segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Estudo aponta que desenvolvimento social em Canaã dos Carajás, PA, não acompanha receita dos royalties da mineração


Fonte: EcoDebate 10/09/2018

Canaã dos Carajás, sudeste do Pará, abriga duas grandes minas de exploração de recursos minerais e apesar de exibir uma renda per capita sete vezes maior que o próprio estado o município apresenta um antagonismo em seu desenvolvimento social.

É o que aponta um estudo inédito sobre o uso dos royalties da mineração – Os dados da pesquisa foram apresentados na quinta-feira (6) no município a gestores públicos e movimentos populares
Estudo aponta que desenvolvimento social em Canaã dos Carajás, PA, não acompanha receita dos royalties da mineração
Contradições do desenvolvimento e o uso da CFEM em Canaã dos Carajás foi uma pesquisa promovida pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) sob consultoria da professora da Faculdade de Economia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Maria Amélia Enríquez.
“Chegamos à conclusão que existe um paradoxo muito grande no seu desenvolvimento. Por um lado, um crescimento muito expressivo das variáveis econômicas: renda per capita, PIB, receita, mas que não são acompanhadas pelas variáveis de desenvolvimento”, explana a pesquisadora.
O estudo traça um diagnóstico sobre a participação da CFEM a partir da análise e metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), programa de indicadores sociais que compõem a agenda internacional de desenvolvimento social proposta pelas Nações Unidas, e que são adotados por Canaã dos Carajás.
Os resultados foram apresentados na quinta-feira (6) em Canaã dos Carajás na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Pará (Sintepp) a agentes públicos e movimentos sociais da região. A realização do evento contou com a parceria do o Sindicato dos Trabalhadores (a) Rurais de Canaã dos Carajás (STTRC).
Visibilidade

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Logística é o maior desafio da exploração sustentável na Amazônia

Fonte :Globo Rural 05/09/2018

Com mais de 5 milhões de metros quadrados, bioma tem feito nascer negócios sustentáveis, mas que precisam superar barreira geográfica

POR MARIANE REGHIN, COM EDIÇÃO DE CASSIANO RIBEIRO
floresta-amazonia-amazonica (Foto: Globo Rural)
Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, tem 5,5 milhões de km², está presente em nove países e ocupa 40% do território da América do Sul. Sua dimensão territorial, entretanto, se torna um enorme desafio para a exploração sustentável. Esse foi um dos principais temas abordados no evento realizado pelo banco Santander, em parceria com a The Nature Conservancy (TNC), em São Paulo, na última segunda-feira (03/09). "A Amazônia precisa de investimentos em infraestrutura e logística para estimular a produção em escala. A logística é uma questão interdisciplinar, que requer diálogo entre governo e Estado. Por isso, investir em infraestrutura não é simplesmente fazer uma obra, mas é um investimento para a nação", define André Clark, presidente da Siemens no Brasil e conselheiro da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB).
Izabella Teixeira, ex-ministra do meio ambiente, enfatizou que investir em logística é sinônimo de inserção no mundo. "A Amazônia precisa de um programa de desenvolvimento que considere a logística da produção sustentável, além da segurança hídrica e climática do Bioma, que fazem parte da agenda do século 21. O modelo de gestão do governo também precisa mudar, porque há problemas nas três instâncias e instituições de controle. Não é só questão de planejamento, mas de criar meios para promover o acesso à região", explicou.
Segundo Patrícia Audi, superintendente executiva de relações institucionais do Santander, também existem desafios de governança e da gestão pública que dificultam a logística e a conservação do Bioma amazônico. "Não se pode pensar no desenvolvimento do país sem pensar na Amazônia. Mas a exploração sustentável demanda investimentos em logística, monitoramento do território e vontade política. É preciso envolver o governo estadual e federal para estruturar um planejamento de curto, médio e longo prazo que vise o escoamento da produção", concluiu.
Karen Oliveira, gerente de infraestrutura da TNC Brasil, também defendeu que é preciso ter uma visão integrada do território para promover o desenvolvimento sustentável e a expansão da infraestrutura na Amazônia. "A transformação territorial deve ser projetada em escala sustentável. Por isso, desenvolvemos o projeto Tapajós-3D, que ajuda a mapear o território, definir variáveis de planejamento da produção (áreas de importância biológica e áreas prioritárias de conservação) e promover o desenvolvimento socioeconômico da região", explicou.
amazonia-infraestrutura-palestra (Foto: Divulgação)
Para Guilherme Quintella, presidente da Estação da Luz Participações (EDLP), a construção da Ferrogrão, ferrovia que ligará Sinop, no norte do Mato Grosso, até o porto fluvial de Miritituba (PA), no rio Tapajós, é uma das alternativas que devem auxiliar o escoamento da produção na região. "O investimento será vantajoso para o agronegócio da Amazônia, diminuirá o preço do frete, reduzirá o consumo de energia e a emissão de gases poluentes. Mas a obra é o meio, não o fim. Ainda é preciso aprimorar as políticas públicas", explicou.

Dia da Amazônia: a preservação sob os nossos olhos


Fonte: G1 05/09/2018
Monitoramento aponta que floresta reduz 1,1 milhão de hectares por ano

Hoje é comemorado o Dia da Amazônia, o maior bioma brasileiro. A grandiosidade espanta: o bioma ocupa 49% do território nacional. Além disso, a área se expande para outros sete países sul-americanos.
O clima só ajudou a ocupação e o desenvolvimento da fauna e da flora. Com condições quentes, o crescimento de diversas populações tornou-se facilitado e, por conta disso, 2/3 de todas as florestas do Brasil estão localizadas nesse bioma.
A fertilidade também atrai a pecuária bovina, exploração madeireira e agricultura familiar. Associados, esses fatores provocam o avanço do desmatamento. Enquanto a área amazônica vem reduzindo anualmente 1,1 milhão de hectares, em mesma quantidade, a agropecuária vem crescendo nesse território.
Mas tanto se fala sobre o conflito envolvendo o avanço da devastação nesse bioma que uma dúvida prevalece: como mapear esse desmatamento? A principal resposta para essa questão está nos olhos eletrônicos que nos guiam do espaço. Os satélites.
A capacidade de ver a Amazônia “de cima” faz com que, através de mecanismos de fotografia, seja possível dimensionar o avanço da devastação. O Brasil, hoje, possui o foco de 4 satélites em suas matas.
Cada um com sua função, as capacidades dos olhos eletrônicos vão desde monitorar as áreas anualmente, mensalmente, observar trechos onde a cobertura ainda não foi totalmente removida e até observar pontos de exploração de madeira.
Origem ancestral
Estima-se que a Amazônia esteja ocupada há pelo menos 13 mil anos. A devastação de seus territórios já havia iniciado em períodos pré-históricos através de usos arcaicos para se dominar o solo e “limpar” algumas regiões de mata.
Arqueólogos pontuam que as queimadas representaram uma forma de realizar esses procedimentos antigamente. Esse costume, infelizmente, resistiu com o tempo. Estima-se que, por conta dessas causas, cerca de 3% da floresta nativa foi destruída entre 1999 e 2010.
*Supervisionado por Lizzy Martins

O que celebrar no Dia da Amazônia?

Fonte: El Pais 05/09/2018

O desmatamento da floresta está prestes a atingir um ponto crítico. Somente com o uso sustentável desse patrimônio podemos persistir como civilização


5 de setembro dia da amazônia
Imagem de um território da floresta amazônica no Pará  AFP
Comemoramos nesta quarta-feira, 5, o Dia da Amazônia. A celebração faz referência a 5 de setembro de 1850, data na qual Dom Pedro 2º decretou a criação da antiga Província do Amazonas. Mais do que celebrar esse conjunto inestimável de riquezas naturais e culturais, que representa 60% do território brasileiro, é preciso fazer desse dia um alerta contra as ameaças à maior biodiversidade do planeta.
O desmatamento da Amazônia está prestes a atingir um ponto a partir do qual regiões da floresta tropical podem passar por mudanças devastadoras irreversíveis, advertiram no início deste ano os pesquisadores Carlos Nobre (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial, uma das maiores autoridades mundiais em mudanças climáticas) e Thomas Lovejoy (George Mason University). No último domingo, 2, parte imensurável de sua história foi destruída pelo incêndio que consumiu o Museu Nacional, reduzindo a cinza registros magníficos da presença dos povos originários da Amazônia. Não foi apenas uma tragédia em si, mas também o resultado de anos de negligência de um Estado e uma sociedade que não valorizam seu patrimônio histórico, natural, científico e cultural.