Contribuição da Amiga Rosângela Costa do Banco da Amazônia.
Seria interessante se existissem pessoas enganjadas pelo desenvolvimento da Amazônia, que alcançassem o respeito e admiração e pudessem participar e influir nas ações para melhoria de nossa região como a Tânia Bacelar faz pelo nordeste.
Fonte: Brasilianas.org 12/01/2011
Por Lilian Milena
Ela nos convida a rediscutir o valor da diversidade brasileira e prosseguir na desconstrução da lógica dos investimentos centralizados no Sul e Sudeste, com o foco na ideia de nação, onde todos devem contribuir para reequilibrar as forças territoriais. Defende também a proposta de um país policentrico, e conhece os desafios e ações que podem solucionar o problema da miséria no semi-árido nordestino, afinal de contas, foram 30 anos trabalhando na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – Sudene.
Tânia Bacelar de Araújo é hoje professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A socióloga e doutora em economia falou ao Brasilianas.org sobre a sua experiência no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, criado para assessorar as decisões da Presidência da República, e formado por 13 ministérios e 90 representantes da sociedade civil.
Tânia Bacelar de Araújo é hoje professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A socióloga e doutora em economia falou ao Brasilianas.org sobre a sua experiência no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, criado para assessorar as decisões da Presidência da República, e formado por 13 ministérios e 90 representantes da sociedade civil.
Dentre os avanços do Conselhão está a criação de comissões para discutir diferentes temas, “assim se inscrevia na comissão quem achava que tinha alguma contribuição”, conta. A seu ver, a nova organização resultou em trabalhos mais concretos. Foram formados grupos para discutir a reforma tributária, de acompanhamento das obras do PAC e, no auge da crise, um para analisar e sugerir medidas anticíclicas ao governo.
Alguns, lembra Tânia, não foram bem sucedidos, como o grupo da redução da jornada de trabalho. “Quando tem divergências [de opinião, a discussão] para, não anda. E a jornada de trabalho foi uma que não andou nem um pouquinho”, completa. Por isso, o conselho optou por priorizar temas onde a maioria dos representantes convergia seus interesses, com o objetivo de acelerar a tomada de decisões políticas.
Tânia também falou do papel da União na inclusão econômica do semi-árido, e considera as ações do governo muito tímidas para mudar de uma vez por todas a miséria histórica no local. As bases produtivas dessa região devem conviver com realidade do seu ecossistema, assim a professora sugere investimentos na criação de animais resistentes à seca, como caprinos, no lugar de bovinos - a Embrapa teria papel fundamental para ensinar as técnicas de criação dessas espécies.
A professora destaca que regiões nos estados do Ceará e Piauí tentam superar o atraso econômico com a produção bem sucedida de castanha e mel. E enfatiza que falta no Nordeste um grande debate sobre os impactos da transposição do rio São Francisco: “Qual é o espaço do pequeno produtor, do agricultor familiar, no projeto de desenvolvimento agropecuário a partir da transposição?" questiona.
Acompanhe a entrevista: