sábado, 28 de fevereiro de 2015

Atraso na usina de Belo Monte começa a gerar prejuízos para controladores

Fonte: Valor Econômico 27/02/2015


A partir deste sábado, o atraso nas obras da hidrelétrica de Belo Monte, em construção no rio Xingu (PA), começará oficialmente a gerar prejuízos à concessionária Norte Energia. Isso porque não entrará em operação a primeira das 24 turbinas do megaprojeto de energia na Amazônia.

Ao frustrar a expectativa de entrega de energia ao sistema elétrico, os empreendedores de Belo Monte deverão recorrer ao mercado de curto prazo (spot) para repor, na mesma proporção, os montantes devidos. Segundo cálculos de especialistas consultados pelo Valor, as perdas decorrentes do adiamento da entrada em operação das primeiras turbinas devem atingir R$ 440 milhões em um ano.

O projeto da hidrelétrica Belo Monte é divido em duas casas de força que acomodarão as 24 turbinas. Nesse fim de semana era esperada a entrada em operação comercial da primeira das seis unidades de geração da casa de força complementar (Pimental). Todas elas estão atrasadas em um ano, segundo relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Cada turbina da casa de força complementar terá a potência de 38,9 megawatts (MW), inferior à capacidade de geração individual de 611,1 MW das 18 turbinas da casa de força principal (Belo Monte). Ao ser concluída, a usina deve totalizar a potência de 11.233 MW em 2019.

O cálculo do prejuízo de R$ 440 milhões, com a demora na operação da casa de força complementar, foi feito a partir do calendário do Ministério de Minas e Energia com atraso de 338 dias. Já com a previsão da Aneel, que totaliza um ano, as perdas podem ser ainda maiores. O cálculo encomendado pelo Valor também considerou o montante de energia que deveria ser entregue no período de atraso e a confirmação do cenário de baixa no nível dos reservatórios, que deve manter o preço spot da energia no teto de R$ 388 por megawatt-hora (MWh).

O consórcio Norte Energia deve colocar o cronograma de obras em dia apenas em março de 2016, quando a primeira das 18 turbinas da casa de força principal entrará em operação. Se novos atrasos ocorrerem nesta fase, os empreendedores podem sofrer danos financeiros irreparáveis, em razão dos grandes montantes de energia que precisariam ser repassados ao sistema elétrico com a compra de energia no mercado spot.

Atualmente, a Norte Energia tem a expectativa de ser perdoada pelos atrasos que, segundo a empresa, foram provocados por ordens judiciais, quebra-quebras em protestos de funcionários, ocupações dos canteiros de obras por representações das populações indígenas da região e problemas de licenciamento ambiental.

O pleito ainda será analisado pela diretoria da agência reguladora. No entanto, duas áreas técnicas da autarquia e a procuradoria jurídica já emitiram pareceres desfavoráveis à concessionária de Belo Monte. Nesse sentido, o empreendedor não descarta levar a questão à Justiça, caso a agência rejeite suas alegações. "A Norte Energia buscará em todas as instâncias o seu direito ao reconhecimento do excludente de responsabilidade", informou ao Valor.

Questionada sobre os atrasos, a Norte Energia informou que, "mesmo com centenas de dias com paralisações", tem feito investimentos no acréscimo de mão de obra e em tecnologia para "reduzir ao máximo qualquer atraso". Tal iniciativa, segundo a empresa, já tem mostrado resultados que podem levar à entrada em operação da primeira turbina da casa de força complementar em novembro de 2015, o que contraria a previsão do Ministério de Minas e Energia e da Aneel. A concessionária ressaltou ainda que a casa de força Pimental responde por apenas 3% da geração da usina.

Pesquisadora da Ufopa cria gel ginecológico com fruta da Amazônia



Fonte: O Xingu 25/02/2015   
 

Uma pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva (Isco) da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), de Santarém, está desenvolvendo, a partir da manteiga do murumuru, fruta típica da Amazônia, um gel ginecológico voltado para o tratamento de inflamações dos tecidos da vagina, causados por microrganismos. A pesquisa, de iniciativa da professora Kariane Nunes, iniciou em 2013.

De acordo com a pesquisadora, o objetivo é desenvolver um produto que permaneça mais tempo no local, com menos aplicações e diminuindo a frequência de utilização de cremes tradicionais. “Geralmente o gel ginecológico que tem no mercado, a paciente faz a utilização por sete dias e isso acaba sendo inconveniente e elas acabam desistindo do tratamento. Com esse gel, nós podemos conseguir futuramente uma eficácia maior e uma constância maior desse gel no canal vaginal e assim a mulher vai usar por um período menor, em média três vezes por semana”, explica.

A manteiga do Murumuru funciona como um amaciador natural, que atua na retenção da umidade da pele e contribui na hidratação e recuperação de sua elasticidade natural. Trata-se de uma matéria-prima barata, feita a partir do caroço da fruta e que não causa nenhum tipo de irritação nas mucosas. Segundo a pesquisadora, a fruta já era utilizada pela indústria cosmética, mas não havia nenhum estudo voltado para a produção de medicamentos.

O gel ainda não está disponível no mercado e está passando por análises físico-químicas e caso seja bem sucedida, passará por avaliações para só então ser vendido. “O meu desejo é transformar isso em uma patente e agregar valor à matéria-prima da região, do oeste do Pará, para gerar renda e futuramente recursos para a universidade e a população em geral”, espera.

Parque Natural de Porto Velho reabre com novos atrativos; conheça

Fonte: Portal Amazônia 26/02/2015

Circuito de arvorismo promete ser a grande atração da reabertura da visitação pública programada para o dia 28 de março
Parque Natural passou por revitalização por quase dois anos. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
PORTO VELHO – Playground, academia, área de piquenique, trilhas e o tão aguardado circuito de arvorismo serão os atrativos do Parque Natural de Porto Velho. O espaço esteve fechado para visitação pública por quase dois anos, passou por revitalização e será reaberto no próximo sábado (28). O Portal Amazônia conferiu todos detalhes, confira:
O titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema), Edjales Benício, explica que o novo Playground do parque é composto por três casas de Tarzan, duas gangorras, uma ponte de madeira. "Na verdade é uma praça do parque’’, disse.
Playground com casas de Tarzan, gangorras e grama sintética .Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
No chão, grama sintética, motivo de críticas, mas o secretário explica a escolha. ‘‘Foi em função da durabilidade, do baixo custo de manutenção. Ele é mais resistente e só é usada na parte do parque chamada zona de uso intensivo’’, conta.
Academia ao ar livre é novidade no Parque Natural.Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
O parque agora terá um local apropriado para a prática de exercícios físicos. ‘‘Outra estrutura que a gente vai oferecer é uma academia ao ar livre em parceria com a Semes (Secretaria Municipal de Esporte e Lazer) que ofereceu os equipamentos e a gente instalou’’, detalhou.
Circuito de arvorismo tem mais de 300 metros de percurso com tirolesa. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
A quadra de vôlei e a antiga área de lazer também passaram por reformas, mas a grande atração para a reabertura é mesmo o circuito de arvorismo. O secretário enfatiza que o público reclamava das poucas opções de lazer no Estado e no parque serão oferecidas de forma gratuita. ‘‘O circuito é de mais de 300 metros com alto grau de dificuldade. São 18 plataformas, duas no solo e 16 suspensas e uma queda de tirolesa de cerca de 90 metros’’, explica Benício.
A aventura que será realizada com segurança. ‘‘Teremos uma empresa especializada, que é a Amazônia Adventure, que vai fazer a gestão do circuito de arvorismo. Todos com EPI [Equipamento de Proteção Individual] e técnicos acompanhando’’, enfatiza. O circuito passa pelos últimos ajustes. ‘‘Falta a instalação do cabo vida e de alguns reparos para até do dia 28 está operando normalmente’’, disse Benício.
Acessibilidade

Crocodilo de 8 toneladas habitou Amazônia

Fonte: Portal Amazônia 25/02/2015

Animal pré-histórico viveu há aproximadamente 8 milhões de anos no Acre, media cerca de 15,5 metros, do tamanho do Tiranossauro Rex
MANAUS – Quem nunca ouviu histórias de que na Amazônia, existem ou existiram jacarés gigantes. Será que realmente existiu crocodilos comparados ao tamanho de um caminhão? Um artigo produzido por pesquisadores brasileiros confirma que na Amazônia, há cerca de 8 milhões de anos, viveu um crocodilo que media 12,5 metros e pesava mais de 8 toneladas.
O estudo produzido por pesquisadores de universidades do Brasil, incluindo a Federal de Pernambuco e do Acre, foi publicado neste mês na revista científica, Plos ONE. O artigo apresenta osupercrocodilo Purussaurus brasiliensis (nome aportuguesado dado aos crocodyliformes extintos do gênero Purussaurus), animais semelhantes aos jacarés, mais com maiores dimensões, cerca de 12,50 metros de comprimento.
Foto: Divulgação. Desenho de Maurílio Oliveira - Museu Nacional, Rio de Janeiro
O animal pré-histórico viveu há aproximadamente a8 milhões de anos no Acre, media cerca de 12,5 metros e pesava 8,4 toneladas. Segundo os pesquisadores, os Purussaurus brasiliensis habitavam os megapântanos que existiam na região amazônica. O predador gigante era do tamanho do famosoTiranossauro Rex, com a vantagem de ter a mordida duas vezes mais potente do que ao Tiranossauro. 
Os primeiros estudos que confirmam a existência da espécie gigante, que viveu na Amazônia, foram feitos pelo naturalista brasileiro Barbosa Rodrigues (1842-1909). A partir de placas dérmicas e fragmentos de mandíbula foi constatado que uma espécie de um predador gigante habitava a região. 
Em 1986, no Acre, o paleontólogo acreano Jonas Souza Filho, ex-reitor da Universidade Federal do Acre, encontrou um fóssil no rio Acre, no município de Assis Brasil. O achado se tratava de um crânio do Purussaurus com 1,30m. A descoberta do crânio e uma mandíbula de Purussaurus, coletada em 1985 serviu para reforçar a tese da existência dos jacarés gigantes da Amazônia.
Jonas Souza Filho, é um dos autores do artigo, e foi um dos pesquisadores que liderou a equipe responsável pelo achado do fóssil mais completo do Purussaurus. O paleontólogo acreano especialista no grupo dos jacarés, em seu pós-doutorado, na Univerisade de Brasília, publicou um livro infantil sobre o Purussaurus. Jonas se dedica há mais de 30 anos aos estudos dos vertebrados fósseis do Acre. 
Supercrocodilos 

'Nuvem' do Saara vira fertilizante na Amazônia

Fonte: Yahoo Brasil 27/02/2015

(Foto: Getty Images)(Foto: Getty Images)

A cada ano, cerca de 22 mil toneladas de fósforo viajam do deserto do Saara até a Amazônia, ajudando a fertilizar a floresta, de acordo com um novo estudo publicado nesta semana na revista Geophysical Research Letters.

Em 2009, um grupo de cientistas de vários países, com participação brasileira, já havia descoberto que milhões de toneladas de poeira do Saara atravessam o Oceano Atlântico e chegam à Amazônia, cumprindo um papel fundamental no regime de chuvas da região. Já se imaginava que a poeira, rica em nutrientes como fósforo, tinha papel importante na fertilização do solo amazônico.

Agora, um grupo da Universidade de Maryland (EUA) fez, pela primeira vez, uma estimativa da quantidade de fósforo que faz essa travessia transatlântica. A “nuvem” de fósforo corresponde a 0,08% dos 27,7 milhões de toneladas de poeira que vão do Saara à Amazônia anualmente. 

O estudo revela que as 22 mil toneladas de fósforo provenientes do deserto africano são equivalentes à quantidade do nutriente que a Floresta Amazônica perde anualmente com as fortes chuvas, comuns na região.

A poeira estudada pelos cientistas - com base em dados do satélite Calipso, da Nasa, entre 2007 e 2013 - é proveniente da Depressão de Bodélé, no Chade. O local tem imensos depósitos de micro-organismos mortos, que são carregados em fósforo. O solo da Amazônia, por sua vez, é pobre em fósforo e outros nutrientes, que podem ser “lavados” e eliminados com as chuvas, segundo o coordenador do estudo, Hongbin Yu. “Todo o ecossistema amazônico depende da poeira do Saara para reabastecer suas reservas de nutrientes perdidos”, afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Entidades buscam política de incentivos para manejo florestal comunitário

Fonte: EcoDebate 26/02/2015

manejo florestal comunitário
Representantes da Rede de Manejo Florestal Comunitário e Familiar da Amazônia Brasileira propuseram à ministra do Meio Ambiente nesta terça-feira (24/02) a reativação do programa governamental de incentivo a práticas e técnicas de gestão que permitem explorar a madeira e outros produtos da floresta de forma contínua e não predatória – o chamado manejo florestal.
Além de pedir à ministra Izabella Teixeira a reativação do Programa Federal de Apoio ao Manejo Comunitário, paralisado desde 2012, uma comissão representando 47 entidades que reúnem comunidades extrativistas, cooperativas que trabalham com manejo florestal, ONGs socioambientais e até o Fundo Vale, anunciou a realização nos dias 24 e 25 de março, em Brasília, de um seminário para formulação de políticas e implementação de uma agenda mínima ligada ao tema.
A avaliação de um seminário preliminar articulado em novembro passado pelo Instituto de Educação Internacional do Brasil (IEB) e que resultou na Carta de Brasília, constatou que as florestas comunitárias são alvo de pressão, exploração ilegal e fonte de suprimento do mercado ilegal de madeira na Amazônia.
Os casos de assassinatos na Amazônia se davam no passado pela disputa pelo acesso a territórios,” explica Manuel Amaral, Coordenador do Escritório paraense do IEB e um dos membros da comissão recebida pela ministra. “Hoje é a disputa pelo uso dos recursos que catalisa o conflito. O que torna a questão do manejo comunitário ainda mais importante.”
Emblematicamente, a filha mais velha do seringueiro e ativista Chico Mendes, assassinado há 26 anos em Xapuri, no Acre, no que viria a ser a primeira Reserva Extrativista do país, estava na comissão recebida pela ministra. Ângela Mendes, diretora do Centro de Trabalhadores da Amazônia, OnG criada pelo pai, ouviu relatos sobre uma comunidade extrativista na Calha Norte, no Pará, que vem realizando os empates criados por Chico Mendes e sofrendo ameaças semelhantes as sofridas pelo pai.
A Reserva Extrativista Chico Mendes em Xapuri é uma das cinco comunidades que integram a Cooperfloresta, uma cooperativa acreana de produtos florestais comunitários. Segundo Simony Hechenberger, engenheira florestal e consultora da cooperativa que funciona desde 2005, a Cooperfloresta trabalha sempre com a produção prevista em anos anteriores. Isto porque a autorização do plano anual de manejo, dada pelo governo federal, chega sempre com pelo menos um ano de atraso.
As dificuldades são tantas para cumprir as exigências, que a tendência é ir para a ilegalidade. O corte das árvores está previsto no plano de manejo, mas muitos acabam vendendo a madeira por fora”, afirma Hechenberger. Mesmo assim, a renda média chegou a R$ 8 mil em 2014 “e só não ganhou da coleta de castanha por causa do licenciamento”, diz Hechenberger.
Descompasso

Os Suruí e o projeto carbono: para que o mundo saiba, por Egon Heck

Fonte: EcoDebate 25/02/2015

Os Suruí e o projeto carbono: para que o mundo saiba

“Queremos a suspensão imediata desse projeto de carbono, que está matando o povo Suruí”. Essa foi a reivindicação de todos os caciques e lideranças do povo Suruí, na audiência por mais de três horas, no auditório do Ministério Público Federal. Deborah Duprat, coordenadora da 6ª Câmara, ouviu atentamente e debateu com a delegação dos Povos Indígenas de Rondônia, num clima de muita confiança e franqueza. Após breve apresentação, Dra. Deborah manifestou estranheza sobre a presença de alguns seguranças no auditório. Após indagar quem os teria enviado a esse espaço, comentou: “Nós nunca precisamos de tais presenças em nossos encontros com os povos indígenas. Por isso peço a vocês que se retirem”. Apesar de terem confidenciado que estavam ali por ordem superior, retiraram-se do recinto.
“Essa para mim talvez seja uma das atividades mais importantes da nossa vinda a Brasília”, comentou Antenor Karitiana. De fato, o Ministério Público Federal tem se transformado num dos importantes espaços de luta e garantia dos direitos dos povos indígenas. Apesar da estrutura de funcionamento impor limitações, é inegável que os povos indígenas tem no Ministério Público Federal um importante aliado em suas lutas pelos direitos constitucionais.
Projeto polêmico, abominado pelos Suruí
A maior parte do tempo do encontro no MPF girou em torno do polêmico projeto Carbono Florestal Suruí, iniciado em 2007. É considerado o primeiro do gênero implantado em terra indígena em nosso país. E na opinião dos Suruí e da delegação dos povos indígenas de Rondônia, deveria ser o último. É pelo menos nessa perspectiva que estão lutando, para que semelhante enganação não se repita em nenhuma terra indígena. O cacique geral do Povo Suruí, Henrique Iabaday, presente na delegação, em entrevista ao Porantim de setembro do ano passado, assim se expressou a respeito do projeto: “Projeto de carbono para nossa terra é para tirar a vida do povo Suruí, vai tirar a sua vida de felicidade, de direito de viver em cima de sua terra… É uma bomba pra vida de qualquer ser humano… O que aconteceu com o povo Suruí é uma história pro resto da vida e para o mundo… Para que nenhum indígena faça este tipo de projeto em sua terra… Não tem pra quem falar o que aconteceu com o povo Suruí. O povo tá sem vida. Queremos a supressão do projeto”.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O que é o programa ARPA (Áreas Protegidas da Amazônia)

Fonte: O Eco 09/02/2015

o-q-e-o-arpaParque Nacional da Juruena. Foto: ICMBio
Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA) é um programa do governo federal de conservação e uso sustentável das florestas tropicais brasileiras. Criado pelo Decreto 4326/2002, ele tem como objetivo proteger os mais de 50 milhões de hectares da Amazônia brasileira através da expansão e consolidação de unidades de conservação (UCs).
Além de expandir e fortalecer o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) na Amazônia, o programa assegura recursos financeiros para a gestão de áreas protegidas e promove o desenvolvimento sustentável da região. As unidades de conservação apoiadas pelo programa são beneficiadas com bens (imóveis, materiais, veículos), obras e contratação de serviços necessários para as atividades como integração com as comunidades de entorno, formação de conselhos, planos de manejo, levantamentos fundiários e fiscalização.
Sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, hoje o ARPA apoia 95 unidades de conservação, que protegem uma área total de 52 milhões de hectares. Além dessas, há ainda o apoio a 20 unidades de conservação em fase de criação, que totalizam outros 7 milhões de hectares. Graças a estes números e a uma combinação de técnicas de biologia da conservação e boas práticas de planejamento e gestão, o Arpa é reconhecido como o maior programa de conservação de florestas tropicais do mundo.

'Morar na Amazônia ajudou no processo de seleção para Marte', diz professora de RO

Fonte: Portal da Amazônia 24/02/2015




Sandra Maria é a única brasileira na lista de seleção da missão da Mars One que planeja povoar o planeta. Confira a entrevista

PORTO VELHO - A professora Sandra Maria Feliciano Silva, 51 anos, está cada vez mais próxima da viagem para Marte. Ela é a única brasileira na lista, divulgada recentemente, dos 100 pré-selecionados pela fundação Mars One que planeja enviar 24 pessoas para povoamento no planeta a partir de 2024. Sandra é natural de Bauru, São Paulo, mas mora na capital de Rondônia há cerca de 40 anos.
 Sandra Silva é uma das pré-selecionadas para ir à Marte. Foto: Vanessa Moura/Portal Amazônia
Junto à Sandra na missão em Marte estão americanos, europeus, asiáticos, africanos e oceânicos. São 50 homens e 50 mulheres. Selecionados entre mais de 200 mil inscritos. Sandra além de professora, é escritora de ficção científica e também aquarista de água doce por 20 anos e mantém uma página no facebook chamado "Aquariofilia da Sandra’’. 
Sandra fez a inscrição para a missão em Marte em agosto de 2013. E deu início a saga para ser uma das selecionadas para o audacioso projeto de povoamento em Marte. Primeiro, ela teve que responder a um extenso questionário. Aprovada, ela seguiu para a próxima fase: a do vídeo no qual Sandra falou sobre  o que faz, o motivo pelo qual quer fazer parte da missão em Marte e ressaltou também as belezas da biodiversidade da região em que vive.

Cheia e estiagem atingem estados da Amazônia

Fonte|: Portal da Amazônia 23/02/2015


Enquanto Amazonas, Acre e Rondônia sofrem com os efeitos da enchente, Roraima enfrenta forte estiagem


Municípios do Alto Rio Branco são os mais afetados pela cheia no Acre. Foto: Gleilson Miranda/Secom-AC

MANAUS – A Amazônia vive momento de extremos. Rondônia, Acre e Amazonas enfrentam problemas com a cheia, enquanto Roraima decreta situação de emergência por causa de estiagem. O nível dos rios Madeira, Acre e Tarauacá subiu além do esperado. O rio Negro, em Manaus, está acima do nível registrado no mesmo período do ano passado. Já o rio Branco está abaixo do esperado para a época.
Entre sábado (21) e domingo (22), o rio Madeira subiu 39 centímetros (cm). Bairros da capital, Porto Velho, já sofrem os efeitos da rápida elevação das águas. No bairro São Sebastião, moradores, que sequer conseguiram recuperar os prejuízos da enchente histórica de 2014, aguardam intervenção da Defesa Civil. Pontes improvisadas foram construídas onde a água tomou as ruas.

Municípios do Alto Rio Branco são os mais afetados pela cheia no Acre. Foto: Gleilson Miranda/Secom-AC



No estado do Acre as cidades mais afetadas estão às margens do rio Acre, que corta todo o Estado. O Governo criou uma força integrada com Governo Federal e prefeituras para socorrer as cidades da região do Alto Rio Acre, a mais atingidas. Durante o fim de semana, o governador Tião Viana, se deslocou até a cidade de Brasiléia para acompanhar pessoalmente a situação. No local, o rio subiu 60 cm em 10 horas. Em toda a cidade, 800 famílias foram atingidas. O bairro Eldorado foi o mais atingido.
As cidades banhadas pelo rio Acre sofrem desde a última terça-feira (17), quando fortes chuvas atingiram o rio em toda a extensão da sua bacia. O município de Assis Brasil foi um dos mais afetados. A precipitação superou os 200 milímetros, o que era esperado para o mês inteiro choveu durante uma única tarde. Em 24 horas o rio subiu oito metros, alcançando 13,72 metros (m), apenas 10 cm abaixo da cheia histórica de 2012. Duzentas famílias foram removidas às pressas de áreas alagadas. As cidades de Xapuri, Epitaciolândia e Capixaba também foram afetadas.
Na capital, Rio Branco, o rio transbordou e um plano de contingência está em execução. Trinta e sete pessoas foram removidas na manhã desta segunda-feira (23) para um abrigo público montado no parque de exposições Marechal Castelo Branco. O local tem capacidade para abrigar 160 famílias. 

Municípios do Alto Rio Branco são os mais afetados pela cheia no Acre. Foto: Jardy Lopes/Secom Tarauacá



O coronel da Defesa Civil, Jorge Santos, explica que a elevação das águas acontece rapidamente por causa do perfil geológico do rio. “Quanto mais próximo a nascente mais raso e estreito ele é. E quanto mais distante da nascente e próximo da foz, no rio Purus, mais profundo e largo ele fica”, explica. Por essa razão, os efeitos das chuvas devem ser menos severos nas cidades mais distantes da região do Alto Rio Acre.
Amazonas e Roraima
Os rios que banham Roraima e o Norte do Amazonas nascem no Hemisfério Norte, onde as bacias ainda estão em período de vazante. Mas, na altura de Manaus, o rio Negro já está elevação desde 30 de outubro. Desta data até hoje, o nível subiu 3,5 m, alcançando 24,75 m, 36 cm acima do registrado no mesmo período do ano passado. Em 2014, entre os dias 1 e 23 de fevereiro, o Negro havia subido 1,06 m. Este ano, neste mesmo período, o rio subiu 1,30 m.
Ainda é cedo para anunciar uma enchente de grandes proporções no rio Negro. O primeiro alerta de cheia será divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) apenas no dia 31 de março. Após este, outros dois boletins serão divulgados no último dia dos meses subsequentes. Somente então será possível fazer previsões sobre a cota máxima.

O município de Canutama está com 60% da área urbana afetada pela cheia. Foto: Divulgação/Defesa Civil-AM



Em 2014, o Negro, na altura de Manaus, atingiu a cota máxima de 29,50 m no dia 3 de julho. Esta foi considerada a quinta maior enchente da história. A cota mínima foi alcançada dois meses depois, dia 29 de setembro, quando o nível atingiu 13,78 m. No Sul do Estado, próximo ao Acre e Rondônia, seis municípios estão em sob decreto de situação de emergência. No total, 9.697 famílias já foram afetadas em Envira, Itamarati, Eirunepé, Guajará, Ipixuna e Canutama. Os cinco primeiros, localizados na Calha do Rio Juruá, já receberam ajuda humanitária do Governo do Amazonas. Em Canutama, na Calha do Rio Purus, 60% da área urbana da cidade foi atingida pela cheia.

A orla de Boca do Acre está comprometida. Foto: Divulgação/Defesa Civil-AM



Boca do Acre, na mesma região, está em alerta. Lá, a situação tem um agravante. Rios de águas barrentas como Purus, Madeira, Juruá e Amazonas provocam terras caídas, um fenômeno natural e comum em rios com forte correnteza, mas que pode causar problemas em áreas habitadas. De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, em Boca do Acre, a força das águas já afeta comprometeu aproximadamente 150 m da orla da cidade e 21 casas. Em outra área, de 260 metros, o desbarrancamento afeta 65 famílias. A orientação do órgão a Prefeitura e a Defesa Civil Municipal foi a remoção imediata das famílias que vivem nestas localidades.


A orla de Boca do Acre está comprometida. Foto: Divulgação/Defesa Civil-AM



Na Calha do Rio Solimões, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Tonantins e Benjamin Constant também seguem em alerta. Humaitá, na Calha do Rio Madeira, está na mesma situação.
Em Roraima, Estado com 15 municípios, o nível do rio Branco, o principal do Estado, é crítico. As chuvas do ano passado não foram o bastante para encher, dentro da normalidade, a bacia do rio. Seis municípios devem decretar situação de emergência nos próximos dias. A previsão é que ainda hoje, o Governo de Roraima decrete situação de emergência em Bonfim, Normandia, Cantá e Caracaraí. Os municípios de Alto Alegre, Amajari, Mucajaí e Iracema já estão sob o decreto desde o dia 13 de fevereiro. Os prefeitos de Uiramutã e Pacaraima pediram a decretação de emergência em seus municípios e a Defesa Civil de Roraima está analisando a situação.

As memórias de um explorador do Xingu brasileiro, por Viggo Mortensen

Fone: El País Brasil 24/02/2014




Viggo Mortensen, em Barcelona. / EFE
O que têm em comum Aragorn, o filho de Arathorn, e Diego Alatriste com o magricela, desajeitado e desgraçado antropólogo alemão Max Schmidt, morto no esquecimento em Assunção (Paraguai) em 1950, rodeado das emas que criava e doente de lepra? A resposta é: Viggo Mortensen. O famoso ator que interpretou na telona os dois valentes literários foi decisivo no resgate de Schmidt, “um verdadeiro anti-herói”, conta, ao publicar por sua editora (Perceval Press), Hijos de La Selva (Filhos da Selva), um livro de formato grande que recupera a memória do etnólogo e explorador e, ao mesmo tempo, oferece uma seleção de suas sensacionais fotografias etnográficas, realizadas especialmente durante seu trabalho de campo entre as populações indígenas do Mato Grosso brasileiro e do Chaco paraguaio.
Mortensen apresentou no último domingo, na Espanha, o livro do qual é editor, com os dois autores, os antropólogos Federico Bossert e Diego Villar, que investigaram de maneira cuidadosa a vida e a obra de Schmidt para oferecer uma panorâmica da vida e da obra de um personagem sensacional que merecia ser mais conhecido. O lançamento aconteceu, com a previsível expectativa que desperta a presença do ator, no Museu Blay, a sede do Museu de Ciências Naturais de Barcelona. Atuou como mestre de cerimônias o arqueólogo, naturalista e também explorador Jordi Serrallonga, que colocou a figura de Schmidt na mesma altura dos grandes como Alexander von Humboldt, Darwin e Alfred Wallace, nada menos, ou de colossos modernos da antropologia como Malinowsky e Margared Mead.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Surfista Karol Knopf estreia série ‘60 dias na Amazônia’ nesta terça-feira (24), no Canal OFF

Fonte: A Crítica(AM) 24/02/2015
Ao longo de 14 episódios, o telespectador confere as aventuras de Karol em uma viagem que começa no Peru, pelas nascentes do rio AM, no rio Apurímac

Apresentadora diz que não vai esquecer o contato com as crianças
Apresentadora diz que não vai esquecer o contato com as crianças(Divulgação/Pedro França/Canal OFF )
Apresentadora do Canal Off, a surfista Karol Knopf queria sair da zona de conforto. Acostumada com as ondas do mar, ela topou de imediato a proposta de se aventurar com sua prancha de Stand Up Paddle (SUP) pelas águas do rio Amazonas. É ela quem comanda a partir de hoje, às 21h (horário de Manaus), a série “60 dias na Amazônia”.
Ao longo de 14 episódios, o telespectador confere as aventuras de Karol em uma viagem que começa no Peru, pelas nascentes do rio Amazonas, no rio Apurímac. Ela acampa nos Bosques de Nuvens nos Andes, onde começa a Floresta Amazônica e consegue entrar na Zona Proibida do Parque de Manu, onde existem índios que ainda vivem isolados. Na trajetória, a apresentadora ainda passa pelo Alto Xingu até chegar ao delta do rio Amazonas. As imagens ficam por conta do renomado diretor de fotografia Sylvestre Campe.
“A ideia surgiu de uma conversa da equipe. Sempre fiz mar, queria sair da zona de conforto. Daí a proposta de desbravar a Amazônia soou diferente e interessante”, conta Karol, que embarcou com uma equipe de mais três pessoas para iniciar o projeto.
“Quem vive na cidade grande e tem a oportunidade de vivenciar este universo, onde você pode ser quem você é o tempo inteiro, volta muito diferente, com a cabeça mudada mesmo. É quase um tapa na cara”, revela Karol, que conta ainda que quando retornou da jornada na Amazônia ficou isolada por uma semana, de tudo e de todos.
LONGE DO ÓBVIO
Segundo Karol, os telespectadores poderão observar uma outra Amazônia, diferente e bem longe do óbvio. “Vocês poderão se aprofundar nas raízes brasileiras, surpreender-se com uma região bela e encantadora”, conta a apresentadora, que já teve a oportunidade de conhecer outras partes do mundo como Tailândia, Filipinas, Chile, Indonésia, entre tantas outras.
Questionada qual foi o momento mais marcante da trajetória, a carioca fala da experiência de se hospedar em uma aldeia indígena quase intocada pela civilização. Lá, ela ficou na oca do cacique e participou de atividades como danças, lutas e até mesmo de uma pescaria, onde normalmente só participam os homens. “Fui camuflada de carvão, pois os índios acreditam que com isso espanta-se as piranhas”, recorda Karol. “Apesar de nem todos falarem português, fui extremamente bem recebida por todos. Trata-se de uma grande família, onde todos são iguais”, observa.
Companheira das aventuras de Karol, a prancha inflável de SUP foi motivo de festa para todos na aldeia. “Eles ficaram enlouquecidos, principalmente as crianças. Nunca vou esquecer daqueles olhares inocentes e verdadeiros”, recorda a carioca. Uma experiência realmente inesquecível.

Especialistas criticam ideia de levar água do rio Amazonas ao Sudeste

Fonte; Portal Amazônia 13/02/2015


O transporte de água do Norte para outras regiões do Brasil seria complexa e traria mais custos que o esperado ao consumidor final

MANAUS – Há dez dias, o governador do Amazonas, José Melo (Pros), defende a ideia de levar água do rio Amazonas à região Sudeste do Brasil. Sem dar detalhes sobre a possível obra, o governador comparou a intervenção a dutos que conduzem óleo e gás entre localidades distantes. Partindo desta premissa, o Portal Amazônia conversou com membros do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Amazonas (Crea-AM) sobre a viabilidade da obra. Questões ambientais, econômicas, de infraestrutura e de saúde são alguns dos empecilhos apontados pelos profissionais.
“A água transportada por um duto teria um custo muito alto para o consumidor final. Os custos envolvem preço de construção, manutenção, energia elétrica para bombeamento e custo de tratamento da água”, aponta o geólogo Ingo Wahnfried. Ele explica que derivados de petróleo custam mais caro e, por isso, seu transporte através de estruturas complexas como um duto, os tornam economicamente viável. Ingo cita como exemplos o Alasca, onde há duto de 1.287 km, e o Gasbol, que traz gás da Bolívia para o Brasil, e possui 3.150 km.

Obra para levar água da Amazônia ao Sudeste incluiria dutos como os que conduzem óleo e gás entre localidades distantes. Foto: Reprodução

Para o presidente da Associação de Engenheiros Ambientais do Amazonas, Oziel Mineiros, a existência de obras semelhantes ao redor do mundo abre precedentes para a execução de uma intervenção bem sucedida na Amazônia. “Ao tomar com base projetos e estudos já realizados em cidades brasileiras e europeias, há viabilidade, sim. Mas tanto as tecnologias atuais quanto a infraestrutura precisam ser adaptadas em virtude da distância, vazão e outros pontos técnicos deste possível aqueduto”, pondera.

Software vai medir impacto da pressão humana em florestas inundáveis

Fonte: Amazônia.org.br 24/02/2015

O Instituto Mamirauá, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e a Universidade Federal do Pará lançaram um software para medir o impacto da pressão humana em florestas inundáveis. O Índice de Antropização de Florestas Inundáveis (IAFI), disponível para download no site do Instituto Mamirauá (www.mamiraua.org.br/iafi), resulta em um dado numérico obtido a partir da análise de 15 indicadores de pressão humana. Esse dado numérico poderá variar entre zero (áreas sem impacto) e um (áreas com muito impacto).
“O IAFI surge como uma referência e importante ferramenta para identificar e quantificar essa pressão humana para o desenvolvimento de estratégias de conservação. A importância de entender e monitorar estas mudanças está ligada a definição de melhores estratégias para conservação e desenvolvimento sustentável destes ambientes”, disse o pesquisador associado do Instituto Mamirauá, José Leonardo Magalhães. O projeto foi concebido ao longo dos últimos quatro anos e os quinze indicadores estão divididos em três grupos. Cada indicador, em cada um desses grupos, possui um peso diferenciado variando entre um e dois pontos.

Metano da amazônia vem de rebanhos e queima de biomassa

Fonte: Amazônia.org.br 24/02/2015

A bacia amazônica é responsável por 4% a 5% das emissões de metano (CH4) — um dos gases do efeito estufa — em todo o mundo.  O dado faz parte de pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), entidade associada à USP, que determinou a emissão de metano entre os anos de 2010 e 2013, a partir da coleta de amostras de ar em quatro pontos da região, feita em aviões de pequeno porte.  O trabalho da bióloga Luana Santamaria Basso aponta também que o manejo de rebanhos é responsável por 19%, em média, das emissões estimadas para cada um dos locais de estudo, enquanto a queima de biomassa contribui com 8% a 10% da emissão estimada para a área da amazônia brasileira.
O estudo, descrito em tese de doutorado apresentada no Ipen, fez parte de um grande projeto de pesquisa que tem como objetivo entender e determinar as emissões dos principais gases do efeito estufa da Amazônia. “Foram realizadas coletas em quatro localidades distribuídas na Amazônia Brasileira, formando um grande quadrante representando toda a Bacia, próximos às cidades de Santarém (Pará), Alta Floresta (Mato Grosso), Rio Branco (Acre) e Tabatinga (Amazonas)”, conta Luana. “Os estudos procuram observar como a amazônia contribui e quais são os processos que interferem nestas emissões, de modo a compreender como a região pode responder às futuras alterações climáticas”. O trabalho foi orientado pela professora Luciana Vanni Gatti, coordenadora do projeto no Laboratório de Química Atmosférica (LQA) do Ipen.
Na pesquisa foram realizados perfis verticais para as coletas de ar, utilizando aviões de pequeno porte, desde aproximadamente 300 metros (m) da superficie até 4,4 quilômetros (km), nos quatro locais de estudo na amazônia. “Foram realizados quatro anos de medidas continuas em escala regional, quinzenalmente, totalizando 293 perfis verticais realizados”, conta a pesquisadora. “Os perfis verticais são realizados tendo como base um plano de voo, preparado previamente, que indica para o piloto a localização e em quais altitudes devem ser feitas as coletas”.

PF e Ibama prendem maior desmatador da Amazônia

Fonte: UOL 23/02/2015

  • Divulgação/Ibama
    O grileiro Ezequiel Antônio Castanha, considerado o maior desmatador da Amazônia, é preso em operação do Ibama em conjunto com a Polícia Federal em Novo Progresso, no Pará
    O grileiro Ezequiel Antônio Castanha, considerado o maior desmatador da Amazônia, é preso em operação do Ibama em conjunto com a Polícia Federal em Novo Progresso, no Pará
O Ibama e a Polícia Federal Ambiental do Pará prenderam no último sábado (21) o grileiro Ezequiel Antônio Castanha, considerado o maior desmatador da Amazônia, segundo informou nesta segunda-feira (23) a organização ambiental. Ele foi preso em Novo Progresso, no Pará. A prisão chegou a contar com apoio da Força de Segurança Nacional.
Castanha é acusado de dirigir uma quadrilha que se apoderava ilegalmente de terras de titularidade pública na Amazônia para depois desmatá-las e vendê-las como pasto a um preço elevado.
A quadrilha operava na região ao redor da BR-163, no Pará, e segundo cálculos do Ministério Público estadual, era responsável por 20% do desmatamento ocorrido na Amazônia brasileira nos últimos dois anos. Somente a família do grileiro seria responsável por quase R$ 47 milhões em multas junto ao Ibama, sem incluir os autos de infração em nome dos demais integrantes da quadrilha.
A prisão de Castanha é parte de uma operação contra desmatadores realizada em agosto do ano passado, na qual o líder da quadrilha não tinha sido detido.
Ezequiel Castanha será julgado pela Justiça Federal e poderá receber pena de mais de 46 anos de prisão pelos crimes de desmatamento ilegal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos, entre outros.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Ideia de político (Transposição das águas do Rio Amazonas)

Fonte: Agenda Amazônica de Lucio Flavio Pinto 11/02/2015



O rio Amazonas despeja no Oceano Atlântico 230 milhões de litros de água por segundo, em média. Bastaria a vazão de menos de uma hora para encher todo o sistema Cantareira, o principal manancial de água de São Paulo, a grande cidade mais afetada pela atual estiagem no Brasil. O reservatório tem capacidade para pouco menos de um trilhão de litros de água.
Logo, transferir água do mais extenso e caudaloso rio do planeta para o sul do país não causaria nenhum problema. A transposição seria de uma fração da sua descarga, que representa 8% de toda a água superficial doce da Terra, que, como todos sabem, também é uma fração da água total, quase toda ela nos oceanos e mares.
A ideia da transferência, apresentada pelo governador do Amazonas, José Melo, só pode ser levada a sério para provar que não deve ser levada a sério. Ela esbarra em dois problemas. Um, é o custo. Provavelmente sairia mais barato dessalinizar a água do mar, o que dá uma ideia do quanto seria preciso investir em três mil quilômetros (ou mais) desse aqueduto ou canais.
O outro problema é técnico. Se as companhias de água não garantem a qualidade do produto que bombeiam por alguns quilômetros, como dariam conta do desafio dessa imensa linha? Já imaginou quantas subestações seria preciso construir, com fabulosa potência para bombear a água por tão longa distância? E a estação de tratamento para tornar potável a água carregada de sedimentos do Amazonas, mesmo que só fosse necessário decantá-la?
Deixando de lado essa ideia de político, proponho a quem se interessou pelo assunto pensar na seguinte alternativa: a gestão dos rios aéreos, a massa de água armazenada, processada e lançada à atmosfera pela floresta amazônica, que quase equivale ao total da descarga do Amazonas no mar.
Quantos bilhões e meio de reais teriam que ser realmente aplicados nessa transposição de água? Certamente muito mais do que os quase 9 bilhões previstos para os pouco mais de 700 quilômetros do São Francisco, projeto inicialmente concebido para custar três vezes menos.
Uma parcela desse dinheiro seria mais bem utilizada para criar os mananciais florestais de água. Os Estados mais prejudicados pela estiagem ou que estivessem dispostos a se beneficiar da transferência natural de água pelas nuvens que migram da Amazônia para o sul, formariam um fundo, que a União complementaria.
Esse dinheiro seria usado para comprar áreas degradadas pelo desmatamento na Amazônia, nas quais seriam criadas florestas de serviços ecológicos. Sua única finalidade seria a de manter o processo natural se retenção da água vinda do oceano e de evapotranspiração dos maciços florestais, garantindo as correntes de umidade para as áreas carentes do outro lado do Brasil.
Seria um projeto de longo prazo, que exigiria a formação de pessoal qualificado para atuar em campo e na retaguarda, a criação de uma polícia especializada (como a Polícia Montada do Canadá), para reprimir e combater grileiros e madeireiros, e uma estrutura administrativa refratária a ingerências políticas e corpção.
O projeto pode até não dar certo num país como o nosso, mas não parece tão estapafúrdia quanto a ideia do governador amazonense, que está causando preocupação a quem devia estar tratando de questões mais reais ou urgentes. Ou mais assentadas no plano da terra.

Carajás vai acabar


Fonte: Lúcio Flávio Pinto: A Vale que vale 03/02/2015
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Carajás está numa escala alucinante de produção. Neste ano, as minas da Vale na serra deverão produzir 150 milhões de toneladas de minério de ferro. No segundo semestre de 2016 o maior projeto de mineração atualmente em curso no mundo, conhecido pela sigla S11D, entrará em operação.
Agregará mais 50 milhões de toneladas a partir de 2017 e chegará ao seu máximo, de 90 milhões de toneladas, no ano seguinte. Carajás, no Pará, atingirá então a marca de 230 milhões de toneladas anuais, quase 10 vezes o máximo que a antiga Companhia Vale do Rio Doce imaginava alcançar quando começou a explorar a melhor jazida de ferro do planeta, 30 anos atrás.
Nesse ritmo, a jazida que o S11D irá lavrar, ao sul da atual frente de produção, considerada o filé-mignon dos depósitos de minério, se esgotará em 40 anos, tempo curto para a escala da mineração de ferro. É uma velocidade assustadora. Nem por isso, entretanto, está assustando de verdade. Parece coisa trivial, que não atrai o interesse da opinião pública, nem mesmo do Estado onde a riqueza está localizada.
Esse incremento excepcional tem uma explicação: o preço atual do minério de ferro no mercado internacional já está na metade (69 dólares a tonelada) do pique alcançado em meados dos anos 2000, quando chegou a até US$ 140. Acredita-se que o valor ainda cairá mais um pouco, o que acarretará a inviabilização de mineradoras que trabalham com escala mais reduzida ou utilizam minério menos rico.
A Vale conta exatamente com esses fatores: produz cada vez mais e o minério de Carajás é o de mais alto teor que existe. A companhia tem condições de se manter no mercado e até expandir sua participação, aproveitando o fechamento de muitas minas sem a mesma competitividade. Ainda terá uma margem de lucro com US$ 60 a tonelada, desde que compense a queda do valor relativo com a expansão da produção bruta.

Verdades e mentiras sobre roubo de água na Amazônia

Fonte: Portal Amazônia 11/02/2015

A preocupação com a hidropirataria, ou roubo de águas, dos rios da Amazônia tem gerado discussões; saiba mais
Navio cargueiro aportado no Brasil. Foto: Divulgação/PAC

MANAUS – A crise hídrica na região Sudeste suscita discussões, entre as quais, sobre a soberania do País em relação a água. Um dos assuntos que ganha força nas redes sociais diz respeito à hidropirataria, o roubo de água por navios estrangeiros na Amazônia. O Portal Amazôniaprocurou a Agência Nacional de Águas (ANA) e mostra abaixo o que é fato e o que é boato sobre o tema. Confira:
Navios estrangeiros roubam água dos rios da Amazônia?
Roubar não seria a palavra correta. Navios estrangeiros captam, sim, água dos rios da região. Só que a intenção não é furtar. As embarcações acomodam o líquido precioso em tanques nos seus porões como água de lastro. Quando um navio tanque ou graneleiro, por exemplo, desembarca a carga ele precisa compensar a perda de peso para ter estabilidade e navegar com segurança. E encher estes compartimentos com água confere essa estabilidade. 
Segundo o analista da Agência Nacional de Águas (ANA), Antônio Félix Domingos, a prática não é ilegal e não configura roubo. “Não temos notícia fundamentada de roubo de água. Existe a captação de água de lastro de navio, mas esta prática é legal e regulada por norma internacional”, destaca. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o uso da água de lastro faz parte dos procedimentos operacionais usuais do transporte aquaviário moderno, sendo fundamental para a sua segurança. “Através da sua utilização planejada, é possível controlar o calado e a estabilidade do navio, de forma a manter as tensões estruturais do casco dentro de limites seguros”, diz o site da agência. A captação e descarte ocorrem em todo Mundo, principalmente em áreas portuárias.
A prática é tratada com muita atenção, pois é através dela que bioinvasores como o mexilhão dourado chegam a todos os continentes. Esta, sim, é uma preocupação real. 
É verdade que essa água retirada é vendida em outros países?