segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A invasão da onda ambiental

O tema sustentabilidade deixou de ser um modismo, como inicialmente era visto, e se estabeleceu definitivamente como uma necessidade do planeta e consequentemente da humanidade. Está mudando as formas de fazer negócios em todos os ramos de atividades. É necessário estar preparado para enfrentar os novos desafios de uma economia verde, que nos obrigar a sermos criativos cada vez mais para solucionarmos os problemas relacionados ao nosso consumo de recursos naturais e nossas relações com os outros seres humanos. 
Fonte Correio Brasiliense 15/01/2012
Mercado de produtos e serviços relacionados à sustentabilidade se expande e deve alcançar US$ 1 trilhão por ano em 2014.
» SÍLVIO RIBAS
Os chamados negócios verdes vêm gradualmente deixando de ser apenas um apelo à consciência coletiva para se tornar regra de sobrevivência de empresas no mundo globalizado. Nos últimos anos, empresas e governos vêm sendo cada vez mais cobrados a apresentar certificados que atestem a sustentabilidade de seus produtos e serviços, incluindo desde matérias-primas empregadas até o nível de comprometimento social dos seus executivos. Em paralelo, vigilantes comunidades na internet ameaçam colocar marcas consagradas na marginalidade, divulgando deslizes ambientais e éticos.
A economia verde movimenta centenas de bilhões de dólares em todo o mundo e consultorias estimam que, a partir de 2014, alcançará a marca de US$ 1 trilhão por ano, mudando radicalmente o panorama econômico atual, com a inclusão de emergentes como China e África do Sul. De olho nesse mercado, o setor privado vem avançando mais rápido que os Estados na nova seara de negócios.
"Iniciativas de empresas de todos os tamanhos ganham escala e reduzem o custos de inovações. Experiências são trocadas e negócios promissores estão sendo abertos", afirma Marina Grossi, presidente-executiva do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), entidade que reúne os maiores grupos econômicos do país.
Embora análises pessimistas observem que o medo de uma recessão global pode retardar novos passos institucionais e até provocar retrocessos, Marina afirma que já foram derrubados "certos tabus, como o de que produto orgânico e energia alternativa não têm preços competitivos".
As áreas de turismo e cosméticos estão provando que árvores em pé valem mais que derrubadas e  Florestas artificiais dão múltiplos usos para a mesma madeira. O eucalipto, além de ter se tornado fonte de renda para produtores, tem despertado outros setores, como a apicultura.
O recurso se tornou ainda suporte para o ramo carvoeiro, com mais de um milhão de hectares plantados para a geração do carvão vegetal destinado ao consumo industrial e doméstico. André Lobo Faro, gerente nacional da Husqvarna, líder no fornecimento de equipamentos para o manejo de áreas verdes, ressalta que a próxima inovação será transformar celulose em etanol em escala comercial.
A engenheira Ana Maria Abraão, sócia da consultoria Ambiente Eficiente, incubada na Universidade de Brasília, informa que empresas têm buscado mais certificações internacionais de sustentabilidade e projetos de prédios verdes. "Mesmo com instalações entre 5% e 10% mais caras, o setor privado percebe que ganha com o maior tempo de vida dos espaços e com a economia de energia e água, além do respaldo da opinião pública", sublinha.
Marina Grossi torce para que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, encontro de líderes mundiais a se realizar na capital fluminense em 20 e 22 de junho, recoloque na trilha sustentável governos de países desenvolvidos. Ela lembra que a promessa do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de dar forte incentivo aos negócios verdes acabou barrada por impasses políticos.

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