quinta-feira, 26 de junho de 2014

PA: Justiça Federal anula licença ambiental para o projeto Belo Sun

Fonte EcoDebate 26/06/2014

belo sun
Mapa: ISA


Mineradora canadense não fez estudo do impacto sobre indígenas afetados por projeto de mineração no rio Xingu, em Altamira, no Pará
A Justiça Federal publicou sentença em que confirma decisão liminar (urgente), de novembro do ano passado, de suspensão do licenciamento ambiental do projeto Volta Grande de Mineração, planejado pela mineradora canadense Belo Sun para a mesma região onde está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. A sentença também anulou a licença prévia expedida para o projeto. A expedição da licença havia sido anunciada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) do estado do Pará, em dezembro de 2013.
Assim como na decisão liminar, do juiz federal Sérgio Wolney de Oliveira Batista Guedes, a sentença assinada pelo juiz federal Cláudio Henrique Fonseca de Pina condicionou o licenciamento à elaboração prévia, pela mineradora, do estudo de componente indígena, parte do Estudo de Impacto Ambiental que trata dos impactos do projeto sobre os povos indígenas, seguindo as orientações da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Segundo a sentença, as provas apresentadas no processo — iniciado a partir de ação do Ministério Público Federal (MPF) — mostram que é “fato incontroverso” que o projeto causará impactos para índios da região, especificamente para os povos das Terras Indígenas Paquiçamba, Arara da Volta Grande e Ituna/Itatá, “com reflexos negativos e irreversíveis para a sua qualidade de vida e patrimônio cultural”.

Cai ritmo de desmatamento na Amazônia

Fonte EcoDebate 26/06/2014

MA Destruição da mata tem sido menor Destruição da mata tem sido menor
Número de alertas entre agosto e maio deste ano foi 24% menor

LUCAS TOLENTINO*, MMA
Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal caíram 24% entre agosto de 2013 e maio deste ano. No intervalo, o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) registrou 1.771,86 km2 de mudança de paisagem na região, contra os 2.337,81 km2 verificados no período imediatamente anterior. A redução decorre de medidas como as operações de fiscalização em terra e a instalação de bases móveis dentro da Floresta.
Feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o sistema se baseia em imagens diárias de até 25 hectares capturadas por satélite. Os dados funcionam como uma análise da alteração da paisagem da região amazônica, que podem ocorrer por conta de questões como desmatamento para obtenção de madeira ilegal ou até de queimadas naturais. O Deter funciona, portanto, como um suporte para a fiscalização.
ESTADOS

terça-feira, 24 de junho de 2014

Governos devem colocar as pessoas no centro das políticas florestais, diz FAO

Parace citar o óbvio o título da postagem, porém verificamos em muitos discursos a apresentação da floresta ou do recurso natural de flora e fauna, como mais importante que o ser humano e pelo outro extremo a exploração predatória e inadmissível que passa por cima desse ser humano, principalmente o que convive com a floresta e seus entornos prejudicando o equilíbrio da natureza e a própria sobrevivência do homem.

Fonte: EcoDebate 24/06/2014
Relatório afirma que potencial das florestas não está sendo aproveitado para a redução da pobreza, o desenvolvimento rural e a criação de economias mais verdes. Programa brasileiro de manejo florestal comunitário e familiar é citado como exemplo positivo.
Ribeirinhos na Amazônia. Foto: Agência Brasil
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) afirmou nesta segunda-feira (23) que os países devem apostar em políticas destinadas a manter e a potencializar as contribuições vitais das florestas para os meios de subsistência, a alimentação, a saúde e a energia.
A publicação principal da FAO “O Estado das Florestas do Mundo” (SOFO), apresentada na abertura da 22ª Sessão do Comitê da FAO para as Florestas (COFO), indica que uma parte significativa da população mundial depende, muitas vezes em grande medida, dos produtos florestais para satisfazer as suas necessidades básicas de energia, habitação e alguns aspectos de cuidados de saúde primários.
No entanto, o relatório conclui que, em muitos casos, estes benefícios socioeconômicos não são abordados de forma adequada pelas políticas florestais e outras pertinentes, apesar do seu enorme potencial em contribuir para a redução da pobreza, para o desenvolvimento rural e para criar economias mais verdes.
O papel das florestas para segurança alimentar também é frequentemente esquecido, mesmo sendo essencial.
“Esta edição do SOFO 2014 incide sobre os benefícios socioeconômicos provenientes das florestas. É impressionante ver como as florestas contribuem para as necessidades básicas e os meios de vida rurais. As florestas também sequestram carbono e preservam a biodiversidade”, afirmou o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva.
“Deixem-me dizer isto claramente: não podemos garantir a segurança alimentar ou o desenvolvimento sustentável sem a preservação e a utilização responsável dos recursos florestais”, acrescentou.
Programa brasileiro de manejo florestal é citado como exemplo positivo

Mais de 9 mil km² de rios na Amazônia serão mapeados em 2014

Fonte EcoDebate 24/06/2014

Carta náutica do rio Amazonas

Cerca de 9.500 km² das principais hidrovias navegáveis da região amazônica serão mapeadas neste ano. Para tanto, serão produzidas ou atualizadas 19 cartas náuticas em 2014, sendo que sete foram finalizadas até maio desse ano. O objetivo é ampliar a segurança da navegação nos rios dos estados do Amapá, Amazonas, parte do Acre, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Roraima. As cartas são elaboradas por uma parceria, desde 2008, entre Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e Marinha do Brasil, dentro do Projeto Cartografia da Amazônia, que também elabora cartas geológicas e terrestres. Ao todo, 55 mil km² já foram cartografados, correspondendo a 90 cartas produzidas ou atualizadas até 2013.
As cartas náuticas, em papel ou eletrônicas, são produzidas a partir de seis navios de pequeno porte, os avisos hidroceanográficos fluviais. Quatro deles foram construídos com recursos do Projeto Cartografia da Amazônia e entregues, em 2012 e 2013, pelo Censipam à Marinha. Os avisos possuem acoplados a si um sensor, o batímetro, capaz de emitir ondas eletromagnéticas para mensurar a profundidade dos rios. “Na Amazônia, os rios apresentam elevada dinâmica de sedimentação devido ao regime de cheias e vazantes. Os sedimentos vão sendo depositados em determinados trechos alterando a profundidade do rio, o que pode comprometer a navegação”, esclareceu Péricles Cardim, diretor de Produtos do Censipam.
“Nesse contexto de dinâmica dos rios amazônicos, as cartas náuticas assumem papel fundamental para garantir, de forma segura e eficiente, o transporte de pessoas e cargas da região”, disse o superintendente de Segurança da Navegação do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM), Capitão-de-Fragata Sebastião Simões Oliveira. Com as cartas é possível verificar a profundidade dos rios, existência de bancos de areia, pedras submersas, ou outros obstáculos, e altitudes e pontos notáveis à navegação. O auxílio aos navegantes pode ser feito com faróis, faroletes, boias, balizas, luzes de alinhamento e radiofaróis.
Mais de 95% de todo o transporte comercial da região ocorre por meio dos rios. Além disso, o transporte fluvial de passageiros movimenta anualmente 8,9 milhões de pessoas. “Nossa parceria com a Marinha contribui com o aumento da capacidade de coleta de dados e, portanto, produção ou atualização mais célere das cartas náuticas”, afirmou Cardim. Dessa forma evita-se a ocorrência de acidentes, com possíveis perdas econômicas, ambientais e de vidas humanas.
“As cartas náuticas assumem importante papel no planejamento de estudos de viabilidade econômica nos projetos para crescimento da região”, complementou o superintendente da CMH. A segurança de navegação interfere no cálculo do seguro do frete comercial, influenciando diretamente no preço dos produtos transportados e afetando toda a economia da região.
Em 2014 já foram produzidas seis novas cartas náuticas do Rio Tocantins, de Tucuruí até a foz do rio (junto ao Rio Pará) e atualizada a carta de Porto de Belém. Até o final do ano planeja-se a elaboração de três novas cartas do Rio Jari, uma carta náutica eletrônica do Porto de Manaus, três de áreas de atracação do Porto de Manaus e uma do Rio do Jari. Serão atualizadas uma carta de Porto de Manaus, uma de Barra Norte do Rio Amazonas e duas do Rio Pará, de Mosqueiro à Ilha da Conceição. Está prevista, ainda, para o ano de 2014, a entrega de mais um navio hidroceanográfico pelo Censipam, com recursos do Projeto da Cartografia.
O Projeto Cartografia da Amazônia, lançado em 2008, é coordenado pelo Censipam e tem como executores a Marinha, Exército, Aeronáutica e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Fonte: Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia

terça-feira, 17 de junho de 2014

MPF se manifesta pela suspensão do licenciamento ambiental do projeto Belo Sun Mining


Fonte: MPF PA 16/06/2014

Parecer opina pelo não provimento do recurso da mineradora enviado ao TRF1, em razão da ausência de estudos do componente indígena
O Ministério Público Federal emitiu parecer na terça-feira, 3, pela suspensão do licenciamento ambiental do projeto Belo Sun Mining, que pretende instalar a maior mina de ouro do Brasil na Volta Grande do Xingu. No parecer, enviado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, o MPF afirma que a licença prévia só pode ser concedida após a realização de estudo sobre os impactos que o empreendimento causará nas comunidades indígenas da região.
O caso foi parar no TRF1 após a Belo Sun Mineração LTDA recorrer da decisão do juiz federal da vara única em Altamira, que determinou a suspensão do licenciamento ambiental do projeto. Consta ainda na decisão que o licenciamento está condicionando à elaboração, pela Belo Sun, do Estudo de Impacto Ambiental do Projeto Volta Grande de Mineração contemplando o componente indígena, devendo, ainda, seguir as orientações contidas no Termo de Referência elaborado pela FUNAI.

Sistema agrossilvopastoril associa culturas e permite renda o ano todo


Fonte: EcoDebate 17/06/2014

Área de seringueiras é também aproveitada para a criação de galinhas
Área de seringueiras é também aproveitada para a criação de galinhas


Apesar da importância inegável do setor agrícola na economia brasileira, o atual modelo de desenvolvimento agrário deverá passar por importantes transformações nos próximos anos. “O fato de que nesse modelo predominam lavouras monoculturais, uso excessivo de maquinário, de fertilizantes químicos e de agrotóxicos, tem sido bastante questionado pela sociedade, por levar à degradação do meio ambiente. No caso da agricultura familiar, os estudos têm mostrado, principalmente nos assentamentos, degradação dos solos, baixa produtividade, baixa capacitação nos processos produtivos, baixa capacidade de gestão e organização, e quase nenhum conhecimento sobre o escoamento da produção no mercado. Com isso, os pequenos agricultores acabam desenvolvendo uma série de atividades para complementar sua renda, sem nenhuma conexão entre si”, alerta o engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de janeiro (Pesagro-Rio), Aldo Bezerra de Oliveira.
Pensando numa solução para o problema, Aldo Oliveira e sua equipe, composta pelos pesquisadores Renato Barbosa e Givanilda Miguel, vêm desenvolvendo experiências participativas com agricultores familiares num modelo de produção que associa árvores, campos de cultivo e criação de animais. É o chamado sistema agrossilvopastoril, iniciativa que conta com recursos do edital Apoio ao Desenvolvimento de Modelos de Inovação Tecnológica Social, da FAPERJ. “Na primeira etapa, que teve início em 2011, escolhemos a comunidade de Vala Preta, no município de Magé, na região metropolitana do Rio. Ali, os agricultores mantinham uma rotina de cultivo de hortaliças, com problemas tanto na produção quanto na comercialização. A grande maioria deles complementava sua renda com trabalhos eventuais no entorno da comunidade”, lembra Oliveira.

Corte seletivo e fogo fazem Floresta Amazônica perder 54 milhões de toneladas de carbono por ano

Fonte EcoDebate: 17/06/2014
Perda equivale a 40% da produzida pelo desmatamento total. Pesquisa cruzou dados de satélites e de pesquisas de campo em 225 áreas

Uma pesquisa conduzida por cientistas no Brasil e no Reino Unido quantificou o impacto causado na Floresta Amazônica por corte seletivo de árvores, destruição parcial pelo fogo e fragmentação decorrente de pastagens e plantações. Em conjunto, esses fatores podem estar subtraindo da floresta cerca de 54 milhões de toneladas de carbono por ano, lançados à atmosfera na forma de gases de efeito estufa. Esta perda de carbono corresponde a 40% daquela causada pelo desmatamento total.
O estudo, desenvolvido por 10 pesquisadores de 11 instituições do Brasil e do Reino Unido, foi publicado em maio na revista Global Change Biology.
“Os impactos da extração madeireira, do fogo e da fragmentação têm sido pouco percebidos, pois todos os esforços estão concentrados em evitar mais desmatamento. Essa postura deu grandes resultados na conservação da Amazônia brasileira, cuja taxa de desmatamento caiu em mais de 70% nos últimos 10 anos. No entanto, nosso estudo mostrou que esse outro tipo de degradação impacta severamente a floresta, com enormes quantidades de carbono antes armazenadas sendo perdidas para a atmosfera”, disse a brasileira Erika Berenguer, pesquisadora do Lancaster Environment Centre, da Lancaster University, no Reino Unido, primeira autora do estudo.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Angelo Costa Gurgel: Programa ABC precisa de treinamento para decolar

Fomte: IPAM 11/06/2014

Angelo Costa Gurgel, professor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas e coordenador do Observatório do Plano ABC.
Responsável pelo financiamento do Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC), o Programa ABC precisa ser melhorado, com treinamento e transferência tecnológica para agricultores e agentes financeiros, para que seus recursos possam ser acessados na proporção necessária ao cumprimento das metas brasileiras de redução de emissões na área de agricultura. Segundo Angelo Costa Gurgel, professor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas e coordenador do Observatório do Plano ABC (iniciativa da sociedade civil de monitoramento do Plano), outro desafio para garantir seus resultados é a criação um instrumento de monitoramento das emissões agropecuárias, para que se possa verificar se os recursos empregados realmente cumpriram a função esperada.
Clima e Floresta – O que é o Plano ABC e qual o seu objetivo?
Angelo Costa Gurgel – O Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC) é o Plano Setorial para a área de agricultura dentro da Política Nacional sobre Mudança do Clima, equivalente aos planos setoriais de energia e de desmatamento, por exemplo. Seu objetivo é reduzir emissões da agricultura e da pecuária entre 133 e 165 milhões de toneladas de CO2 eq até 2020, o que significa cerca de 15% das metas voluntárias brasileiras.
Clima e Floresta – E como é possível conseguir essa redução?
Gurgel - Através do estímulo à adoção de práticas e técnicas agropecuárias capazes de diminuir emissões, como a recuperação de pastagem, integração lavoura-pecuária-floresta, plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, tratamento de dejetos animais, plantio de florestas, aumentando a área ocupada pela silvicultura. Essas tecnologias são promovidas pelo ABC por meio de treinamento, divulgação e financiamento.

terça-feira, 10 de junho de 2014

RNP QUER INTERCONECTAR A AMAZÔNIA POR CABO ÀS MARGENS DOS RIOS

Fonte:tele.sintese 06/06/2014
O piloto de 200 quilômetros vai ligar Coari a Tefé, na região central do Amazonas. O projeto todo envolve 7,7 mil quilômetros.

Um dos maiores desafios do país é levar conexão à Amazônia, em função das condições geográficas. Mas por que não aproveitar os rios e lançar cabos paralelos às suas margens? Com base nesse conceito, a Rede Nacional de Pesquisas (RNP), em parceria com a Padtec, fabricante nacional de sistemas de transmissão, desenvolveu um projeto para interligar, via cabo subfluvial, Coari a Tefé no Amazonas.
O piloto integra o Programa Inova Telecom, envolve um trecho de 200 quilômetros, deverá custar R$ 15 milhões e estará pronto em dois anos. Se for bem sucedido, pode abrir espaço para um ousado projeto de interconexão de toda a Amazônia, envolvendo 7,7 mil quilômetros de cabos subfluviais que vão atender a 74% das cidades, onde vivem 94% da população. O custo de todo o projeto é estimado em US$ 500 milhões..

Em Belém, PA, 47 espécies de aves estão provavelmente extintas

Fonte EcoDebate 10/06/2014

De acordo com a pesquisa do INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia e da Rede Amazônia Sustentável, as extinções ocorreram no período de 1800-2000. Os últimos registros na região metropolitana foram feitos há 33 anos
Agência Museu Goeldi – Publicada recentemente na revista internacional Conservation Biology, pesquisa aponta que 47 espécies de aves podem ter desaparecido na região metropolitana de Belém nos últimos duzentos anos. Os últimos registros destes animais foram antes de 1980. Este é um dos grupos que sofreram perdas dentro da Área de Endemismo Belém, a mais ameaçada da Amazônia com apenas 28% de floresta original. A pesquisa foi realizada peloINCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia e a Rede Amazônia Sustentável (RAS). A pesquisa é liderada pelos ornitólogos Nárgila Moura, Alexander Lees e Alexandre Aleixo, todos vinculados ao Museu Emílio Goeldi (MPEG).
A partir de uma extensa análise de coleções científicas e de documentos históricos, como os relatos de naturalistas do século XIX, os pesquisadores puderam identificar 329 espécies de aves de terra firme que ocorriam na região metropolitana. Destas, 14% não foram mais vistas, o que pode significar uma perda de 0.28 espécies por ano. Para se ter uma ideia, em um intervalo de 117 anos a perda anual na Mata Atlântica, na área de Lagoa Santa (MG), foi de 0.11. De acordo com o estudo, o período de perdas mais intensas foi no século XX, com 80% de registros entre 1900 e 1980.
Causas – Os dados históricos foram comparados aos inventários de biodiversidade de Paragominas (PA), um dos locais de estudo do INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia e da Rede Amazônia Sustentável. O município é o que possui a maior extensão de florestas na área de endemismo Belém. Os pesquisadores identificaram que as espécies que desapareceram da região metropolitana têm ocorrência restrita às áreas de floresta intactas em Paragominas. A hipótese da extinção local está relacionada à suscetibilidade destas aves à perda de habitat e à caça.

domingo, 8 de junho de 2014

Decisão judicial pode sepultar o projeto de derrocamento no Pará

Fonte: Diário do Pará 08/06/2014

O projeto de derrocamento do Pedral do Lourenço, no rio Tocantins, pode estar caindo no mesmo limbo em que jazem na incerteza empreendimentos como a siderúrgica Alpa, o ramal ferroviário da Norte-Sul, entre Açailândia e Barcarena, e o porto do Espadarte, em Curuçá. Obras que, sob os efeitos de estranhos sortilégios, acabam se firmando no imaginário coletivo – dos paraenses, pelo menos – como coisas irrealizáveis. Não foi assim que acabou sepultado, coincidentemente na mesma bacia hidrográfica, o sonho grandioso do Projeto de Desenvolvimento Integrado da Bacia do Araguaia-Tocantins, no início da década de 1980?.
O projeto de derrocamento, num trecho de 43 quilômetros pontilhado de formações rochosas entre Marabá e Tucuruí, já havia sido cancelado uma vez. No início de 2011, um estudo completo realizado pela Faculdade de Engenharia Naval da UFPA, já com licença ambiental expedida pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado, teve sua execução barrada por decisão do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Na época, o DNIT inabilitou, num processo de inidoneidade, a empresa Triunfo Iesa Infraestrutura S.A., que havia vencido a licitação para realizar a obra.

Pesquisas terão R$ 1 mi para fomento

Fonte: Diário do Pará

Desde que foi criado, em 1995, o Programa de Apoio à Pesquisa, do Banco da Amazônia já investiu na região, utilizando unicamente recursos orçamentários próprios, R$ 26 milhões. Este foi o valor contabilizado até dezembro do ano passado no financiamento de 369 projetos. Ao dar a informação, o gerente de gestão de programas governamentais do banco, Oduval Lobato, faz questão de ressaltar que ele traduz o reconhecimento da instituição à necessidade de dar suporte ao desenvolvimento regional pela valorização do conhecimento. Para este ano, o investimento previsto é de R$ 1 milhão.
O programa é desenvolvido pelo Banco da Amazônia, segundo Oduval Lobato, em articulação com 40 instituições parceiras. Além da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – a quem ele atribui um papel notável nos êxitos colecionados até aqui –, se integram a essas parcerias as Fundações de Amparo à Pesquisa e as universidades públicas e privadas da Região Norte. As empresas privadas podem ter acesso também aos recursos, mas não diretamente, e sim por intermédio das fundações. É o que acontece, por exemplo, com as empresas abrigadas na Incubadora do Parque Tecnológico do Guamá.
O apoio à pesquisa e à inovação, no campo de atividade do Banco da Amazônia, foi iniciado tendo como fonte de recursos o antigo Fundo de Investimentos da Amazônia (Finam), na época administrado pela Sudam e em cuja operacionalização o banco atuava como agente financeiro. A partir da extinção do Finam, em 2001, o banco passou a utilizar recursos de seu próprio orçamento, o que continua fazendo até hoje. A decisão foi tomada pela sua direção para manter os financiamentos à pesquisa e à inovação tecnológica, evitando com isso maiores prejuízos ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.

sábado, 7 de junho de 2014

BNDES vai inaugurar escritório no Norte do país


Fonte: Brasil Econômico 06/06/2014

A região teve o maior crescimento nos desembolsos do banco de fomento, chegando aos R$ 13 bi em 2012.
Nos últimos anos, a região Norte foi a que apresentou o maior crescimento de desembolso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), saindo de R$ 1,6 bilhão, em 2005, para R$ 13 bilhões, em 2012.
Com intuito de acompanhar de perto as demandas locais, o banco de fomento pretende inaugurar em breve um escritório de representação na área com sede em Belém, no Pará.
Segundo Nelson Siffert, superintendente da Área de Infraestrutura do BNDES, a maior parte dos recursos destinados à área são transformados em infraestrutura, com objetivo de gerar condições para um novo modelo de negócios local.
Somente neste ano, entre os meses de janeiro e abril, foram realizadas 17 milhões de operações na região, totalizando R$ 3,5 bilhões desembolsados pelo banco. Deste total, R$ 2,2 bilhões foram destinados ao setor de infraestrutura e outros R$ 789 milhões para comércio e serviços.
"Entendemos que o processo de desenvolvimento ocorre no território, portanto, pretendemos estimular a formação de mais de um polo de desenvolvimento sustentável a partir de arranjos produtivos locais. Para isso, lançamos mão de uma linha de crédito focada em projetos no entorno, baseados em infraestrutura e na economia local", explica.
Um dos destaques da atuação da autarquia na região é o Cartão BNDES, que disponibiliza crédito para compra de equipamentos e matéria-primas para micro, pequenas e médias empresas. "Entre 2007 e 2013, o cartão despendeu R$ 1 bilhão para a região, o que também contribuiu para o desenvolvimento do comércio local", destaca Siffert.
Essas políticas de investimento da autarquia na região foram instituídas através de estudos técnicos condensados no livro "Amazônia: um olhar territorial para o desenvolvimento". Lançado na última semana, em Belém, o volume é o primeiro da coleção que apresenta um estudo detalhado de cada região do país. "Este trabalho está sendo elaborado há alguns anos, através de seminários e pesquisas desenvolvidas por 53 especialistas de dentro e fora do banco. O foco do material está em como fazer mais e melhor por cada região a partir de uma avaliação das demandas locais", afirma Siffert. 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Mulheres à frente da agroecologia

Fonte: EcoDebate 02/06/2014
Por Camila Nobrega, do Canal Ibase e FBSSAN
Em vez de sino, um batuque em galões de plástico e latas deu o primeiro chamado. O coro forte seguiu. No lugar de água benta, banho de cheiro da Amazônia. Nada de filas, a hora era de roda. Assim começou a plenária de Mulheres no III Encontro Nacional de Agroecologia, na tarde de 17/5. Em pauta a desigualdade de gênero e o machismo que está entranhado em cada relação, dentro e fora de casa, uma das principais lutas da agroecologia, que conta com centenas de grupos de mulheres em todo o Brasil.

Uma a uma, participantes de diferentes delegações falaram para uma plateia de cerca de 700 pessoas – mais de 80% de mulheres – em declarações que conectaram os conflitos vividos, trazendo à tona desde a dificuldade de acesso às políticas públicas até as relações com maridos e filhos. Por outro lado, as falas trouxeram a força da luta feminista dentro do movimento de agroecologia.
Eles não entendem
“Mexo com leite e gado. Trabalho duro, mais do que muito homem. Não estou aqui para falar mal do meu marido, mas, quando eu falei que vinha para o encontro, ele e meu filho disseram ‘você vai fazer o que lá?’ Eles não entendem, nós ainda somos muito desvalorizadas. Olhar a carinha de cada uma de vocês está me fazendo muito feliz. Eu vim mostrar que as mulheres têm valor, e é muito”, disse Ione Noronha, de Unaí, Minas Gerais.
Com o lema “Sem feminismo não há agroecologia”, as participantes fizeram discursos carregados de emoção, que evidenciaram os reflexos da sociedade patriarcal na agricultura. As mulheres falaram sobre a cultura de submissão das mulheres camponesas aos maridos, que muitas vezes não apoiam a entrada delas nos movimentos feministas, denunciaram a falta de acesso a crédito, discriminações – como a homofobia – e outras dificuldades enfrentadas no dia a dia.
A agricultora Rita Barbosa, pernambucana que hoje mora no Rio de Janeiro e faz parte da Rede de Agricultura Urbana, lembrou que as mulheres vivem diversos tipos de violência todos os dias no Brasil: