sábado, 22 de janeiro de 2011

Entrevista de Tânia Bacelar, no blog Brasilianas.org

Contribuição da Amiga Rosângela Costa do Banco da Amazônia. 
Seria interessante se existissem pessoas enganjadas pelo desenvolvimento  da Amazônia, que alcançassem o respeito e admiração e pudessem participar e influir nas ações para melhoria de nossa região como a Tânia Bacelar faz pelo nordeste.

Fonte: Brasilianas.org 12/01/2011
Por Lilian Milena
Ela nos convida a rediscutir o valor da diversidade brasileira e prosseguir na desconstrução da lógica dos investimentos centralizados no Sul e Sudeste, com o foco na ideia de nação, onde todos devem contribuir para reequilibrar as forças territoriais. Defende também a proposta de um país policentrico, e conhece os desafios e ações que podem solucionar o problema da miséria no semi-árido nordestino, afinal de contas, foram 30 anos trabalhando na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – Sudene.

Tânia Bacelar de Araújo é hoje professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A socióloga e doutora em economia falou ao Brasilianas.org sobre a sua experiência no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, criado para assessorar as decisões da Presidência da República, e formado por 13 ministérios e 90 representantes da sociedade civil. 
Dentre os avanços do Conselhão está a criação de comissões para discutir diferentes temas, “assim se inscrevia na comissão quem achava que tinha alguma contribuição”, conta. A seu ver, a nova organização resultou em trabalhos mais concretos. Foram formados grupos para discutir a reforma tributária, de acompanhamento das obras do PAC e, no auge da crise, um para analisar e sugerir medidas anticíclicas ao governo. 

Alguns, lembra Tânia, não foram bem sucedidos, como o grupo da redução da jornada de trabalho. “Quando tem divergências [de opinião, a discussão] para, não anda. E a jornada de trabalho foi uma que não andou nem um pouquinho”, completa. Por isso, o conselho optou por priorizar temas onde a maioria dos representantes convergia seus interesses, com o objetivo de acelerar a tomada de decisões políticas.

Tânia também falou do papel da União na inclusão econômica do semi-árido, e considera as ações do governo muito tímidas para mudar de uma vez por todas a miséria histórica no local. As bases produtivas dessa região devem conviver com realidade do seu ecossistema, assim a professora sugere investimentos na criação de animais resistentes à seca, como caprinos, no lugar de bovinos - a Embrapa teria papel fundamental para ensinar as técnicas de criação dessas espécies.

A professora destaca que regiões nos estados do Ceará e Piauí tentam superar o atraso econômico com a produção bem sucedida de castanha e mel. E enfatiza que falta no Nordeste um grande debate sobre os impactos da transposição do rio São Francisco: “Qual é o espaço do pequeno produtor, do agricultor familiar, no projeto de desenvolvimento agropecuário a partir da transposição?" questiona.

Acompanhe a entrevista:

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Dilemas cercam inclusão social via programa de biodiesel

Trancrito do sitio da ONG Reporter Brasil

17/01/2011 
Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e Petrobras Biocombustível (PBio) destacam passos dados e fazem projeções para incluir mais famílias. Acadêmicos e organizações veem série de problemas que seguem em aberto
Por Antônio Biondi* e Maurício Hashizume
O desafio da inclusão social por meio da produção de agrocombustíveis continua em aberto. Enquanto representantes do governo federal - que idealizou e mantém há seis anos o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) - e da estatal Petrobras Biocombustível (PBio) - agente econômica de peso que vem atuando com força no setor desde 2009 - tendem a sublinhar passos no sentido da integração de pequenos produtores espalhados pelo país, analistas, pesquisadores da área e integrantes de movimentos sociais camponeses levantam um amplo rol de problemas e limitações relacionadas ao processo de incentivo e apoio à produção com efeitos reais para a superação do quadro de vulnerabilidade.