quinta-feira, 24 de junho de 2010

Mesmo atrasada, BR-163 atrai cobiça de empresários

Fonte: Valor Econômico. 21/06/2010
Aos poucos, e ainda lentamente, o asfaltamento da BR-163 começa a sair do projeto onde permaneceu ao longo dos últimos 34 anos. Mas a rodovia que rasga o coração do país, ligando Cuiabá (MT) a Santarém (PA), ainda terá um sinuoso caminho até superar crateras, atoleiros e o poeirão típicos de seus 956 quilômetros de terra batida.
Otimista, o governo estima concluir metade da obra de R$ 1,5 bilhão até o fim de 2010. Até agora, porém, apenas 93 km dos 408 km contratados foram efetivamente terminados, informa o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Em 12 trechos, só 23% foram finalizados até aqui. Outros 506 km da estrada, que figura como prioridade no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ainda são um esboço dependente da contratação de empreiteiras - isso equivale a 45% do total da obra. Os trechos em convênio com o Exército são alguns dos mais atrasados. Ainda assim, a confiança na pavimentação da BR neste ano é tanta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve inaugurar, em julho, um pequeno trecho de 5 km que corta a cidade de Novo Progresso, mas que ainda liga o nada a lugar nenhum.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Atuação de estrangeiros em ONGs na Amazônia dependerá de autorização do governo

Enviada por Daniel Soeiro
Fonte: Agência Pará
A participação de estrangeiros em associações que atuam na Amazônia Legal exigirá prévia aprovação do Ministério da Justiça, como previsto em projeto de lei (PLS 12/03) aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) nesta quarta-feira (16). O texto foi proposto pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou denúncias a respeito da atuação irregular no país de organizações não governamentais (ONGs). A comissão encerrou seus trabalhos em 2003, depois de dois anos de atividade, ganhando destaque como a CPI da Biopirataria.

Página na internet vai monitorar Fundo Amazônia

Fonte: Instituto Socioambiental. 16/06/2010 17:11
A ideia é ampliar a participação da sociedade civil no acompanhamento da aplicação dos recursos e de seus resultados. Ferramenta vai disponibilizar publicações, dados e reportagens sobre projetos e assuntos relacionados
O ISA colocou no ar o site De Olho no Fundo Amazônia (http://deolhonofundoamazonia.ning.com/) para monitorar a gestão do fundo criado pelo governo brasileiro, em 2008, para financiar ações de prevenção, combate e vigilância ao desmatamento. A iniciativa pretende ser um canal aberto à sociedade civil para acompanhar a aplicação dos recursos, os critérios usados na seleção dos projetos e seus resultados. ONGs têm reivindicado mais transparência e participação na administração do fundo, a cargo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Floresta em pé pode gerar mais renda do que desmatamento

Fonte: Valor Econômico - 07/06/2010
Autor(es): Ediane Tiago, para o Valor, de Brasília


O desenvolvimento sustentável da Amazônia é questão polêmica e exige revisão dos modelos de negócios propostos para a preservação. De acordo com Bertha Becker, geógrafa e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a venda de crédito de carbono pode limitar a produtividade da região, se for vista como única alternativa. "Temos de abandonar a ideia de mercantilizar a natureza e encontrar meios para desenvolver a economia", afirmou a pesquisadora durante a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada em Brasília, no fim de maio.
Para ela, tornar a Amazônia improdutiva é o pior caminho. Não adianta remunerar a preservação, sem dar condições de a população trabalhar e melhorar de vida. A saída é explorar as riquezas da floresta e mantê-la em pé, gerando emprego e renda. Isso só ocorrerá se houver atribuição de valor à região, resgatando o zoneamento ecológico-econômico. Pela lógica, o modelo permitirá que a exploração dos recursos florestais seja competitivo com as atividades como extração de madeira, pecuária e agricultura. "Áreas como biotecnologia e engenharia genética são promissoras na região. Se elas gerarem mais renda que as atividades exercidas atualmente, serão opção natural", comenta Bertha.

Cikel unifica área de pisos e transfere produção para o Pará

Fonte: Valor Econômico - 01/06/2010 Autor(es): Marli Lima, de Curitiba

O grupo Cikel, que atua nos ramos de madeira e siderurgia, vai unificar sua área de pisos e transferir a fábrica que possui em Araucária (PR) para Ananindeua (PA), onde conta com outra unidade. Também vai investir R$ 80 milhões em ampliação e modernização de sua estrutura, para aumentar a produção em 50%. A intenção é reforçar a atuação no mercado brasileiro e aproveitar o bom momento da construção civil no país.

Previ, Petros, Funcef e FI FGTS são os novos sócios de Belo Monte

Fonte: Valor Online - Josette Goulart 14/06/2010 08:56:42
A nova sociedade do consórcio que vai ter a concessão da usina hidrelétrica de Belo Monte já está fechada. O FI FGTS e os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef vão ter direta ou indiretamente, por meio de empresas que participam, cerca de 30% da sociedade. . A única participação direta será...

A nova sociedade do consórcio que vai ter a concessão da usina hidrelétrica de Belo Monte já está fechada. O FI FGTS e os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef vão ter direta ou indiretamente, por meio de empresas que participam, cerca de 30% da sociedade. A única participação direta será do fundo dos funcionários da Petrobras, que ficam com 10%. A Previ também terá 10% de Belo Monte, mas por meio da 521 Participações - que é a empresa dona da Neoenergia. O FI FGTS entrará por meio da J. Malucelli Energia, onde detém 40% das ações e a Funcef, por meio da Cevix, empresa que o fundo de pensão dos funcionários da Caixa tem em parceria com a Engevix.

Organizações da sociedade civil divulgam manifesto pela boa governança ambiental no MT

[10/06/2010 23:45]
As organizações signatárias, que atuam em Mato Grosso, questionam a gestão ambiental no estado depois que a Operação Jurupari revelou um esquema de fraudes de licenças ambientais envolvendo funcionários da Secretaria de Meio Ambiente do estado. Pedem mais seriedade e empenho nas políticas ambientais e solicitam do governo estadual e da Assembleia Legislativa uma manifestação sobre os pontos levantados no documento.
O documento, reproduzido abaixo, é assinado pelo Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad), Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Instituto Socioambiental (ISA), Operação Amazônia Nativa (Opan), The Nature Conservancy (TNC).
Manifesto público pela boa governança ambiental no Estado de Mato Grosso
de junho de 2010

Mudanças vão reduzir custo de Belo Monte em pelo menos R$ 1 bi

Fonte: O Estado de S.Paulo 12/06/2010 15:27:24
Presidente do consórcio Norte Energia diz que alterações também reduzem o impacto ambiental da hidrelétrica

O presidente do consórcio Norte Energia, José Ailton de Lima, afirmou ontem que as melhorias propostas para a Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, vão reduzir, em pelo menos R$ 1 bilhão, o custo do empreendimento. "Esse é o valor que conseguimos apenas com a concretagem", destacou o executivo, após participar do leilão de transmissão de energia elétrica, ontem, em São Paulo.
Entre as melhorias avaliadas pelo consórcio estão a redução do número de canais de desvio da água, a diminuição do número de turbinas de 20 para 18, redução do tamanho da casa de força e o deslocamento dos vertedouros da casa de força principal para secundária.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O desafio da sustentabilidade na Amazônia

Autor(es): Bettina Barros, de Paragominas (PA)
Fonte: Valor Econômico - 11/06/2010

Chegar ao topo de um ranking é, sem dúvida, um feito. Já manter-se na liderança é uma tarefa complexa, sobretudo quando se trata de madeira, pecuária e Amazônia.

Paragominas terá pela frente o desafio de ser líder ambiental em uma parte do Brasil castigada por moto-serras e balas. O município paraense localizado a 300 quilômetros da capital, Belém, foi o primeiro na região a adotar medidas para ordenar seu território e frear a derrubada da floresta. Por causa disso, após dois anos de boicote de crédito público, Paragominas foi retirado da lista dos maiores desmatadores da Amazônia, elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente. Agora vem o mais difícil.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Motosserra sem ideologia

Fonte: O Estado de S.Paulo 01 de junho de 2010
XICO GRAZIANO -
''Há quem imagine que pequenos agricultores sejam mais ecológicos que grandes produtores rurais. Políticos que se julgam da "esquerda" propagam que a agricultura familiar faz bem à natureza, enquanto o agronegócio destrói o meio ambiente. Pura ideologia. Nunca nenhum estudo da realidade comprovou isso.
O equívoco desse pensamento mostra origens remotas. Desde 1775, quando o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, em seu famoso discurso sobre a origem da desigualdade, conceituou o "bom selvagem", constrói-se certa imagem de que o homem perdeu sua pureza no processo civilizatório. Antes, vivia em harmonia total. Depois, chegou a maldade sobre a Terra.
O raciocínio bem-aventurado procura se aplicar, hoje, aos indígenas. Ambientalistas argumentam que os povos da floresta, na Amazônia, por exemplo, vivem de forma ecológica. Avatar, belo filme, sublima essa questão, agradando sobremaneira aos defensores da natureza. Antropólogos, todavia, não corroboram facilmente tal ideia.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Belo Monte e o diabo :: Carlos Lessa

Fonte: Valor Econômico 31/05/2010

Sistema brasileiro combina energia elétrica barata para as atividades eletrointensivas com energia extremamente cara para uso residencial e iluminação pública

O Brasil dispõe de três grandes bacias hidrográficas, cada uma regida por um calendário pluviométrico e regime climático próprio e diferenciado. Isto permitiu ao Brasil instalar a geração hidráulica como fonte prioritária de eletricidade e desenvolver um sistema integrado de usinas de geração e linhas de transmissão que possibilitou ao Brasil uma energia limpa, renovável e barata. O esquartejamento da privatização levou o país a uma situação que combina energia elétrica barata para as atividades eletrointensivas (como a produção de alumínio, cimento, papel e celulose) com energia extremamente cara para uso residencial, iluminação pública e empresas não eletrointensivas.

Jirau oficializa na Aneel aumento no número de turbinas

Fonte: Valor Econômico 01/06/2010

Chico Santos e Vera Saavedra Durão, do Rio

O consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR), concessionário da construção e operação da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (Rondônia), promete entregar esta semana à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) as últimas informações sobre a nova configuração da usina com a adição de seis turbinas, cada uma com 75 megawatts (MW), ao projeto original. A ampliação da hidrelétrica, que passaria de 3,3 mil MW para 3,75 mil MW, foi solicitada pelo consórcio há três meses e a definição deverá sair nas próximas semanas.

Eletrobras: custos socioambientais de Belo Monte receberão R$ 3,5 bi

Fonte: Jornal do Senado. http://www.senado.gov.br/
Edição de quarta-feira 02 de junho de 2010

Diretor das centrais elétricas diz que verba será destinada à realocação da população em áreas próximas ao reservatório, simultaneamente à realização da obra, por meio de um plano de desenvolvimento sustentável

Dos R$ 19 bilhões previstos para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, R$ 3,5 bilhões serão destinados aos custos socioambientais da obra, informou o diretor de Engenharia das Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobras), Valter Luiz Cardeal de Souza, que foi ouvido ontem pela subcomissão que acompanha as obras. A iniciativa do debate foi de Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que preside a subcomissão ligada à Comissão de Meio Ambiente (CMA).

terça-feira, 1 de junho de 2010

Empresa pesquisa e divulga materiais sustentáveis

Fonte http://www.akatu.org.br/ 27/05/2010
Banco de dados online disponibiliza projetos e materiais ecológicos para diversas áreas de atividade
Por Rogério Ferro, do Instituto Akatu
Hoje, todo setor pode adotar processos de produção e comercialização mais limpos sob o ponto de vista social, ambiental e econômico. Isso quer dizer que os processos podem interajir de forma harmônica com a sociedade, causar impactos mínimos ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, gerar lucros. O que se vê no mercado atual, em decorrência disso, é uma crescente demanda por materiais e projetos sustentáveis.

Negociação climática recomeça com foco em proteção de florestas

Colaboração Daniel Soeiro
 
Fonte: Valor Econômico - 31/05/2010
O mundo tomou um porre de mudança climática em dezembro, nas duas semanas da Conferência do Clima de Copenhague. Passada a ressaca dinamarquesa, as negociações internacionais por um acordo forte recomeçam hoje, em Bonn, na Alemanha, e devem reunir delegações de mais de 170 países até 11 de junho. Todos os problemas que provocaram o impasse em Copenhague continuam no mesmo lugar e sem solução, mas há avanços. O processo agora mira a conferência de Cancún, no México, no fim do ano.
A maior novidade do novo round de negociações é um texto de 42 páginas e nove capítulos. Ele junta o texto produzido nos últimos dias da conferência com os grandes tópicos em discussão e o polêmico Acordo de Copenhague, que foi rejeitado por vários países na última sessão, mas que agora já tem o endosso de 150 nações. A esperança, em Bonn, é que avancem os trabalhos em questões menos controversas.
"Este é um passo a mais no caminho do acordo. Esperamos que haja convergência em torno de várias questões para que Cancún possa terminar a negociação", diz o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, chefe da delegação brasileira. Antes de Cancún haverá outras duas reuniões da ONU, além de vários encontros multilaterais e fóruns como o das economias emergentes (o Basic), o das maiores economias do mundo (MEF) e o G-20, em junho, no Canadá.
Um dos temas que podem sair praticamente fechados de Bonn interessa particularmente ao Brasil. É o que trata de Redd, a redução nas emissões de gases-estufa por desmatamento ou degradação de florestas. O texto que estará em negociação tem três páginas e não há muitas partes entre colchetes, recurso usado pelos negociadores quando não concordam com algo. Na semana passada, em Oslo, na Noruega, países que costumam financiar a preservação florestal (como Noruega, França e Alemanha) prometeram doar US$ 4 bilhões para projetos de Redd entre 2010 e 2012, em um processo que corre paralelo às negociações da ONU.
"Este é o ano das florestas e do Redd", aposta Alexandre Prado, gerente de economia e especialista em clima da ONG Conservação Internacional. O palpite do ambientalista se baseia no avanço da discussão de Redd na negociação e no fato de Christiana Figueres, a nova secretária-executiva da Convenção do Clima da ONU, ser defensora dos mecanismos de Redd que possam ser financiados pelo mercado. A costa-riquenha vai substituir em julho o atual secretário, o holandês Yvo de Boer.
Outro tema sob a lupa em Bonn é o capítulo de adaptação às mudanças climáticas e a pressão para que o "fast start", dinheiro acertado em Copenhague (US$ 30 bilhões em três anos, para os países mais vulneráveis) comece a sair. Pode haver avanços também na transferência de tecnologias limpas e criação de um sistema de governança eficiente e confiável.
"Esta é a primeira reunião depois de Copenhague, na qual vai se discutir o conteúdo do acordo", diz Kim Carstensen, líder da WWF para as questões de clima. "É uma oportunidade para vermos progresso real e terminarmos com a confusão que surgiu em dezembro [em Copenhague]."
"Mas tudo isso é um pacote com vários elementos", diz um representante do governo brasileiro. "Em toda negociação não se adotam elementos individualmente, o que se adota é o pacote inteiro. Ou seja, o Brasil não vai deixar que o capítulo sobre florestas vigore enquanto as outras arestas do acordo climático internacional ? Como finanças, por exemplo ? Não estejam funcionando também. O que pode significar mais adiamentos. Sem florestas, o Brasil perde parte de seu poder de negociação.

Floresta Amazônica: um mosaico cultural que o Brasil desconhece

Colaboração do Daniel Soeiro

Floresta Amazônica: um mosaico cultural que o Brasil desconhece

Por Natalia do Vale
A floresta amazônica brasileira tem cerca de 13 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE. Destes, 300.000 são migrantes que vieram principalmente do Nordeste, atraídos pelo sonho de ganhar dinheiro trabalhando em madeireiras, mineradoras, criação de gado, plantio de soja, milho e outros produtos agrícolas. Além do sonho de ter um futuro melhor, estes trabalhadores trazem na bagagem os costumes de seus lugares de origem e uma infinidade de novas histórias, que contadas com sotaques diferentes, se misturam à cultura dos mais de 162 grupos de índios da região, formando um verdadeiro mosaico cultural.