Mais
uma vez ficamos atrás em iniciatiavas que interessam diretamente nossa região,
e iremos embarcar, ou não (pois muitas vezes não percebemos representatividade nelas)
em iniciativa que deveria ter partido da sociedade civil do entorno das guseiras
onde o problema é mais concentrado, e que são diretamente afetada pelos
problemas socioambientais causados por essa atividade. É certo que a voz das entidades locais não repercutiria na mesma intensidade de em Instituto Ethos, porém fica a impressão que não há organizações sociais ativas que se ocupem em propor e/ou reivindicar soluções para os problemas existentes, principalmente de ordem social e ambiental.
Fonte: Ecodebate
13/04/2012
O
Instituto Ethos de Responsabilidade Social, a Rede Nossa São Paulo e o WWF
Brasil apresentaram ontem (12) na capital paulista uma agenda de compromissos e
critérios para tornar a cadeia produtiva de carvão vegetal siderúrgico mais
sustentável. Na ocasião nove empresas assinaram o termo de compromisso para
participar do trabalho. Outras 40 devem se incorporar ao documento ao longo do
ano.
A
iniciativa será conduzida pelo Grupo de Trabalho do Carvão Sustentável, criado
pelas organizações da sociedade civil, que definirá sua estratégia de atuação a
partir dos resultados da pesquisa Combate à Devastação e ao Trabalho Escravo na
Produção do Ferro e do Aço, em fase de finalização. Esse estudo, que será
apresentado em duas semanas, teve a apresentação adiada para acréscimo de
dados.
Presente
ao lançamento, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que a
competitividade da indústria deve ocorrer em bases sustentáveis, originadas no
uso do carvão vegetal a partir de floresta plantada. “Não tem sentido queimar
mata nativa para produção vegetal. Se conseguirmos estabelecer um processo de
reflorestamento com competitividade, geramos emprego, acabamos com o trabalho
escravo e fazemos com que se possa trabalhar com toda a cadeia de maneira
sustentável”.
O
vice-presidente do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi, ressaltou que, em 2010,
foram produzidos 15 milhões de metros cúbicos de madeira para carvão, segundo
dados da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf). Já
a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica a produção de 6,2 milhões de
toneladas de carvão. “Para produzir essa quantidade, são necessários em média
36 milhões de metros cúbicos de madeira. Então, tem 21 milhões faltando e que,
obviamente, vêm de floresta nativa”.
Segundo
o vice-presidente, para resolver o problema e impedir a continuidade do
desmatamento, há três alternativas: plantar floresta, fazer o manejo adequado
ou diminuir a atividade. Itacarambi destacou que o melhor caminho é produzir
florestas com manejo correto da produção, a partir de técnicas que gerem maior
produtividade e ofereçam incentivos. “É necessário também dar condições
decentes de trabalho nesse processo todo, na produção da madeira, do carvão e
na cadeia toda”.
Itacarambi
explicou que o trabalho que levou à criação do GT começou na identificação do
desmatamento ilegal e do trabalho escravo na cadeia do carvão, seguido pela
descoberta de onde esse produto é utilizado. “Com isso foi possível estabelecer
diálogo com as empresas envolvidas, cobrando ações e posições quanto ao
problema”, disse.
Entre
os compromissos assumidos pelo GT estão a definição de princípios e critérios
para a produção sustentável de carvão vegetal; a criação de protocolos para
auditoria; a identificação do impacto ambiental causado pela cadeia; o
estabelecimento de programa de fomento; a ampliação da base florestal plantada
e manejada para garantir abastecimento de carvão vegetal sustentável até 2020;
e, finalmente, o acompanhamento da implementação de políticas públicas no
setor.
Reportagem
de Flávia Albuquerque, da Agência
Brasil
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