sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Mato Grosso propõe ação conjunta com o Pará para combater desmate

Fonte: Agro Olhar 30/06/2014
Foto: Agência Brasil/Arquivo
Mato Grosso propõe ação conjunta com o Pará para combater desmate
Da Redação - Viviane Petroli
Uma ação conjunta para reduzir o desmatamento ilegal na Amazônia Legal foi proposto pelo Governo de Mato Grosso ao Pará. Somente em agosto, 582 quilômetros foram desmatados, dos quais 67 quilômetros em Mato Grosso, enquanto 236 quilômetros foram pelo Pará. Projeto poderá beneficiar 36 municípios entre os dois Estados. Rondônia pode ser incluída.

Em novembro de 2015 o governador Pedro Taques assinou, durante a COP 21, em Paris (França), a declaração proposta pelo Ministério do Meio Ambiente que prevê o desmatamento ilegal zero no Estado até 2020.

O projeto proposto por Mato Grosso contará com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do Fundo Amazônia, e poderá beneficiar 36 municípios dos dois Estados.


A proposta foi apresentada ao governador do Pará, Simão Jatene, e a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, pelo governador de Mato Grosso, Pedro Taques, e pelo secretário adjunto de Meio Ambiente, André Baby, por meio de teleconferência. Há possibilidade de Rondônia ser incluída na ação, uma vez que é um dos Estados que compõe a Amazônia Legal com maiores índices de aberturas de áreas.

A Amazônia Legal é composta por Mato Grosso, Pará, Rondônia, Amazonas, Roraima, Acre, Tocantins e Amapá.

Taques apresentou a experiência e os resultados que Mato Grosso vem obtendo com o programa Produzir, Conservar e Incluir (PCI), apresentado durante a COP 21, em Paris. O programa é uma das principais ações do Estado para zerar o desmatamento até 2020.

“Temos que acabar com esta ideia de que o meio ambiente é divido em estados, falamos de uma mesma bacia hidrográfica, com muitas semelhanças e os mesmos problemas. Se trabalharmos juntos, conseguiremos ter resultados melhores”, observou Taques durante a reunião com o governador do Pará e a presidente do BNDES.

Um conde italiano na Floresta Amazônica

Fonte: Revista Época 30/09/2016
O italiano Ermano Stradelli chegou à Amazônia há 140 anos em busca de aventura. Apaixonou-se pelos mitos dos povos nativos - e virou, ele mesmo uma lenda´
RAFAEL CISCATI

Índios Ipuriná em 1889. (Foto: Ermano Stradelli)




Os tucanos, habitantes nativos do alto Rio Negro, vivem na região conhecida como Cabeça do Cachorro. É onde o Brasil faz fronteira com a Colômbia e a Venezuela. Quando passam de um país para outro, os tucanos contam uma história que explica o desenho daquelas linhas imaginárias. João Paulo Barreto tinha 11 anos quando a ouviu pela primeira vez. Ele e o pai iam à Colômbia visitar parentes. O pai de Barreto é um yai, um pajé. A meio caminho, estacou. “Ele apontou a bandeira que indicava onde a fronteira passa. Explicou que havia sido colocada ali pelo homem branco”, diz Barreto, 20 anos passados desde o ocorrido. “E que o Doutor Conde é que tinha ensinado a eles onde acabava o Brasil.”
Na mitologia do povo tucano, Barreto aprendeu, o Doutor Conde é um wai mahsu – um ser com forma humana, mas com habilidades sobrenaturais. Foi o responsável por estabelecer os limites do Brasil. Nas histórias do homem branco, Doutor Conde tem limitações bem mortais e outro nome – conde Ermanno Stradelli, um italiano que empenhou sua fortuna para vir ao Brasil. Registrou as línguas e as lendas dos povos da Amazônia. A serviço do governo brasileiro, ajudou a delimitar fronteiras do norte. Morreu idoso, vítima de lepra, esquecido pelos círculos de intelectuais que frequentou. Entre os tucanos do Rio Negro, o Doutor Conde virou lenda.
Fonte: InfoMoney 27/09/2016

Com biotecnologia, já estamos produzindo 20 toneladas de peixe por hectare na Amazônia, contra 300 ou 400 quilos de carne bovina na pecuária predatória. Com inovação, a Embrapa reduziu drasticamente a extensão de terra que as fazendas do agronegócio precisam para gado de leite e corte, permitindo recuperar a floresta, adensando sua riqueza com espécies de alto valor comercial.
Imagem da notícia sobre amazonia de InfoMoney
Wilson Périco é economista, presidente do CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas, e vice-presidente da Technicolor para a América Latina.
A Amazônia tem 30 vezes menos doutores do que a média do Brasil, dizem as estatísticas do Conselho Nacional de Pesquisa, embora tenha mais de 20% dos seres vivos da Terra. Pior que isso, o Brasil despenca em inovação tecnológica desde 2010, quando apareceu em 38º lugar no mundo. Em 2011, caiu para 44º e, com corte nas verbas de C&T, tenderá a se afastar de seus concorrentes.
Alguns alertas da mídia, a propósito, têm colocado o papel da pesquisa na Amazônia como fator de mudança. Na semana passada, um destaque para o Curso de Agroecologia, P&D nos confins da floresta, ministrado no idioma dos índios ticunas, foi usado para dizer que a UEA, Universidade do Estado do Amazonas, mantida integralmente pelo setor produtivo da Zona Franca de Manaus, volta a figurar entre as 100 melhores do país, no RUF, Ranking Universitário da Folha. Subiu 18 posições no último ano, reafirmando este rumo certo do incentivo fiscal para promover o desenvolvimento regional sem destruir a floresta.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Como captar R$ 70 bilhões para conservar a Amazônia?

Fonte:brasilpost 27/09/2016
AMAZONIA
A Amazônia brasileira é um colosso: tem a maior área de floresta tropical do planeta, é o maior bioma do Brasil, com mais de 4,1 milhões de km2 de extensão, ou cerca de 60% do território nacional, e nela vivem em torno de 20 milhões de pessoas. Entretanto, gera menos de 8% do PIB brasileiro e enfrenta sérios problemas sociais e ambientais. Sua economia depende basicamente da exploração de recursos naturais e minerais e do agronegócio, que já levou à substituição de cerca de 20% de sua cobertura florestal original por pastagens e outros cultivos agrícolas.
Daí vem a pergunta: como desenvolver a economia da região sem destruir suas florestas e biodiversidade? A resposta é: por meio da possibilidade, muito real, de se obter R$ 70 bilhões para a Amazônia e, assim, conciliar prosperidade e conservação.

Pesquisadores descobrem 40 novas espécies na Amazônia

Fonte: Portal Brasil 27/09/2016

Expedição na Serra da Mocidade (RR) se concentrou em área montanhosa de difícil acesso
Ao todo, 70 pesquisadores passaram 25 dias na região
Ao todo, 70 pesquisadores passaram 25 dias na região
Durante a expedição no Parque Nacional da Serra da Mocidade (RR), biólogos do Instituto Chico Mendes (ICMBio) catalogaram 40 novas espécies de plantas e animais. Cerca de 70 profissionais participaram do projeto e passaram 25 dias em trabalho de campo. 
Ao fim da viagem, os especialistas iniciaram a análise do material coletado, que contempla diversos grupos representativos: plantas, fungos, invertebrados (terrestres e aquáticos), mamíferos, peixes, répteis, anfíbios e aves, além de uma análise da geologia local.
Diante do volume de conhecimento científico gerado, será produzido um documentário sobre a expedição, que deve ser lançado ainda este ano.
De acordo com o ornitólogo Mario Cohn-Haft, idealizador e coordenador da iniciativa, o mais fascinante foi poder comprovar o potencial de ocorrência de novas espécies de plantas e animais, devido ao grau de isolamento e ao relevo da área (serra alta cercada de terras baixas).
“A grande felicidade da expedição foi achar espécies típicas da serra, que são totalmente diferentes daquilo que se encontra na baixada amazônica”, destacou Cohn-Haft. Ele lembrou que foram montados acampamentos entre 600 e 1.400 metros de altitude. A subida só foi possível com o auxílio de um helicóptero do Exército. “A comparação entre esses dois pontos é muito interessante para entendermos o efeito da altitude na biota”, destaca o pesquisador.
Oficina
A expedição ocorreu entre janeiro e fevereiro deste ano em áreas montanhosas da Amazônia e ampliou o conhecimento sobre a região, que são as mais inacessíveis e menos pesquisadas em todo o bioma.
Para apresentar os resultados da expedição, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), com apoio do ICMBio e do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), realiza uma oficina de consolidação de resultados nos dias 27 e 28 de setembro, no auditório da Pós-Graduação em Ecologia (Campus III, INPA-V8), em Manaus.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Instituto Chico Mendes

Repam e Comissão para a Amazônia: Tecer redes, conectar a Igreja

Fonte: Rádio Vaticano 29/09/2016

Manaus (RV) - A comunicação como ferramenta de transformação social reuniu agentes comunicadores da Amazônia Legal, na capital do Amazonas, Manaus. 
A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e a Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o apoio da Comissão Episcopal dos Estados Unidos da América, promoveram de 20 a 25 de setembro de 2016, em Manaus (AM), o curso “Comunicação para a transformação social”. O encontro reuniu agentes sociais dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, além de entidades e organismos da Igreja Católica do Brasil, Colômbia, Equador e Peru. 
A comunicação como promoção e diálogo interativo entre os povos
No encontro, veio à tona uma infinidade de ações em que voz, cidadania e o coletivo estiveram no centro como valores essenciais, no compartilhamento de princípios e práticas de transformação social. Refletiu-se sobre o ressurgimento de práticas multilaterais de comunicação que provocam mudanças.  O jornalista Pedro Sánchez, responsável pela comunicação da REPAM e facilitador do curso, atentou aos participantes à chamada para um processo de desenvolvimento comunicacional inclusivo, no qual os desempregados, as crianças, os jovens, as mulheres, os pobres, os marginalizados, ou simplesmente o cidadão de baixa renda precisa ser ouvido. Sánchez chamou à compreensão da comunicação como processo de compartilhar valores. “A função da comunicação não é apenas informar, mas transformar a realidade. A luta dos povos deve ser o mais importante para o comunicador. A nossa comunicação deve estar sempre preocupada com o outro. As ferramentas e os meios precisam ser utilizados para isso: comunicar e gerar transformação. É preciso entender a comunicação como promoção e diálogo interativo entre os povos. Comunicar é lavar os pés do irmão, estar a serviço dele”, recorda o jornalista peruano. 
Sánchez lembrou que as grandes mudanças no desenvolvimento da sociedade têm sido, historicamente, artifícios que principiaram de baixo para cima, desenvolvendo-se a partir de grupos de pessoas que se mobilizaram, se organizaram e defenderam seus casos, comunicando suas causas e alcançando seus direitos.
Trabalho diferenciado em favor da Amazônia

Maior topázio azul do mundo, achado na Amazônia, será exibido em Londres

Fonte: Jornal Extra 27/09/2016


O maior topázio azul do mundo será colocado em exibição no Museu Nacional de História, em Londres, na Inglaterra, após ter sido guardado por seus donos por 30 anos. A pedra preciosa, que pesa 2 quilos e tem 9,381 quilates, foi encontrada em meados dos anos 1980, na Floresta Amazônica, pelo aventureiro britânico Max Ostro. Desde então, havia sido protegida em um cofre. As informações são do jornal "The Sun".
Segundo especialistas, o topázio é tão valioso que seu peço seria inestimável, passando de milhões de libras. Foi o filantropo Maurice Ostro, filho de Max, que morreu aos 84 anos em 2010, que decidiu colocar a pedra preciosa em exibição para ajudar a família em seus trabalhos de caridade. A partir do dia 19 de outubro, curiosos poderão ver de perto o topázio no Museu Nacional de História.

Topázio azul será exibido em museu londrino Foto: PETER NICHOLLS / REUTERS

"Meu pai levou uma vida verdadeiramente extraordinária e era um homem de grande coragem e determinação. Acreditamos que compartilhando seu legado com os outros fazemos uma homenagem ao seu espírito indomável de aventura", disse Maurice.
O diretor do museu agradeceu a oportunidade de exibir o topázio: "Estamos muito satisfeitos em exibir esta pedra de topázio azul requintado ao lado de alguns dos melhores exemplos de minerais da natureza nesta galeria. Nossos agradecimentos vão para Maurice Ostro pela oportunidade de mostrar essa pedra maravilhosa para milhões de pessoas", disse.




terça-feira, 27 de setembro de 2016

Naea lança edital para mestrado e doutorado em Desenvolvimento Sustentável.

Divulgando oportunidade de ampliação dos conhecimentos  e desenvolvimento pessoal e profissional no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos- NAEA

Naea lança edital para mestrado e doutorado em Desenvolvimento Sustentável.
comissão organizadora da Seleção de Doutorado e do Mestrado 2016/2017 doPrograma de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido torna público o edital para entrada em 2017. As inscrições iniciam dia 26 de setembro de 2016 e a seleção será durante o mês de novembro de 2016.
As inscrições serão feitas pela internet.
Inscrições: 26 de setembro a 31 de outubro de 2015.
Observações:
- Os certificados (ou documentos equivalentes) de proficiência da língua inglesa serão condição para inscrição na seleção, esses certificados podem ser obtidos em Instituições de Ensino Superior Federal (Ver site do PROFILE). O exame TOEFL também será aceito, para os candidatos que optarem por esse exame.
- A avaliação do currículo será classificatória;
- Para o doutorado, será solicitado, além do pré-projeto de tese, um manuscrito de artigo científico inédito de autoria exclusiva do candidato, para ser avaliado no processo de seleção.
- Para o mestrado, além do projeto de dissertação, a prova continuará sendo aplicada.
Consulte os editais:

Desmatamento, Agricultura E Pecuária Modificam Composição Química No Solo Da Amazônia

Fonte: EcoDebate 27/09/2016




Pesquisa observou que as áreas de floresta nativa apresentam uma menor diversidade, mas uma maior abundância de micro-organismos comparadas às zonas em que o solo sofreu manejo – Foto: Divulgação

A forma como é preparado o solo tem ligação direta com as respostas das comunidades microbianas na região amazônica, atesta pesquisa realizada pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba. O estudo do biólogo Lucas William Mendes demonstra que a substituição da floresta nativa por áreas de agricultura e pecuária tem modificado a composição química do solo e levado os micro-organismos a se adaptarem para sobreviver e manter o equilíbrio do ecossistema. O conhecimento dessas adaptações pode ajudar a encontrar maneiras sustentáveis de melhorar a fertilidade do solo.


Para a pesquisa foram coletadas amostras de solo em áreas de floresta nativa, área desmatada, agricultura (plantio de soja) e pastagem. “As coletas foram realizadas na região Centro-Oeste do Brasil, no Estado do Mato Grosso, numa região conhecida como ‘arco do desmatamento’, devido ao intenso processo de conversão da floresta em agricultura”, conta o pesquisador. “Foram realizadas quatro coletas durante o período de 2009 a 2011, compreendendo o período de chuva e seca da região.”

THE FUTURE OF CONSERVATION IN THE AMAZON RAINFOREST

Fonte: chicagopolicyreview.org. 21/09/2016  Hannah Bent 
Interessante entrevista com o André Guimarães do IPAM sobre a realidade da Amazônia Brasileira. 

André Guimarães is the Executive Director of the Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), a Brazilian NGO tasked with studying the science and policy of deforestation in the Amazon. Trained as an agronomist at the University of Brasília, he previously worked as Vice President at Conservation International in the Development of the Americas division, Private Sector Liason at the World Bank, and Director at A2R Environmental Funds. André also founded and directed Brazil Forests, a company focused on the implementation of forest products and environmental services, and directed Brazilian environmental NGOs BioAtlântica Institute (IBio) and Imazon.
André Guimarães is the Executive Director of the Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), a Brazilian NGO tasked with studying the science and policy of deforestation in the Amazon. Trained as an agronomist at the University of Brasília, he previously worked as Vice President at Conservation International in the Development of the Americas division, Private Sector Liason at the World Bank, and Director at A2R Environmental Funds. André also founded and directed Brazil Forests, a company focused on the implementation of forest products and environmental services, and directed Brazilian environmental NGOs BioAtlântica Institute (IBio) and Imazon.
You have been involved in environmental research and deforestation issues in the Amazon from the earliest stages of interest in this area. What was that like?
The Amazon appeared on the radar screen about 25 to 30 years ago as something that Brazilians needed to understand and wanted to learn about. The Amazon, up to that point, was just this big green blur on the northern part of the Brazil map. Since [that time], scientists, civil society organizations, academics, and some government officials started asking questions such as: What’s in the Amazon? What are the potential benefits that the Amazon could bring to Brazil? What are the trends in terms of development in the Amazon? What are the risks in terms of deforestation in the Amazon? These were the basic questions.
Most of these questions have been answered by scientists already; we know at least a little bit about the places in the Amazon, about the risks of deforestation or loss in biodiversity, about the importance of water cycling, and so on. The Amazon is much better known today than it was 25 to 30 years ago. It’s really fantastic. Did we win? Not even close. The Amazon today has different challenges and different questions compared to 25 or 30 years ago. The questions today are more related to which human activities are suitable or acceptable to systems in the Amazon. Which are the crucial areas for protection? Where are the concentrations of biodiversity that really require protected areas? These are new questions that are coming out of recent debates.
How does IPAM work? What approach does IPAM take in having an impact on science and policy?

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Ação Do ISA E MPF Obriga BNDES A Abrir Caixa Preta De Belo Monte

Fonte: Portal EcoDebate 23/09/2016

Depois de três anos, sociedade civil vence batalha pela divulgação dos relatórios de auditoria independente realizada pelo BNDES na maior obra do país
 
Belo Monte entrou em operação sem sanar dividas socioambientais | Letícia Leite – ISA
 Um acordo extrajudicial entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ministério Público Federal e Norte Energia, empresa responsável pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, colocou um ponto final na batalha para que a sociedade acompanhe como são destinados os R$ 3,5 bilhões para obras socioambientais da usina. O pacto é resultado de três anos de luta do ISA.
O financiamento do BNDES para a implantação da hidrelétrica chega a R$ 25,4 bilhões, 78% do total de recursos nela investidos e o maior empréstimo já feito pelo banco. Trata-se também da maior obra do país.
“É uma vitória inédita da sociedade civil para a fiscalização de obras financiadas pelo BNDES”, comemora Biviany Rojas, advogada do ISA
Firmado no início do mês, o acordo obriga a Norte Energia a publicar os relatórios de auditorias sobre o cumprimento das obrigações socioambientais definidas no licenciamento da usina. Os documentos já foram disponibilizados no site da empresa.

IPAM Lança Plataforma Para Auxiliar Estados Amazônicos No Combate Ao Desmatamento

Fonte Portal EcoDebate 23/09/2016

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) lançou a versão beta da Plataforma Indicar Estados, que vem sendo desenvolvida pelo IPAM desde 2013. O Indicar é uma base de dados online que disponibiliza indicadores de impacto de políticas públicas de prevenção e controle do desmatamento, que compõe os Planos de Prevenção e Combate ao Desmatamento (PPCDs) dos Estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso e Pará.
O Plano de Ação para Proteção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAM), lançado pelo Governo Federal em 2004, é um dos principais instrumentos para a redução no desmatamento no Brasil. Entre 2004 e 2013, o Brasil reduziu em 79% o desmatamento na região, totalizando uma redução nas emissões de dióxido de carbono de aproximadamente 650 milhões de toneladas por ano. O PPCDAM possui um conjunto de ações estruturadas em eixos temáticos voltados para o monitoramento e controle do desmatamento, fomento a atividades produtivas sustentáveis e regularização fundiária e ambiental.
A partir de 2009 os estados amazônicos começaram a criar seus próprios Planos de Prevenção e Controle do Desmatamento (PPCD), seguindo o modelo do plano federal. Mas os impactos das ações do Plano nunca foram monitorados, ou seja, as mudanças na realidade local e na dinâmica ambiental, social e econômica dos estados nunca foram medidos e avaliados de forma sistemática.
Com o intuito de preencher essa lacuna, o IPAM desenvolveu esta ferramenta que vai auxiliar também nas discussões sobre a efetividade dos planos, seu aprimoramento e o planejamento de suas próximas fases. A ferramenta permite a visualização dos indicadores de impacto das políticas estaduais por eixo temático: Dados gerais sobre desmatamento, emissões de gases de efeito estufa e degradação, Monitoramento e Controle, Regularização Fundiária e Ordenamento Territorial, e Fomento à Atividades Produtivas Sustentáveis. Além disso, ainda disponibiliza mapa para visualização do desmatamento e focos de calor nos estados, informações sobre a metodologia de construção dos indicadores, cálculo de efetividade, além de uma série de documentos e links com informações relevantes sobre as políticas de controle do desmatamento e iniciativas de monitoramento de politicas públicas.
De acordo com a pesquisadora do IPAM responsável pelo projeto, Ana Carolina Crisostomo, o IPAM pretende que esses indicadores sejam esmiuçados, discutidos, e avaliados. “Nós queremos manter o trabalho de refinamento da coleta de dados para que a Plataforma Indicar fique ainda mais completa e com informações que reflitam a realidade de cada região. Teremos ainda oficinas de capacitação de utilização para os técnicos e gestores dos estados entenderem como avaliar os dados na Plataforma. Entendemos que somente assim vamos conseguir alcançar as mudanças necessárias”, destacou a pesquisadora.
O IPAM espera com a Plataforma Indicar apoiar os estados amazônicos a tornar a gestão de políticas públicas de controle do desmatamento mais eficiente, já que através dos indicadores será possível identificar quais políticas estão funcionando ou não ao longo dos anos. E, além disso, dar mais transparência à sociedade, que até então tinha pouca informação sobre essas políticas.
Para Andrea Azevedo, diretora adjunta do IPAM, que coordena a iniciativa da Plataforma Indicar, os maiores desafios a partir de agora são a melhoria da sistematização dos dados das secretarias, com investimentos para facilitar o acesso e a sua manipulação, conseguir incluir os indicadores que ainda não possuem monitoramento pelos estados e por isso não podem ser incluídos na plataforma, a possibilidade de incorporar novos indicadores, a incorporação das lições do monitoramento e impactos para melhoria dos planos, e por fim, a continuidade do processo, expandindo para outros estados amazônicos.
O processo de construção da Plataforma Indicar Estados o IPAM contou com o a participação ativa dos estados, que foram essenciais para a criação da ferramenta. “Foi um caminho longo, com muito trabalho, mas acredito que a Plataforma Indicar vai possibilitar que todos conheçam de forma clara como o PPCD funciona, auxiliar na gestão e transparência dos resultados dessas políticas, além de aproximar os setores da sociedade, informar e qualificar o debate sobre o desmatamento da Amazônia”, enfatizou o diretor executivo do IPAM, André Guimarães.
Acesse aqui a Plataforma Indicar Estados
Do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM, in EcoDebate, 23/09/2016

Desmatamento zero na Amazônia Brasileira: o que está faltando?

Fonte: IPAM Amazônia 19/09/2016

O desmatamento na Amazônia brasileira sofreu uma drástica redução nos últimos anos. Em 2005, cerca de 19 mil km2 de florestas foram derrubadas, contra 5 mil km2 em 2014. Uma queda de 70%. Um feito que demonstra ser possível avançar no controle da destruição da floresta. No entanto, desde 2012 esta taxa insiste em se manter ao redor de 5 mil km2. A floresta, portanto, continua sendo removida, só que a uma velocidade menor. A remoção da floresta, combinada com o aquecimento global, poderá gerar impactos nefastos no regime das chuvas e nos ciclos hidrológicos da região. Portanto, o desafio imposto à sociedade está em zerar o desmatamento da Amazônia
.
Este cenário de urgência e as estratégias para por fim ao desmatamento na Amazônia estão explicitados no artigo publicado esta semana no jornal científico Elementa. O artigo intitulado“Achieving zero deforestation in the Brazilian Amazon: what is missing?” (“Atingindo o desmatamento zero na Amazônia Brasileira: o que está faltando?”) é de autoria dos pesquisadores Paulo Moutinho e Raissa Guerra do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), e de Claudia Azevedo-Ramos, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPa). O artigo é parte de uma edição especial da revista Elementa a qual é inteiramente dedicada ao desmatamento na Amazônia.

Além de identificarem as ameaças sócio-político-econômicas à maior floresta tropical do planeta, os autores indicam seis estratégias fundamentais para por fim, de vez, ao desmatamento. São elas: (salvaguardas sócio-ambientais para as grandes obras de infraestrutura da região; incentivos positivos para a produção sustentável de commodities; política socioambiental para os assentamentos de reforma agrária; implementação do Código Florestal; direitos aos povos indígenas e comunidades tradicionais sobre seus territórios, com expansão de áreas protegidas, e; alocação de quase 80 milhões de hectares de florestas públicas ainda sem destinação para a conservação ou uso sustentável.
De acordo com Paulo Moutinho, pesquisador sênior do IPAM, o fim do desmatamento na Amazônia brasileira deveria acontecer muito antes de 2030, data estabelecida pelo governo brasileiro para pôr fim ao problema e que foi anunciada durante a Conferência do Clima, realizada em Paris, no final do ano passado. “Está cada vez mais claro, à luz da ciência, que manter floresta em pé é manter funcionando o regador de uma boa parte da produção agrícola do país e o ar condicionado de vastas áreas na região”, destacou o pesquisador
“No atual contexto de perturbações políticas e econômicas, o desmatamento zero deve ser visto como uma oportunidade para aliar desenvolvimento a preservação, e não como um obstáculo ao crescimento”, enfatizou a pesquisadora Raissa Guerra, que observou ainda a necessidade do controle definitivo desta problemática na região.
Saiba mais sobre o IPAM: www.ipam.org.br
Mais informações para a imprensa:
Cristina Amorim – (61) 9 9127-6994 e cristina.amorim@ipam.org.br
Marcela Marques – (61) 2196-0944 e marcela.marques@ipam.org.br

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Estudo Indica Que Camu-Camu E Cupuaçu Podem Ajudar No Controle Da Obesidade E Da Diabete

Fonte: EcoDebate 08/09/16

Pesquisa com frutas amazônicas busca formas inovadoras capazes de reduzir as alterações metabólicas associadas à diabete tipo 2 e à obesidade


Fotos: Wikimedia Commons

Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em 2015 revelou que o índice de brasileiros acima do peso permanece em crescimento no País, com mais da metade da população nesta categoria (52,5%). No mesmo ano, a Sociedade Brasileira de Diabetes estimou que 12 milhões de brasileiros sofram com os efeitos do diabetes mellitus tipo 2, que começa silenciosamente e é resultado de, entre diversos fatores, hábitos como o sedentarismo e a má alimentação.
Em tese de doutorado defendida na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, a nutricionista Helena Rudge de Moraes Barros buscou estudar formas inovadoras capazes de reduzir as alterações metabólicas associadas tanto à diabete tipo 2 quanto à obesidade.
Ao investigar como compostos bioativos de alimentos podem possuir efeitos benéficos à saúde, Helena optou por duas frutas nativas da região amazônica com potencial agroeconômico ainda inexplorado e que contêm grande número de compostos fitoquímicos que poderiam atuar sobre o metabolismo corporal: o camu-camu e o cupuaçu.
A pesquisa utilizou a suplementação com o extrato de compostos fenólicos — estruturas químicas presentes em pequenas quantidades em alimentos de origem vegetal, que podem exercer efeitos preventivos em distúrbios fisiológicos no ser humano — como base dos experimentos.
“Como eu trabalhei com duas frutas e elas têm composições diferentes, para cada uma eu tive um resultado distinto”, conta Helena. “Com o camu-camu, tivemos um efeito em relação à perda de peso e à obesidade. Com o cupuaçu, tivemos mais resultados em relação à glicose sanguínea”, sumariza ela.

Apoio canadense

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Operação Desmonta Esquema De Caça Ilegal E Venda De Animais No Pará


Fonte: Portal EcoDebate 05/09/16

Operação encontrou 16 onças pintadas mortas, além de carcaças de outros animais e aves em gaiolas; essa foi a maior apreensão já registrada no País

Foto: Ibama
Foto: Ibama
Foto: Ibama


Uma operação na cidade de Curionópolis, sudeste do Pará, desbaratou esquema de caça ilegal e venda de partes de animais silvestres. Cerca de 30 homens do 23º Batalhão da PM, Grupamento Tático Operacional (TGO) e da Policia Rodoviária encontraram numa residência diversos animais abatidos, entre eles, 16 onças pintadas, carcaças e aves em gaiolas, além de armamentos e munições. Segundo o Ibama, essa foi a maior apreensão de felinos caçados desde a criação do órgão.
Em um freezer, havia cinco cabeças de onças pintadas, cinco couros com cabeças de onça pintada e uma de onça preta, 25 patas de felinos, outras partes e carcaças de várias espécies de felinos e de um jacaré e várias espécies de aves nativas mantidas em cativeiro. Segundo a perícia, o caso está ligado a tráfico ilegal de animais silvestres.
Contudo, há prática de caça profissional na região, embora não existam estatísticas oficiais. Os órgãos ambientais e de segurança pública reconhecem que ocorre, também, abate clandestino de animais silvestres, provocado pela caça esportiva ou muitas vezes a mando de fazendeiros para defender seus rebanhos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Primeira cooperativa de energia renovável do país é inaugurada


Fonte: Ambiente Energia 31/08/2016

coober

Da Agência Ambiente Energia - O município de Paragominas, no estado do Pará, ganhou a primeira cooperativa de energia renovável do Brasil. A energia gerada no empreendimento através de uma microusina de energia solar fotovoltaica, será descontada diretamente da conta da concessionária.

A novidade começou a operar no mês de agosto na Cooperativa Brasileira de Energia Renovável (Coober), onde fica a microusina com capacidade de 75 KWp, potência e que deve ser ampliada em breve. A Coober foi criada em fevereiro deste ano, com base nas novas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que estimulam ageração de energia pelo próprio consumidor.
A microusina reúne 288 placas fotovoltaicas que possuem capacidade de produção média de 11.550 KW/h por mês. De acordo com a cooperativa toda energia será injetada no sistema da rede Celpa. O resultado será rateado entre os cooperados e descontado diretamente na conta de energia.
Para a Coober, as vantagens de se produzir energia renovável (solar fotovoltaica) em cooperativa e não de maneira individualizada são várias. Entre elas: menor valor investido, já que os custos são divididos por 23; mobilidade na produção, os cooperados podem mudar de endereço sem se preocupar com os equipamentos; desenvolvimento de uma cultura de colaboração; melhor escolha/avaliação das opções, mais pessoas pensando com o mesmo objetivo; melhor relação com a concessionária; e tratativas mais adequadas de benefícios e isenções fiscais.

Rio de Janeiro e Belém entre as cidades com melhor retorno econômico para energia solar

Fonte: Ambiente Energia 30/08/2016

energia solar
Da Agência Ambiente Energia - A Comerc Energia divulgou dados importantes para o mercado de energia solar através do Índice Comerc Solar — um ranking para que consumidores de energia e interessados podem avaliar a oportunidade de investir em projetos de energia solar fotovoltaica.
Segundo a gestora de energia, a cidade do Rio de Janeiro e Belém são as capitais brasileiras onde a energia solar apresenta o melhor retorno econômico, levando-se em conta fatores como a irradiação solar, o ICMS cobrado na cidade e a tarifa de energia cobrada pela distribuidora local.
No ranking das cinco capitais onde os projetos de baixa tensão têm o melhor retorno no Brasil também estão Fortaleza (CE), Recife (PE) e Goiânia (GO). Os consumidores conectados à baixa tensão são pequenos negócios, condomínios, hospitais, shopping centers e residências. Os Dados atuais de geração distribuída da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), neste mês, indicam um total de 3.981 conexões de energia fotovoltaicas no país.