sexta-feira, 20 de abril de 2012

Delmiro Gouveia, um herói no sertão

Um interessante artigo apresentado no sítio Desenvolvimentistas onde não foi citado o autor, contando a história de Delmiro Gouveia.
Fiquei tentando lembrar o nome de algum empreendedor parecido na história da Amazônia. Não consegui nenhum de memória. Só recordo dos grandes empresários ou empresas que aqui chegaram vindo de outras bandas com a finalida de extrair os recursos dessa terra de enclaves que tiveram personagens como Percival Farquhar da Madeira Mamore e Porto de Belém subvencionados pelo Estado, Daniel Ludowig no Jari, Octávio Lacombe em Presidente Figueiredo, a Ford e suas seringueiras em Belterra, A ICOMI no Amapá, a VALE, e muitas outras que aui chegam e querem explorar todos os recurso, com pouca ou nenhuma preocupação com os locais e suas necessidades como fazia Delmiro. Acredito que se houvesse o final da história seria semlhante ao do grande nordestino.

A história de Delmiro Gouveia, quase desconhecida entre nós, é formada de todos os ingredientes, até mesmo os românticos. Conseguindo acumular capital a partir de um pequeno comércio de couros, Delmiro Gouveia enfrentou administrações reacionárias e corruptas e idealizou uma espécie de milagre sertanejo que, no âmbito de sua fábrica de linhas de coser, em Pedra, Alagoas, antecipou conquistas sociais que até hoje não foram conseguidas pela esmagadora maioria dos trabalhadores brasileiros.
Em um trabalho de fôlego publicado em um dos volumes de os grandes enigmas de nossa história, edição de 1981 da Otton Pierre Editores Ltda, o comentarista Nilson Lage relata uma das mais insólitas realizações ocorridas em nosso país."Se fosse nos Estados Unidos", afirma Nilson Lage, "Delmiro Gouveia teria um busto em cada federação das indústrias, um retrato em cada Lyons Clube, um lugar de honra na cartilha de moral e civismo da escola primária, mais ou menos como acontece com Benjamin Franklin, Thomas Edison ou Henry Ford. Como estamos no Brasil, falar em Delmiro Gouveia é coisa de mau gosto nos meios empresariais, pois até para ser enredo de escola de samba (a Império da Tijuca, no Rio de Janeiro, em 1980) foi preciso que acontecesse antes uma abertura política". Delmiro combateu a oligarquia e foi morto pelo imperialismo.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Entrevista com Ricardo Abramovay

 Repensar a economia. O desafio do século XXI.

 Fonte: Portal Ecodebate17/04/2012

“Não se trata de contestar o crescimento econômico por si só. Trata-se de fazer a pergunta que a ciência econômica habitualmente não faz: crescer para quê, para produzir o quê, para ter qual resultado na sociedade?”, questiona o professor titular do Curso de Economia da Universidade de São Paulo – USP.


Embora tenha sido possível produzir bens de consumo emitindo 21% a menos de gases de efeito estufa e consumindo 23% menos materiais, o crescimento econômico mundial foi tão expansivo, nas últimas duas décadas, que os esforços econômicos e ambientais não surtiram efeito. Com base nessas informações, e partindo de uma posição moderada, nem pessimista nem otimista demais, o professor da USP, Ricardo Abramovay (foto abaixo), destaca que, no atual período de transição para uma economia de baixo carbono, os desafios para o planeta atingir a sustentabilidade perpassam por mudanças não só na forma de produzir bens de consumo e serviço, mas também de repensar a Ciência Econômica.
Essas foram as discussões centrais da palestra que Abramovay ministrou na Unisinos, na última quarta-feira, 12-04-2012, participando do Ciclo de palestras Rio+20, promovido pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Apesar de ser favorável ao conceito de economia verde, um dos temas centrais a ser abordado na Rio+20, ele é enfático: “Reconhecer a importância das inovações tecnológicas embutidas na ideia de economia verde não significa dizer que a economia verde e, muito menos o suposto crescimento verde, são capazes de resolver os problemas do século XXI”. Para ele, a desconfiança que os diferentes participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável têm em relação à efetividade da economia verde “tem razão de ser”. E esclarece: “Essa desconfiança só será atenuada caso se consigam associar as inovações tecnológicas da economia verde – que são importantes e necessárias, a partir da ideia de limites e luta contra as desigualdades”.
Antes do evento, Abramovay conversou com IHU On-Line pessoalmente e falou sobre o que significa repensar a economia e os desafios intelectuais e políticos que envolvem essa discussão. Segundo ele, o momento atual exige mudanças decisivas especialmente “nos propósitos da vida econômica. (…) Para a ciência econômica (a Economics) o sentido da vida econômica não é algo que deva ser questionado: porque cada indivíduo vai cuidar de si e o resultado vai ser o melhor para todo mundo. Isso talvez fosse verossímil em um mundo de três bilhões de pessoas. Mas em um mundo tão desigual e rumando para 10 bilhões de habitantes, temos que nos perguntar para que se produz e quais são as finalidades da vida econômica. É nesse sentido que penso que precisamos ir além da economia, ou seja, repensar a economia com base nas suas origens, como uma ciência organicamente integrada à questão do bem viver e da ética. E não como uma mecânica dos interesses individuais de cuja interação resultaria, de forma não intencional, não voluntária, maior riqueza e, portanto, supostamente, maior bem-estar”, esclarece.
O professor também comenta a atuação dos líderes políticos que, preocupados com o crescimento econômico, não estão atentos às questões ambientais. Em relação aos governos de esquerda e a um projeto que minimize as desigualdades sociais, ele enfatiza que “as grandes aspirações emancipatórias que marcam os movimentos socialistas desde o início do século XIX terão que ser concebidas hoje no âmbito de uma sociedade em que mercados e empresas privadas terão um papel decisivo e que não será esvanescente”. Uma discussão profunda, assegura, consiste em “repensar o mercado, vislumbrar a possibilidade de fazer dele um dos mais importantes instrumentos de transformação social. Mas não se trata absolutamente de suprimi-lo, nem imaginar que é possível ter uma instância exterior ao mercado que o controlasse e que seria o Estado”.
Ricardo Abramovay é graduado em Filosofia, mestre em Ciência Política e doutor em Sociologia. É professor titular do curso de Economia da Universidade de São Paulo – USP. Para acompanhar as publicações do pesquisador, acesse sua home page abramovay.pro.br, ou pelo Twitter @abramovay.
Confira a entrevista.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Entidades da sociedade civil lançam GT para combater trabalho escravo e desmatamento na produção de carvão


Mais uma vez ficamos atrás em iniciatiavas que interessam diretamente nossa região, e iremos embarcar, ou não (pois muitas vezes não percebemos representatividade nelas) em iniciativa que deveria ter partido da sociedade civil do entorno das guseiras onde o problema é mais concentrado, e que são diretamente afetada pelos problemas socioambientais causados por essa atividade. É certo que a voz das entidades locais não repercutiria na mesma intensidade de em Instituto Ethos, porém fica a impressão que não há organizações sociais ativas que se ocupem em propor e/ou reivindicar soluções para os problemas existentes, principalmente de ordem social e ambiental. 

Fonte: Ecodebate 13/04/2012

O Instituto Ethos de Responsabilidade Social, a Rede Nossa São Paulo e o WWF Brasil apresentaram ontem (12) na capital paulista uma agenda de compromissos e critérios para tornar a cadeia produtiva de carvão vegetal siderúrgico mais sustentável. Na ocasião nove empresas assinaram o termo de compromisso para participar do trabalho. Outras 40 devem se incorporar ao documento ao longo do ano.

A iniciativa será conduzida pelo Grupo de Trabalho do Carvão Sustentável, criado pelas organizações da sociedade civil, que definirá sua estratégia de atuação a partir dos resultados da pesquisa Combate à Devastação e ao Trabalho Escravo na Produção do Ferro e do Aço, em fase de finalização. Esse estudo, que será apresentado em duas semanas, teve a apresentação adiada para acréscimo de dados.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Indústria do Pará foi a que mais cresceu no país

Pará ultrapassou estados com tradição na indústria, como Rio de Janeiro (3,7%), Minas Gerais (3,0%), e São Paulo (1,5%)

Indústria do Pará

O setor industrial do Pará foi o que mais cresceu no país no início deste ano, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE ontem. Na passagem de janeiro para fevereiro de 2012, o estado alcançou um crescimento de 6,2%, cerca de 450% acima da média nacional, que ficou em 1,3%. O Pará ultrapassou estados fortes e com tradição na indústria, como Rio de Janeiro (3,7%), Minas Gerais (3,0%), Ceará (2,5%) e São Paulo (1,5%).
Na comparação com fevereiro de 2011, que teve um dia útil a menos no calendário, o Pará também apresentou resultado positivo de 0,1%, enquanto a média nacional registrou queda de -3,9%. Em fevereiro deste ano, também cresceu a indústria dos Estados do Espírito Santo (1,3%) e região Nordeste (0,8%). Por outro lado, Paraná (-7,7%), Goiás (-3,9%) e Rio Grande do Sul (-3,5%) assinalaram as taxas negativas mais acentuadas.
O supervisor técnico do Dieese do Pará, Roberto Sena, avalia positivamente o resultado. “Esse é um resultado extremante promissor para o Pará, ainda mais por se tratar de um setor tão importante, que é o da indústria, pelo potencial de desenvolvimento que agrega”, afirma.
Fonte: Agência Pará

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Estudo aponta que acesso a financiamentos para linha verde é irrisório

 

Mais um problema que pode ser visualisado como oportunidade para nossas instituições financiadoras. Acesso fácial a linhas de financiamentos "verdes" é uma prática à muito necessária que não se concretiza por falta de um esforço verdadeiro (falta vontade política) no sentido de construir uma estrutura mais simplificada para que nossos produtores rurais consigam mudar seus modos de utilização dos recursos naturais para um modo mais sustentável, como é o desejo da grande maioria.
  
Fonte: Agência Brasil 06/04/2012
Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar do volume de empréstimos desembolsados para práticas sustentáveis no campo ter dobrado na safra agrícola 2011/2012, os níveis de acesso às chamadas linhas verdes ainda são irrisórios. A conclusão é do estudo Financiamento Agroambiental, lançado pelo Instituto Socioambiental (ISA), que aponta gargalos na operacionalização desse incentivo econômico, a partir de entrevistas com 87 produtores e três agentes financeiros, desde 2010.
De acordo com a engenheira agrônoma Léa Vaz Cardoso, assessora do ISA, o financiamento impõe desafios tecnológicos ao produtor brasileiro. O carro-chefe dessas linhas de crédito é o Programa para a Redução de Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (ABC), lançado em 2010, que propõe modelos mistos de produção.
“As linhas financiam tecnologias um pouco mais complexas que as tradicionais, são sistemas diversificados. Quando você compara uma lavoura de soja em monocultivo, o pacote tecnológico é completamente conhecido. Quando coloca um sistema integrado como lavoura-pecuária-floresta, você passa a ter três produtos numa mesma área, com diferentes prazos e ciclos”, disse.
Um outro ponto, segundo a agrônoma, é que os agricultores não conhecem essas linhas diferenciadas. “O produtor até pode ter intenção de, por exemplo, recuperar áreas de proteção permanente (APP), mas ainda não faz por questões financeiras. E ainda tem a indefinição de decisões sobre o novo Código Florestal e a burocracia ambiental, que assustam esse produtor”, disse a assessora.
A solução, na opinião de Léa Vaz Cardoso, está em investimentos em capacitação e na divulgação e promoção de tecnologias. A agrônoma ainda defende que os benefícios “verdes” sejam ampliados dentro de linhas de crédito tradicionais, incluindo uma espécie de “reconhecimento e premiação” aos agricultores que conservam ou recuperam APPs, por exemplo.
“O agricultor incorre em um custo ao preservar essas áreas. A gente está com uma legislação que está preste a mudar, mas o comando-controle sozinho não é suficiente. O instrumento econômico é complementar à legislação. E não há mal algum, na nossa visão, ajudar o agente econômico a cumprir a lei”, disse Léa Cardoso.
Ainda faltam três meses para o fim do ano agrícola (2011/2012), mas o Banco do Brasil já contabiliza R$ 430 milhões desembolsados. Em toda a safra anterior, o banco desembolsou pouco mais de R$ 230 milhões. A agrônoma do ISA considera que o incremento é resultado de uma ação maior do agente financeiro e do governo, mas alerta que o valor “ainda é marginal em relação aos outros créditos. Estamos falando em quase R$ 500 milhões para linhas sustentáveis, sendo que já foram emprestados mais de R$ 70 bilhões para outras práticas, ou seja, menos de 1% na conta”.
O diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, Clênio Severio Teribele, não acredita na insegurança dos produtores brasileiros. “Basta verificar o crescimento da produtividade no Brasil, que a gente atribui a competência dos nossos agropecuaristas”, disse. Mas o executivo do banco admite o desconhecimento do crédito e a falta de capacitação para a tomada do financiamento.
“O que a gente percebe é que o mercado ainda não conhece essas linhas. Temos dificuldade na obtenção de bons projetos. A assistência técnica não chega a todos os locais e precisamos que chegue”, disse Teribele, acresentando que o banco está investindo em uma rede de parcerias com cooperativas, agrônomos e técnicos, para o treinamento para elaboração de projetos. “Temos todos os motivos para acreditar no bom desempenho dessas linhas”, disse.
Edição: Fernando Fraga
Após um conturbado período onde se definia meu futuro próximo, retorno a Belém e a postagem aqui no Amazonidade.