terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Vale, os miseráveis e a mídia, artigo de Rogério Almeida

Uma interessante observação do comportamento da mídia em relação a uma notícia que deveria ter destaque e como ele demosntra, foi preferível omitir ao invés de aproveitar a oportunidade para apresentar de maneira consistente sua ação atual, até porque a Vale realmente possui hoje (consequência da cobrança da sociedade e governos) uma política socioambiental razoável, com avanços significativos em relação a outras empresas do setor.   
Fonte: Portal Ecodebate 31/01/12
Rogério Almeida é professor da Universidade da Amazônia (UNAMA), Belém-PA e publica o blog FURO

Fiquei chafurdando na rede a procura de alguma matéria especial sobre o premio “Oscar da Vergonha” conferido a empresa Vale, no derradeiro dia 27, em Davos pela Publics Eye Awards, prêmio organizado anualmente pelas organizações internacionais Greenpeace, da e Declaração de Berna. A edição de domingo é considerada o filé mignon dos diários. Não encontrei nada nos grandes jornais, e menos ainda nos impressos locais.
Fiz o mesmo com as revistas, e a caça teve o mesmo desfecho. Na Veja havia uma nota em defesa da Vale, a base reside em cifra estratosférica que a mesma vai empenhar na área de meio ambiente. Com os meus botões fiquei a matutar sobre o silêncio nos principais meios de comunicação.
Indaguei: como pode nenhum veículo empenhar uma equipe para investigar as denúncias que os zés e marias ninguém realizaram em escala planetária sobre uma das principais empresas do planeta? A eleição da Vale como pior empresa do mundo agrupa inúmeros elementos considerados relevantes na teoria do jornalismo.

Licitação verde

Uma ótima iniciativa que está se espalhando com rapidez e gerando muitos benefícios para o meio ambiente. Com forte atuação do Ministério do Meio Ambiente, vem- se criando condições das instituições se tornarem social e ambientalmente melhores. Com a adesão a Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) as instituções das tres esferas de governo assumem um compromisso que é acompanhado/auditado e que incentiva, com a participação dos servidores e empregados das instituições,a adoção de boas práticas para essa questão
Fonte: Valor Econômico 24/01/2012
Dos copos de café aos cartuchos de impressora, setor público planeja dobrar volume de compras usando critérios ambientais. Por Sérgio Adeodato, para o Valor, de São Paulo
A estratégia de promover pregões eletrônicos para a compra compartilhada de produtos com critérios ambientais ganha escala na administração pública, levando o mercado a adaptar-se a novos padrões nas licitações. Após experiência pioneira no ano passado, um grupo com mais de dez instituições federais do Rio de Janeiro prepara atualmente um novo leilão on-line destinado à aquisição coletiva de no mínimo 48 itens - do papel reciclado aos cartuchos de impressoras e copos de cafezinho mais amigáveis ao meio ambiente. "O desafio é conciliar preço e qualidade, além de garantir o abastecimento e a abrangência na competitividade", diz Jorge Peçanha, da Fundação Oswaldo Cruz, que coordena o grupo.
"Queremos derrubar o mito de que o produto sustentável é necessariamente mais caro que o convencional", completa Renato Cader, um dos idealizadores do sistema compartilhado quando dirigia o setor de compras do Jardim Botânico do Rio. "Devido ao maior poder de compra do trabalho conjunto, o primeiro leilão gerou em média uma economia de 50% em relação aos preços identificados na pesquisa prévia de mercado", informa Cader. Ele hoje dirige a Agência Nacional do Cinema, membro de uma rede de 38 instituições públicas que se articulam para a adoção dos novos critérios nas licitações.

Dificuldades de atualização

Em processo de mudança, ainda não tenho telefone e internet instalada no novo apartamento, e continuo com dificuldades de manter atualizado o Amazonidade. Mesmo assim vou tentando e espero não ficar muito tempo sem postar.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Brasileiro indicado como secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas (CDB)

Alerta do Secretário, que é profundo conhecedor do assunto, considera os desafios a serem enfrentados em sua nova função na ONU.
Mais um reconhecimento para o Brasil que atualmente se destaca internacionalmente nas questões ambientais. Um incentivo a mais para que a sociedade continue cobrando e o governo responda de maneira mais eficiente em sua tarefa de conciliar o desenvolvimento econômico e social com a sustentabilidade.
Perda de recursos naturais é "vertiginosa" alerta Dias
Fonte Valor Econômico 23/01/12
Bráulio Ferreira de Souza Dias, atual secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, inicia o trabalho como secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas (CDB) com vários desafios pela frente - o maior, talvez, seja convencer a sociedade que o atual processo vertiginoso de perda de recursos naturais é tão desastroso para o mundo quanto a crise climática.
"Na área do clima, a ficha da sociedade já caiu. Na biodiversidade, a rota em que estamos levará a desastres ambientais enormes, mas é mais difícil de a população enxergar", diz o biólogo que, na sexta-feira, foi indicado para um dos postos internacionais de maior prestígio na área ambiental. "A crise climática se manifesta com um grande furacão ou uma grande tragédia como os deslizamentos de terra. Na biodiversidade, é mais silenciosa", falou Dias ao Valor, no dia em que soube ter sido indicado por Ban Ki-moon, o secretário-geral da ONU.

BB e BNDES terão que reduzir juros

Essa orientação vale para todos os bancos públicos federais, inclusive o nosso Banco da Amazonia, que anda trabalhando muito para melhorar seu desempenho e seu desembolso, que ainda estão abaixo do esperado, ainda mais considerando seu principal primo/irmão o Banco do Nordeste. Em um "Ano da Economia" devemos esperar mudanças e torcer para que elas funcionem e o Banco da Amazônia amplie sua atuação  na região e mantenha seu compromisso e engajamento no financiamento do desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Fonte: Valor Econômico 24/01/2012
Orientação da presidente Dilma Rousseff à equipe econômica é para que bancos públicos incentivem consumo e investimentos e reduzam as taxas, para que bancos privados também tenham que acompanhar esse movimento.
A presidente Dilma Rousseff quer que os bancos públicos federais funcionem como um dos principais indutores do crescimento neste ano.
O recado foi passado em reunião com a equipe econômica, quando a presidente aproveitou para ordenar que essas instituições se esforcem para ampliar o crédito tanto a pessoas físicas quanto empresas, segundo relataram fontes do Executivo à Reuters.
Dilma passou cinco dias, de quarta-feira a domingo, reunida com as principais áreas do governo e extraiu dos ministros o que será prioridade em 2012.
Ela pediu que todos apresentem nos próximos 15 dias relatórios detalhados com metas e planos de trabalho para os próximos meses, segundo revelou um assessor de um dos ministros que estava nas reuniões.
A presidente pediu que o Banco do Brasil, por exemplo, encontre formas de estimular ainda mais o consumo pessoal, por meio de novas linhas de crédito ou redução nas taxas de juros.

Após avanços, governo 'mudou de atitude' sobre Amazônia, diz 'NYT'


É até engraçada a visão e interpretação dos estrangeiros em relação ao que acontece no Brasil. Porém bastante parecida com as posições do centro sul em relação a Amazônia. Mas pelo menos os estrangeiros não integram nossa sociedade e podem ser desculpadados por eventuais erros de interpretação. E nós brasileiros? Através da grande mídia se apresenta uma situação que muitas vezes não condiz com a realidade dos fatos, e proporciona espaço muito desigual e parcial para um debate ambiental mais coerente que leve em conta as opiniões diversas. Apresentam algumas vezes, militâncias ambientalistas que parecem querer, ou propoem, o retorno da população da região para o estágio de caçadores coletores, em uma pós-modernidade cibernática é claro, mais ainda assim caçadores coletores.
Precisamos participar mais ativamente desses debates, defendendo de forma intransigente a natureza, o meio ambiente, nossas fauna, flora e minerais (é para ser repetitivo mesmo), em conjunto com a defesa do homem que nela habita e necessita dessa natureza e de seus recursos para desenvolver o meio e a sociedade.   
Abaixo um link direto para a notícia do NYT
http://www.nytimes.com/2012/01/25/world/americas/in-brazil-protection-of-amazon-rainforest-takes-a-step-back.html?_r=1&scp=3&sq=amazon&st=cse


Fonte: BBC Brasil 25 de janeiro, 2012
Jornal diz que Brasil avançou no combate ao desmatamento nos últimos anos
Uma reportagem publicada na edição desta quarta-feira pelo jornal americano New York Times afirma que o Brasil teve "grandes avanços" nos últimos anos no combate ao desmatamento da Amazônia, mas que recentemente há sinais de uma "mudança de atitude" do governo.
"Desde que a presidente Dilma Rousseff foi eleita presidente, no final de 2010, há sinais de uma mudança na atitude do governo em relação à Amazônia", diz a reportagem assinada pelo jornalista Alexei Barrionuevo.
O texto do New York Times – intitulado "No Brasil, temores de uma recaída na proteção da Amazônia" – cita como exemplo a medida provisória 558/12, que altera os limites de alguns parques nacionais na Amazônia.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Economia ‘verde’, novo disfarce do neoliberalismo

Uma crítica válida sobre a ação do PNUMA e seus projetos. Vale como uma interpretação de representante da sociedade com uma visão mais global da instituiução, que atua muito tempo com o tema e se esforça para conseguir produzir melhorias. Porém como toda instituição sofre com o viés de cada dirigente ou grupo de dirigentes. Dentro de uma realidade democrática a discussão é proveitosa e ajuda a alcançar a maturidade da ação.

Fonte: Ecodebate 23/01/2012

Em meio à mais grave crise da economia capitalista em escala mundial, a deterioração ambiental foi relegada a um segundo plano. É verdade que se diz alguma coisa sobre a perda da biodiversidade ou a mudança climática. Mas, de fato, o meio ambiente não é prioridade.
A reportagem é de Alejandro Nadal e está publicada no jornal mexicano La Jornada, 11-01-2012. A tradução é do Cepat.
Os termos do debate sobre a crise foram impostos pela direita e em sua tela do radar o problema ambiental sempre ocupou um lugar subsidiário. Por isso, não surpreende que agora que os centros de poder castigam com austeridade fiscal e promovem a destruição de qualquer vestígio do estado de bem-estar, o meio ambiente brilhe por sua ausência. E quando se pretende tratá-lo como tema prioritário, a realidade é que é apenas para manter o projeto neoliberal em escala global.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) promove nos últimos três anos uma série de projetos que se enquadram no que vem chamando de Iniciativa de Economia Verde (IEV). Este projeto define uma economia verde como o resultado de melhorias no bem-estar humano e equidade social, ao mesmo tempo que se reduzem os riscos ambientais e a escassez ecológica. O Pnuma sustenta que o manejo eficiente dos recursos ambientais oferece oportunidades econômicas importantes. Finalmente, afirma que uma economia verde deve ser baixa no uso de combustíveis fósseis e socialmente includente.

Nos EUA, roubo de óleo de cozinha usado se torna comum

Enquanto no Brasil, muitos de nós ainda joga nosso óleo usado diretamente no esgoto, vemos a importância e o valor dado ao produto. Que serva de incentivo a nós para melhor destinarmos esse importante residuo e não o tratarmos ainda como rejeito.

Fonte: New York Times 16//01/2012

Empresas que coletam óleo e gordura de cozinha usados em restaurantes nos Estados Unidos começaram a adotar novos tipos de proteção nos últimos anos: investigadores particulares, câmeras de vigilância, alarmes contra roubo. Mesmo assim, recipientes cheios de óleo de cozinha usado estão sumindo.

Durante anos, os restaurantes tiveram que pagar essas empresas para retirar a gordura usada, que era então reutilizada principalmente para alimentar animais. Alguns restaurantes doavam a gordura para fãs de automóveis, que a reaproveitavam para produzir biodiesel.

Mas com a demanda por biocombustível em alta, o óleo de fritura agora faz parte de um mercado em ascensão, valendo cerca de US$ 0,40 o quilo, cerca de quatro vezes mais do que valia há 10 anos. Isso o torna um alvo tentador nestes tempos difíceis.

Cadeia produtiva da palma é estratégica para o Pará e receberá incentivos

A Palma, no caso local o dendê, é uma das culturas que tem sido identificada e trabalhada como prioritária para substituição de pastagens no esstado do Pará e fortemente incentivada a partir do "boom" do biodiesel pelas possibilidades de fortalecimento da economia das micro regiões onde está instalada. A matéria a seguir descreve as ações do Governo do Pará para conhecer as necessidades dod produtores e apresentar demandas sociais que possam ser assumidas por eles no entorno de suas atuações.                        Fonte: Agência Pará de Notícias 19/01/2012   
Um dos mais estratégicos setores para ajudar a mudar os inquietantes indicadores sociais do estado se reuniu nesta terça-feira (17) com secretários de governo, quando se estabeleceu uma agenda conjunta com as empresas, com objetivo de discutir propostas e ações de incentivo e fortalecimento à cadeia produtiva da palma (oleaginosa) conhecida por dendê, palmácea que fornece óleo com amplo uso industrial, da cozinha a combustíveis.
O encontro com dirigentes das 12 empresas do setor no Pará foi provocado pela Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) para conhecer e discutir as dificuldades da área, e apontar alternativas para esse importante setor também contribuir no enfrentamento dos baixos indicadores sociais, o que remete a agregação de valor à produção, o foco do governo estadual na área industrial.
Por isso, o titular da Seicom, David Leal, lembrou que “se não agregarmos valor aos nossos produtos, corremos o risco de ser eternamente um estado pobre e o momento histórico para repensarmos essa situação deve ser a partir de uma parceria entre governo e empresas”, provocou.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Independência pelos livros


Educação é fundamentalmente desenvolvimento, dessa forma vale apresentar essa matéria que discorre sobre a necessidade de nos envolvermos cada vez mais na busca da nossa excelência individual e coletiva, e assim construirmos uma Amazônia e um Brasil que represente de forma plena toda a riqueza de nosso povo e de nossa nação.

Fonte Correio Brasiliense 15/12/2012
O aumento da escolaridade é a maior arma de que o país pode dispor para se livrar do atraso que dificulta a caminhada rumo ao desenvolvimento. Cada ano a mais de ensino na formação de trabalhadores tende a elevar o crescimento econômico em até 7%.
» GABRIEL CAPRIOLI
A transformação social do Brasil nos últimos 10 anos, fruto da consolidação da estabilidade econômica, resultou na ascensão de mais de 40 milhões pessoas à classe média e em um mercado consumidor invejável.
Depois de mais de duas décadas de estagnação, hiperinflação e desemprego recorde, esse contingente de brasileiros pôde ir às compras, reformar a casa, botar o primeiro carro na garagem. Enfim, satisfazer necessidades relegadas por tanto tempo. Mas quando descontados todos os avanços, nada salta mais aos olhos do que o baixo nível educacional da nação que caminha, a passos largos, para se tornar a quinta potência do mundo até 2015.

A invasão da onda ambiental

O tema sustentabilidade deixou de ser um modismo, como inicialmente era visto, e se estabeleceu definitivamente como uma necessidade do planeta e consequentemente da humanidade. Está mudando as formas de fazer negócios em todos os ramos de atividades. É necessário estar preparado para enfrentar os novos desafios de uma economia verde, que nos obrigar a sermos criativos cada vez mais para solucionarmos os problemas relacionados ao nosso consumo de recursos naturais e nossas relações com os outros seres humanos. 
Fonte Correio Brasiliense 15/01/2012
Mercado de produtos e serviços relacionados à sustentabilidade se expande e deve alcançar US$ 1 trilhão por ano em 2014.
» SÍLVIO RIBAS
Os chamados negócios verdes vêm gradualmente deixando de ser apenas um apelo à consciência coletiva para se tornar regra de sobrevivência de empresas no mundo globalizado. Nos últimos anos, empresas e governos vêm sendo cada vez mais cobrados a apresentar certificados que atestem a sustentabilidade de seus produtos e serviços, incluindo desde matérias-primas empregadas até o nível de comprometimento social dos seus executivos. Em paralelo, vigilantes comunidades na internet ameaçam colocar marcas consagradas na marginalidade, divulgando deslizes ambientais e éticos.
A economia verde movimenta centenas de bilhões de dólares em todo o mundo e consultorias estimam que, a partir de 2014, alcançará a marca de US$ 1 trilhão por ano, mudando radicalmente o panorama econômico atual, com a inclusão de emergentes como China e África do Sul. De olho nesse mercado, o setor privado vem avançando mais rápido que os Estados na nova seara de negócios.

Fundo Amazônia patina e frustra expectativa de doadores

Essa notícia da Reuters demonstra mais uma vez que o BNDES mesmo sendo um centro de excelência e conhecimento sobre o Brasil, mas, como o próprio país, conhece muito pouco a Amazônia e a melhor forma de nela atuar. Possuindo em seus quadros os melhores especialista em estruturação e análise de projetos de desenvolvimento do país,  tropeça e frusta, como tenta demonstrar a matéria, a expectativa de desembolsar recursos para a proteção e conservação do do bioma amazônico.
Reproduz uma ação centralizadora, que historicamente caracteriza a atuação do governo central através de suas elites política, financeira e acadêmica, em relação as regiões menos desenvolvidas, compreendidas como menos capazes e dependentes. Elegem alguns interlocutores, preferencialmente organizações ou instituições que possuem projetos ou ações locais  na região, (embora não sejam em sua grande maioria da própria região) relegando a segundo plano instituições e detentores do conhecimento local. Muitas vezes chamam um grupo representativo à Brasília, ou ao Rio de Janeiro, conforme o caso, fazem seminários,reuniões de trabalho, utilizando os melhores métodos para identificar os problemas, e despedem aquele grupo e se envolvem com sinceridade de propósitos, dedicação entusiasmo e excelência, na construção das soluções que, quando são levadas para serem aplicadas e testadas na prática, na grande maioria das vezes não são eficazes, pelo simples fato de não levarem em consideração aspectos, que parecem irrelevantes, mas que traduzem a diversidade e multiplicidade sociocultural da região. A intenção é muito boa, mas a aplicação é que necessita, e vem sendo visivelmente melhorada.
Um outro aspecto relevante a comentar nessa matéria é a forma como é criticada a "burocracia" da instituição, pois diferentemente do que quer dar a entender um interessado no recurso, ela simplesmente traduz a preocupação com a aplicação dos recursos das diversas fontes administrados por ela, pelos quais é cobrada diuturnamente pela sociedade e seus órgãos de controle.     
FONTE REUTERS BRASIL 13/01/2012
JEFERSON RIBEIRO
Um dos principais protagonistas no debate global na área ambiental, o Brasil tem frustrado a expectativa dos doadores do Fundo Amazônia, criado em 2008 para financiar iniciativas de proteção florestal no país com recursos provenientes de países desenvolvidos.
Desde 2009, o Fundo Amazônia, gerido pelo Banco do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), já recebeu cerca de 830 milhões de reais em doações, mas desembolsou apenas cerca de 70 milhões até agora para financiar 23 projetos aprovados e contratados. Foram contratados, nesse mesmo período, 260 milhões de reais.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Um modelo para dar certo na Amazônia



Editorial do Globo de hoje apresenta um discurso mais equilibrado analisando um problema efetivo que tem que ser solucionado que é a demanda por energia para manter o rítimo de crescimento necessário para o desenvolvimento sustentado da economia brasileira. A mudança ocorre após a desastrosa tentativa das Organizações Globo de influenciar a opinião pública com vídeo que mostrava até a Maitê tirando o sutiã em protesto contra a construção de Belo Monte, e que teve forte reação nas mídias sociais, devido a fragilidade e inverdades contidas nos argumentos apresentados. 
A solução de usinas plataformas, que já foi comentada aqui em postagem anterior, parece bastante satisfatória e em minha opinião para o caso específico, extremamente interessante. Mas cabe ressaltar que em outras reportagens e mesmo neste editorial, vislumbro claramente nas entrelinhas a preocupação com a preservação (e não com a conservação) colocando um muro isolando a região, e obiviamente a população lá existente, mantendo o colonialismo ainda existente, com a franca possibilidade de exploração de seus recursos hídricos e  energéticos com o fim magnânimo de alimentar os "principais centros de consumo".
É necessário que cada amazônida, seus representantes, instituições  e organizações governamentais e não governamentais, de ensino e pesquisa, nos engajemos para mudar o "status quo" hoje existente, e nos apresentemos de forma clara e capaz para assumirmos plenamente nossa cidadania como brasileiros.

Fonte: O Globo 15/01/2012
A demanda por energia elétrica no Brasil deverá crescer a um ritmo de 4,5% ao ano até 2020. Para manter sua matriz energética limpa e alimentada por fontes renováveis, o país terá de privilegiar a construção de novas hidrelétricas. Atualmente, cerca de 85% da capacidade instalada de geração de eletricidade no Brasil são de usinas hidráulicas. Poucas nações do planeta têm condições de manter este percentual. Aqui, como há um grande potencial ainda a ser explorado, tal proporção deve permanecer pelas próximas décadas, mesmo com o avanço de outras fontes renováveis (a eólica, a biomassa e, agora, também a solar). O grande potencial a ser explorado está na chamada Amazônia Legal.

País precisa de produção em massa, defende economista




Depois de dois dias ausente para efetivar as providências e despachar a mudança para Belém, retorno com uma entrevista do Prof. Bielschowsky que já foi diretor do CEPAL no Brasil, onde ele, partindo do lançamento de livro de escritos de Raul Prebisch pela editora Contraponto e do Centro Celso Furtado, comenta a atualidade da obra de Pebrisch e faz uma análise da situação da economia brasileira e da necessidade de se aliar a produção em massa ao consumo de massa que temos, sob risco de  mais uma vez perdermos a oportunidade de crescimento sustentado que se apresenta para o país hoje.

Fonte: Folha.com
ELEONORA DE LUCENA

DE SÃO PAULO
Brasil precisa de uma produção em massa como uma estratégia de desenvolvimento social e nacional. Se houver um consumo em massa no Brasil e a produção em massa na China, o modelo não se sustentará. A avaliação é do economista Ricardo Bielschowsky, 62, professor da UFRJ, especializado em temas sobre desenvolvimento.
Ex-diretor no Brasil da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina), ele faz o prefácio de "O Manifesto Latino-Americano e Outros Ensaios" (Centro Internacional Celso Furtado/Contraponto), que reúne escritos de Raúl Prebisch. O texto principal do livro foi apresentado em 1949 numa conferência em Havana.
Rompendo com as maneiras de pensar importadas da Europa, o argentino Prebisch inovou. Criou o conceito de "centro e periferia", formando o embrião das análises que enfatizam as relações desiguais de dependência que oprimem o desenvolvimento da região. Ergueu a Cepal e influenciou gerações de economistas.
Nesta entrevista, Bielschowsky, autor de "Pensamento Econômico Brasileiro: O Ciclo Ideológico do Desenvolvimentismo" (Contraponto, 1995), fala da atualidade da obra do economista e dos desafios do país. Os pontos:

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Uma universidade para pessoas de pés descalsos

Em Tilonia, Rajasthan, na Índia,o educador e ativista social  Sanjit 'Bunker' Roy, dá um excelente exemplo de empreendorismo social: O Barefoot College (Universidade dos pés descalços) uma escola extraordinária, fundada em 1972, que oferece serviços básicos e soluções para os problemas nas comunidades rurais, com o objetivo de torná-las auto-suficientes e sustentáveis. Essas "soluções pés descalços 'envolvem áreas diferentes como energia solar, água, educação, saúde, artesanato rural, a ação comunitária, comunicação, empoderamento das mulheres.e desenvolvimento de áreas degradadas. Ensina mulheres e homens do meio rural - muitos deles analfabetos - a tornarem-se engenheiros solares, artesãos, dentistas e médicos nas suas próprias aldeias. Em 2010 seu fundador foi escolhido pela revista Time uma das 100 personalidades mais influentes do mundo.
Segue o link de uma apresentação em vídeo legendada de Bunker Roy falando dessa Universidade Pés Descalços. Muito bom!!!


http://www.ted.com/talks/lang/pt/bunker_roy.html#.Tty9NE-cDhE.facebook

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Banco alemão vai investir R$ 40 milhões em 17 flonas da Amazônia


O plano de manejo para a extração de madeira é fundamental para a economia de uma região com vocação madeireira. Seja comunitário ou por empresas, deve ser rigorosamente fiscalizado para evitar a degradação da florestas e as tentativas de fraudes característica de um setor que passeia na fronteira da ilegalidade com tanta desenvoltura. É necessário apresentar sempre soluções que possibilitem a exploração sustentável do recurso. Retorno recorrentemente a esse tema de certa maneira para contrapor a exposição midiática excessiva privilegiando o discurso de não exploração, e isolamento da área, esquecendo normalmente dos mais de 20 milhões de pessoas que vivem na região e demandam os mesmos desejos de desenvolvimento e consumo dos demais brasileiros. De novo: explorar de maneira sustentável, essa é a solução!

Acordo de cooperação financeira assinado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio) e pelo Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW Bankengruppe) prevê o investimento de R$ 40 milhões em recursos para a criação de planos de manejo e produção sustentável em 17 florestas nacionais (flonas) localizadas em quatro estados da região Norte.
O principal objetivo do plano, que também contempla o Serviço Florestal Brasileiro, é evitar o desmatamento ilegal na Amazônia com o fomento da exploração sustentável da madeira e divulgação dessas atividades na região de influência da rodovia BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), e integra a região classificada como “arco do desmatamento”.
Em quatro anos, serão aplicados 15 milhões de euros (cerca de R$ 40 milhões). Segundo Rômullo Mello, uma floresta nacional não é criada apenas para a conservação daquela área, mas sim com a perspectiva de desenvolver tecnologias de produção sustentável. “Produzir madeira e pesquisas sobre a floresta são os principais focos”, afirma.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Fazendas mais produtivas reduzem desmatamento


O avanço da atividade econômica não precisa ser devastador para a natureza. A utilização racional dos recursos naturais pode e deve gerar riquezas e desenvolvimento.   Estudo da Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America - PNAS apresenta um análise de caso. Quem quiser dar uma olhada, segue o link: 

Folha de São Paulo 10/01/2012

Estudo na Amazônia diz que é possível produzir mais sem ter de destruir a floresta

DE SÃO PAULO
Um novo estudo sugere que é falso dizer que para produzir mais é preciso desmatar novas áreas. Uma análise do uso de solo de Mato Grosso por uma década mostrou que aconteceu tanto uma diminuição da devastação da floresta como um aumento da produção agrícola.
Bastou saber usar bem o que existe, graças a políticas públicas e de mercado.
A pesquisa publicada na "PNAS" indica que o desmate em Mato Grosso diminuiu 30% entre 2006 e 2010 da sua média histórica recente (entre 1996-2005), apesar do aumento da produção agrícola.
O Estado é o principal produtor de soja (31% do total brasileiro). Mas também foi o campeão em destruição de floresta de 2000 a 2005.
O aumento da produção de soja entre 2001 e 2005, foi sobretudo pela expansão da cultura em áreas desmatadas e que eram pasto (74%) ou diretamente em florestas (26%).
Já de 2006 a 2010, o aumento ocorreu em 91% dos casos em áreas já desmatadas.
O estudo conclui que a queda mais acentuada no desmate coincidiu com um colapso das commodities e a implementação de políticas para reduzir o corte da mata. "A lucratividade da soja desde então aumentou para os níveis pré-2006, enquanto o desmatamento continuou a declinar, sugerindo que as medidas antidesflorestamento podem ter influenciado o setor agrícola." (RBN)

Fundo Vale expande programa de pecuária sustentável para municípios do Acre


Criado em 2009 em parceria com instituições públicas e organizações do terceiro setor esse Fundo Vale já alcança mais de 20 projetos. A pequena nota mostra mais uma ação para auxiliar na conservação da floresta, buscando soluções que possibilitem a minimização dos impactos negativos, considerando e alterando a economia do local e dando alternativas de continuidade, de forma sustentável, a uma atividade econômica (e os amazônidas nelas envolvidos e em grande parte dependentes) que é uma das grandes, se não a maior (associada a extração ilegal de madeira) ao avanço predatório do desmatamento em nossa região.   

Fonte: Brasil Econômico 10/01/2012

O Fundo Vale, criado pela Vale S.A., fechou parceria com a Amigos da Terra para promover a pecuária sustentável em seis municípios do Acre, como já havia feito no Pará e Mato Grosso.

A parceria permitirá agregar regiões do Acre ao programa Municípios Verdes e ajudará a quebrar o vínculo histórico entre o boi e desmatamento da Amazônia, promovendo a manutenção da floresta na cadeia da pecuária.
              

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Complexo vai ter cinco usinas de tamanho diferente


Matéria complementar a da postagem anterior sobre as usinas hidrelétricas no Tapajós.

Fonte o Globo 08/01/2012
Vivian Oswald


Complexo vai ter cinco usinas de tamanho diferente. Juntas ocuparão menos de 1% do espaço de instalação
BRASÍLIA. O Complexo de Tapajós terá cinco usinas de tamanhos diferentes e vão funcionar de maneira diferenciada com tecnologias adequadas às suas características. A usina de Jatobá, que terá uma queda de água de apenas 16 metros, vai ter uma pá diferenciada para aumentar seu potencial de produção de energia. Em pleno funcionamento, vai gerar 2.338 MW. A maior de todas será a de São Luiz do Tapajós, com capacidade de 6.133 MW. As usinas de Jamaxim e Cachoeira do Caí terão potencial de produção de 881 MW e 802 MW, respectivamente, enquanto a menor das cinco, Cachoeira dos Patos, terá 528 MW. Juntas, vão ocupar menos de 1% do espaço onde estão sendo instaladas.
- Hoje, usinas como Itaipu ocupam uma área. Porém têm que desmatar para fazer o canteiro de obras, alojamentos de empregados. E o lago é monstruoso. O que se está fazendo agora é diferente. Vamos desmatar e quando terminar a obra reflorestar tudo recompor tudo e ela fica deste tamanhozinho. Só a usina lá no meio, sem uma cidade em volta, como é nas outras. Operários e trabalhadores, terminada a construção, virão de helicóptero para cá em um sistema de rodízio - explica o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, apontando o mapa da Região Norte com o dedo.

Ficção científica, à la 'Avatar', no Rio Tapajós


Reagindo as cobranças da sociedade sobre o modo de intervanção dos grandes projetos na Amazônia, o governo tem feito malabarismos para dar respostas e/ou encontrar soluções diferenciadas e que possam se aplicadas com algum sucesso e com menos impactos sociosambientais.
A idéia sobre o modo de implantação das hidrelétricas no Tapajós parecem interesantes, mas precisam ser avaliadas com critérios. Contudo se percebe que já é uma iniciativa positiva, com solução que parece satisfatória, e que tem (a iniciativa) que ser continuada e expandida para todos os setores e projetos apresentados para áreas sensíveis a intervenção para exploração de recursos naturais, não só na Amazônia.

Hidrelétrica de alta tecnologia só será acessível por meio de helicóptero. Governo se prepara para críticas a novo projeto de geração de energia
Fonte O Globo de 08/01/2012
Vivian Oswald

BRASÍLIA. Mais parece filme de ficção científica. Usinas hidrelétricas de alta tecnologia no meio da selva amazônica - cercadas de floresta por todos os lados - às quais os trabalhadores só têm acesso sobrevoando a copa das árvores de helicóptero. Esta deverá ser a realidade do Rio Tapajós nos próximos anos. Este projeto ousado, que garantirá ao país mais 10.683 megawatts (MW) de energia, deve sair do papel este ano e promete provocar tanta ou mais polêmica do que a usina hidrelétrica de Belo Monte, a maior do mundo e uma das bandeiras do governo da presidente Dilma Rousseff.
Diante das intermináveis batalhas travadas durante todo o ano de 2011 em torno de Belo Monte, o governo já se prepara para o que vem pela frente com a construção de cinco novas usinas com um conceito que não existe em qualquer outro lugar do mundo. Na sexta-feira, baixou uma medida provisória que mexe nos limites de cinco unidades de conservação federais para viabilizar a construção de hidrelétricas na Amazônia.