteção integral. É cadastrado no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) desde 2011, mas a Prefeitura de Porto Velho tem o plano de criação de novas UCs ainda este ano, provavelmente mais quatro serão criadas’’, conta.
Parque possui diversidade de flora e fauna. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
O secretário explica quais atividades podem ser desenvolvidas no parque. ‘‘O Parque Natural tem como objetivo, primeiramente, preservar ele na sua totalidade não pode ser mexido. Então as atividades que podem ser exercidas são de pesquisa cientifica, educação ambiental; ecoturismo e lazer’’, disse o secretário.
Trilhas
A riqueza e curiosidades da flora e fauna encontradas no Parque Natural podem ser conferidas através das trilhas. ‘‘São três trilhas que o parque tem. Uma é de 700 metros o percurso. Essa a gente utiliza mais com as crianças para fazer inclusive um trabalho de educação ambiental. Temos uma trilha um pouco mais de 2,4 metros que ela é para adultos e tem uma maior que no seu percurso de ida e vinda totaliza 5 km, essa a gente só vai permitir para trabalhos de pesquisa científica’’, conta o secretário.
Parque Natural possui três trilhas. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
A equipe do Amazon Sat e Portal Amazônia se aventurou por uma das trilhas. O secretário de meio ambiente, o diretor de proteção e conservação da Sema e um dos funcionários mais antigos do parque Francisco Evaldo Magalhães, mas conhecido como 'Dinho' também participaram da aventura. Dinho conhece bem a flora e fauna do local. Ele trabalha no espaço antes mesmo da área virar parque.
Dinho mostra o que o público pode encontrar ao fazer trilha no parque. Foto: Vanessa Moura/Porto Velho
‘‘Podemos encontrar vários tipos de madeira de lenha como o Roxinho, a Faveira Ferro; o Cumaru; a Sucupira; a Castanheira. Temos algumas nascentes, o igarapé. Aqui dentro encontramos alguns animais também como no caso o Catitu, Veado, Macaco-Prego e diversos outros tipos de macacos’’, conta Dinho.
A menor trilha do parque tem 700 metros. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
A cada passo, uma nova descoberta. ‘‘Aqui podemos encontrar também na trilha o pajurá. Ele é um pouco travoso, mas ele é gostoso. Ele é tanto comestível para a gente quanto para a Paca, Cutia, Macaco’’. Dinho experimenta tudo, até mesmo a larva de castanha do Babaçu. ‘‘É uma larvazinha conhecida como gongo e tem o mesmo gosto da castanha. É rico em proteína’’, diz. Nem mesmo o secretário resistiu ao lanche exótico no meio da floresta.
 Dinho experimenta o gongo, larva da castanha do babaçu.Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
Mais à frente, Dinho encontrou um fruto nativo, o bacuri, de gosto adocicado. Outro fruto encontrado ao longo da trilha foi a abacatarana. ‘‘Ela tem o cheiro do abacate e dentro tem uma castanha que a Cutia come’’, explica. Em meio da trilha, Dinho também encontra uma espécie de árvore, a qual tem uma importância peculiar para indígenas. ‘‘O Tauari Corribó tem uma fibra muito resistente utilizada pelos índios para fazer cordas’’, conta.
Outro fruto nativo encontrado na trilha é o bacuri. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
A diversidade de flora encontrada ao longo da trilha será recatalogada. ‘‘A Sema em parceria com a Faro [Faculdade de Rondônia] está fazendo a identificação botânica das trilhas’’, conta o secretário. No final da caminhada pela diversidade amazônica do parque encontramos o viveiro.
Irrigação aérea do viveiro é novidade no parque. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
Viveiro
O viveiro é rico em espécies nativas florestais e para ornamentação. ‘‘Estamos trabalhando com três linhas de produção para recuperação de área degradada, para paisagismo e outra para arborização urbana’’, disse o secretário. O local passou por mudanças ao longo dos últimos anos. ‘‘A capacidade era de 40 mil mudas, era o que já tinha para produzir no viveiro. Hoje, o viveiro já se encontra com a capacidade de ser colocada 400 mil mudas’’, afirma.
Viveiro tem capacidade para 400 mil mudas.Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
A inclusão de três caixas d´água e o sistema de irrigação aéreo foram recentes conquistas no local. Dinho cita a variedade de espécies encontradas. ‘‘Tem o Mogno, Ipê branco, roxo e amarelo; Cerejeira; Andiroba; Copaíba; Acácia; Sibipiruna’’. Mudas que podem ser adquiridas pelos visitantes. Basta preencher um formulário com dados pessoais e comprovante de residência. Uma pessoa pode adquirir até 15 mudas e levar um pedacinho da biodiversidade do parque para casa.
Serviço:  O Parque Natural de Porto Velho está localizado na zona Norte da cidade, no final da Avenida rio Madeira, a cerca de 15km do Centro. A visitação ao parque será das terças-feiras aos domingos, das 9h às 17h.

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