quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Assim nasceu Fordlândia

Fonte: Revista de Historia da Biblioteca Nacional 01/09/2014

As particularidades da selva amazônica frustraram a tentativa do magnata Henry Ford de criar um polo de extração da borracha

Antonio Marcos Duarte Jr.



Henry Ford tinha 40 anos quando, contando com 11 sócios e investimento inicial de US$ 28 mil, fundou a Ford Motor Company. O ano era 1903, e começava ali a trajetória de um dos empresários que ajudariam a elevar os Estados Unidos à posição de potência mundial. Seu nome ficou para sempre associado a uma revolução do capitalismo, mas o sucesso não o acompanhou quando tentou aventurar-se em uma audaciosa empreitada tropical. Na Amazônia, Henry Ford fracassou. 
Uma das táticas bem-sucedidas do empresário consistia em tomar para si a produção dos insumos usados em suas fábricas, para depender o mínimo possível de fornecedores externos. Obter borracha natural era um problema: o monopólio dos britânicos sobre a oferta mundial do produto incomodava-o profundamente. Sob a influência de um de seus poucos amigos, Harvey Firestone (que se tornaria o líder dos pneus nos Estados Unidos por mais de oito décadas), Henry Ford passou a considerar ter a sua própria plantação de seringueiras. Mas onde plantar seringueiras? Que tal na região de onde as sementes das plantações britânicas no Sudeste asiático haviam sido furtadas? Foi assim que o homem mais rico do mundo decidiu possuir a maior plantação de seringueiras do mundo, na região do rio Tapajós, no Pará. 
Os governos federal e estadual receberam com incontida satisfação a notícia dos investimentos, facilitando a instalação dos norte-americanos na Amazônia. A Companhia Ford Industrial do Brasil teve a sua escritura pública aprovada em 10 de outubro de 1927. Dois navios foram enviados para Santarém levando em seus porões tudo o que se imaginava necessário para a construção de uma cidade: tratores, geradores, enxadas, machados, britadeiras, equipamentos hospitalares, concreto, uma fábrica de gelo. Curiosamente, não havia nenhum arquiteto, urbanista ou engenheiro sanitário na expedição inicial. 
Confira na edição de setembro, nas bancas.

População do norte cresce além da média com grandes obras

Fonte: Brasil Econômico 03/09/2014


Grandes obras e exploração de novas fronteiras agrícolas e minerais impulsionaram o crescimento demográfico da região nos últimos 10 anos, de acordo com dados divulgados pelo IBGE

Nicola Pamplonanicola.pamplona@brasileconomico.com.br
Rio - Em números absolutos, São Paulo continua ditando o ritmo do crescimento demográfico brasileiro, mas uma análise dos dados divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a população da Região Norte tem crescido de forma acelerada nos últimos anos, impulsionada por grandes obras de infraestrutura e o aquecimento da atividade extrativa. Entre 2004 e 2014, o número de habitantes aumentou acima da média brasileira em todos os estados da região, em um processo de urbanização que cria desafios para os gestores locais, segundo especialistas. Na outra ponta, Sul e Sudeste registraram aumento relativo inferior à media no período. 
Um recorte nas projeções de população brasileira divulgadas na última semana pelo IBGE mostra um crerscimento de 11% entre 2004 e 2014, chegando a 202.768.562 habitantes. O cálculo é feito anualmente, com base no dia 1ª de julho, e este ano passou a integrar uma página no site do IBGE que acompanha a projeção em tempo real. Levantamento feito pelo Brasil Econômico aponta que, desde 2004, 15 estados e o Distrito Federal cresceram acima da média — a maior parte localizada no Centro-Oeste, nova fronteira agrícola, e no Norte. Entre as cinco maiores taxas de crescimento, quatro estão no Norte: Amapá, Roraima, Acre e Amazonas (a outra pertence ao DF). 
Segundo especialistas, a base de comparação mais favorável e a alta taxa de fecundidade, ainda superior à média nacional, explicam parcialmente o fenômeno. Mas os dados do IBGE apontam também um fluxo migratório expressivo para a região, o que pode ser explicado pelo impulso econômico provocado por grandes obras e pela atividade de mineração. “Há um crescimento vegetativo, mas podemos ver pelo saldo migratório que existe também um componente econômico”, diz Luciano Gonçalves, pesquisador do IBGE. “A região vive um momento de grandes projetos, como a hidrelétrica de Belo Monte, a mina de Carajás e instalação de novas fábricas”, completa. 
No período levantado pelo Brasil Econômico , o fluxo migratório dos estados da Região Norte é positivo em 47.873 habitantes. É um valor pequeno, se comparado ao Centro-Oeste (827.281), mas com impacto sobre os indicadores demográficos da região. E são puxados para baixo pelo Pará, que apresentou fluxo demográfico negativo de 87.697 no período. “Há grande migração entre os estados da região e também de trabalhadores vindos do Nordeste, principalmente do Maranhão”, diz Luis Aragón, pesquisador do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea) da Universidade Federal do Pará. 

Polinização do açaí pode aumentar a produção em até 40%

Fonte: EcoDebate 03/09/2014


Açaizeiros na várzea. Foto: Wikipedia

“Colocando a abelha certa para polinizar o açaí pode haver um aumento de até 40% na produtividade dos frutos da palmeira”, afirma o pesquisador Giorgio Venturieri, da Embrapa Amazônia Oriental. E essa “abelha ideal” para polinizar o açaí com eficiência e eficácia já foi identificada. É uma espécie do gênero Scaptotrigona e que ainda está em fase de descrição taxonômica e por isso não tem nome científico de espécie, apesar de bem conhecida pelos criadores de abelhas nativas do Pará, que as chamam de “abelha-canudo”.

Polinização do açaí pode aumentar a produção em até 40%

Conhecida provisoriamente como Scaptotrigona sp, é nativa da região amazônica e não possui ferrão. O pesquisador diz que as vantagens de utilizar uma abelha da região são inúmeras, entre elas a ecológica, “com uma abelha nativa não é necessário introduzir um animal exótico à região, que poderia competir com os animais nativos”, explica Venturieri. A valorização do conhecimento local é um outro ponto destacado pelo pesquisador e também o fato de ser um animal de fácil manejo e seguro para o produtor.
O açaí necessita de polinização cruzada, ou seja, os grãos de pólen de uma flor devem encontrar o estigma (órgão reprodutor feminino) de uma flor de outra planta da mesma espécie. Na prática isso significa dizer que o cruzamento acontece entre flores de touceiras diferentes e não da mesma touceira.

AM: Justiça mantém suspensão de implantação de polo naval por falta de consulta prévia

Fonte: EcoDebate 03/06/2014


MPF realizou seminário sobre consulta prévia, livre e informada com a participação de comunitários, movimentos sociais, representantes do Estado do Amazonas e do Exército
MPF/AM: Justiça mantém suspensão de implantação de polo naval por falta de consulta prévia
A Justiça Federal no Amazonas manteve a suspensão de todas as atividades relativas ao projeto de implantação do Complexo Naval, Mineral e Logístico (Polo Naval), enquanto não realizada a consulta prévia, livre e informada das comunidades ribeirinhas que vivem na região, nos termos da Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Adecisão foi proferida no curso de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM), depois que o Estado do Amazonas apresentou pedido de revisão dedecisão liminar expedida em maio deste ano, que suspendeu as medidas para instalação do polo.
A decisão liminar proferida em maio e a manutenção do entendimento, na decisão expedida no dia 26 de agosto, são fundamentadas na ausência de consulta prévia, livre e informada a, pelo menos, 19 comunidades tradicionais localizadas na margem esquerda do rio Amazonas, na região do Puraquequara.
No último sábado, dia 30 de agosto, o MPF/AM promoveu, na sede da instituição, um seminário para apresentar os objetivos da consulta prévia e os aspectos que precisam ser considerados para que ela seja válida. O evento reuniu cerca de 90 pessoas, entre comunitários, representantes de movimentos sociais, do projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan), da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e do Exército.
Os procuradores da República Fernando Merloto Soave e Julio José Araujo Junior apresentaram os fundamentos previstos na Convenção nº 169/OIT, legislação internacional que trata dos direitos dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, inlcuindo o direito à terra, aos recursos naturais e à consulta prévia. O Decreto Legislativo nº 143/2002 obriga o Brasil a obedecer o que diz a convenção.
Formato da consulta – A consulta é um procedimento de participação exclusivo dos povos indígenas e comunidades tradicionais, cuja realização é de responsabilidade dos governos, cobrindo todas as despesas do processo. Todas as medidas que afetem comunidades tradicionais devem ser submetidas à consulta prévia, que precisa ser realizada desde as primeiras etapas de planejamento, antes da tomada das decisões. “É comum que, mesmo antes do estudo de impacto ambiental, se faça estudos de solo, de água, para definir o projeto, mas se esquece do fator humano, fazendo a consulta numa lógica apenas homologatória, quando as decisões já estão tomadas”, destacou Soave.
Outro aspecto importante é a liberdade para participação ou não dos comunitários na consulta e a possibilidade de concordar ou não com as propostas apresentadas, sem que sejam pressionados de alguma forma. Todas as informações sobre a proposta devem ser apresentadas claramente, de forma que os comunitários compreendam os possíveis impactos positivos e negativos da medida que pode ser tomada, e a consulta deve ser realizada de boa-fé, com o objetivo de construir um acordo, um consenso em torno da proposta.
O processo de consulta deve incluir reuniões preparatórias, quando será aprovado o Plano de Consulta, que deverá detalhar as regras do processo, o local, a forma de decisão, as datas; reuniões informativas, quando o governo repassará todas as informações às comunidades; discussão interna do assunto pelas comunidades, sem a presença do governo; negociação, quando as comunidades dirão se concordam ou não com a proposta, podendo apresentar sugestões; e decisão final, com indicação da posição dos comunitários, formalizada em ata.
Com relação à implantação do polo naval, o Estado do Amazonas não observou estas etapas. “Simplesmente informar que vai haver a consulta não atende ao que prevê a convenção. Esse processo de consulta deve ser construído com as comunidades, conhecendo a sua realidade”, explicou Soave.
Um dos participantes foi Rubens Martins, morador da comunidade Santa Luzia do Tiririca, uma das comunidades potencialmente afetadas pela implantação do polo naval. Ele relatou que sua família vive no local, à margem esquerda do rio Amazonas, há mais de cem anos e que a comunidade desenvolve projeto de psicultura que beneficia diretamente cerca de 50 famílias. “As medidas que já foram tomadas ainda valem, já que não foi realizada a consulta prévia com as comunidades?”, questionou.
Revogação do decreto – O procurador da República Julio José Araujo Junior explicou que a maneira como o Estado do Amazonas declarou de utilidade pública a área a ser utilizada para a implantação do polo naval, por meio do Decreto nº 32.875/12 – que afeta diretamente as comunidades da margem esquerda do rio Amazonas – não é válida, porque não foram observados os requisitos da Convenção nº 169/OIT.
O secretário executivo de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas, Ronney Peixoto, informou que o Estado do Amazonas vai se manifestar em breve ao MPF sobre a revogação do decreto, já que a consulta não foi realizada antes de definir a área afetada.
O MPF indicou ainda que, em razão da decisão liminar da Justiça Federal que suspende todas as medidas relativas à implantação do polo naval, a Seplan deve informar à Justiça qualquer ato que envolva as comunidades, sob pena de descumprir a decisão judicial.
“Nós não estamos aqui para parar o desenvolvimento do Estado. Nós queremos que o Estado cresça, mas nós queremos também ser respeitados”, afirmou Francisco Silva, presidente da Associação de Moradores da Comunidade São Francisco do Mainã, que também participou do seminário.
Devem ser realizadas ainda, com o apoio do MPF/AM, reuniões de capacitação dos moradores, nas próprias comunidades, a respeito da Convenção nº 169/OIT, para que eles possam participar ativamente da construção do plano de consulta. As datas das próximas reuniões serão definidas posteriormente.
Fonte: Procuradoria da República no Amazonas

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Aviões farão medidas para avaliar impactos da poluição no regime de chuvas da Amazônia




queimada

Durante o mês setembro, período de transição da estação seca para a chuvosa na Amazônia, dois aviões de pesquisa, um dos Estados Unidos e outro da Alemanha, farão voos diários para medidas da poluição urbana e de queimadas e de nuvens na região. Os sobrevoos fazem parte de uma campanha científica internacional, com o suporte de instrumentos em solo, com o objetivo de avaliar o impacto da poluição no ciclo de vida de nuvens, na formação de nuvens de tempestades, no balanço da radiação e no clima da região amazônica. Os aviões farão medidas nos arredores de Manaus e a aeronave alemã percorrerá regiões do Arco do Desflorestamento, próximas, por exemplo, a Porto Velho (RO) e Alta Floresta (MT).
Diversas instituições científicas brasileiras e estrangeiras – Agência Espacial Brasileira (AEB), Agência Espacial da Alemanha (DLR), Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Universidade de São Paulo (USP), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Max Planck e Universidade de Leipzig – e agências de fomento e apoio à pesquisa – FAPESP e FAPEAM – participam e apoiam esta grande campanha científica, reunindo centenas de pesquisadores e pessoal técnico. Além dos aviões, diversos instrumentos em solo, instalados nos arredores de Manaus, farão medidas combinadas para compor um grande banco de dados que já vem sendo compartilhado entre as instituições participantes.
A primeira campanha intensiva de medidas, o IARA (Intensive Airborne Experiment in Amazonia), que integra o Programa GoAmazon, foi realizada no início do ano, com a participação do avião Gulfstream-1 (G-1), do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Nesta segunda campanha, que se inicia na próxima semana, o G-1 volta a campo, em voos combinados, em diferentes altitudes, com os do avião alemão HALO (High Altitude and Long Range Aircraft), que chega a voar a 15 quilômetros de altitude. Os voos das aeronaves irão ocorrer em diferentes situações: céu limpo, com plumas de fumaça e diferentes tipos de nuvens.A aeronave alemã também fará voos de longa distância, cobrindo regiões do Arco do Desflorestamento, com o objetivo de estudar o impacto de áreas de desflorestamento e das queimadas na dinâmica das nuvens.

Linhão de Tucuruí ameaça fragmentar Reserva Florestal Adolpho Ducke do Inpa

Fonte: EcoDebate 02/09/2014


Reserva Florestal Adolpho Ducke
Pesquisadores do Inpa visitaram a reserva para discutir a localização mais apropriada para os corredores ecológicos
trecho da subestação Lechuga-Jorge Teixeira, que passa por dentro Ducke, ameaça isolar a Reserva das matas primárias do Puraquequara. Uma parte da área da quina sudeste da Reserva já foi desmatada
Por Luciete Pedrosa – Ascom Inpa
Foto: Paulo Maurício – Acervo Inpa
A Reserva Florestal Adolpho Ducke do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) teve uma parte de sua área desmatada pela Eletrobrás. A empresa interferiu na quina sudeste da reserva, numa área de cerca de 5.900 metros quadrados, para receber as linhas de transmissão de energia vindas da hidrelétrica de Tucuruí (PA), no trecho da subestação Lechuga-Jorge Teixeira.
Pesquisadores do Inpa se mostraram contrários ao corte de floresta. Eles temem pela fragmentação da reserva e propõem que se façam dois corredores ecológicos, cada um cerca de mil metros de largura por quatro quilômetros de extensão, com o objetivo de manter a conectividade da Reserva Ducke com a mata primária da área do Puraquequara. A passagem do linhão e os desmatamentos já realizados pela Eletronorte ameaçam severamente a conectividade florestal.
Com a interferência realizada pela Eletrobras, várias árvores da Reserva Ducke perderam suas copas nas margens do desmatamento. Segundo o pesquisador Paulo Maurício de Alencastro Graça, coordenador de Dinâmica Ambiental do Inpa, a desestruturação do dossel da floresta permite uma maior entrada de luz no interior da mata, deixando-a mais propícia a incêndios florestais.
“Trabalhos publicado pelo Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF/ Inpa) mostram também que as árvores localizadas nestas bordas são mais afetadas por vento, aumentando a queda de árvores”, disse o pesquisador.
O Inpa constituiu uma comissão técnica para avaliar os impactos que o linhão poderá causar na reserva. No último dia 20, técnicos do Inpa e da Eletrobras visitaram a reserva para discutir a localização mais apropriada para os corredores ecológicos.
O linhão da Eletrobrás, que é interligado à subestação de Lechuga-Jorge Teixeira, localizada no quilômetro 22 da rodovia AM-010 (Manaus-Itacoatiara), gerará energia de alta tensão com capacidade de 230 kV. Essa subestação afeta áreas de pesquisas e um dos três acampamentos da Ducke, o Ipiranga, além das grades (áreas) de estudos permanentes da biodiversidade na reserva. A Ducke possui ainda os acampamentos Bolívia e Tinga. A obra do linhão é uma promessa para acabar com os problemas de energia elétrica no Amazonas e conectar a Região Norte ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Segundo o pesquisador Paulo Maurício, o linhão da Eletrobrás ameaça aumentar a vulnerabilidade da Reserva Ducke ao desmatamento e ao corte ilegal de madeiras com a presença de algumas estradas no interior da reserva. “O linhão está dando mostra que facilita o acesso à floresta para as práticas de crimes ambientais, como a caça, corte ilegal de árvores e ocupação irregular”, alertou.
Para a pesquisadora do Inpa e membro da comissão técnica, a bióloga e doutora em Ecologia dos Ecossistemas, Rita Mesquita, a intenção inicial da Eletrobrás era passar o linhão por fora da reserva. “Agora, a empresa informou ao Inpa, por meio de ofício, que o linhão já está passando por dentro da Reserva Ducke”, revelou.