quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Amazonia longe dos objetivos do milênio (ODM)

O estudo A Amazônia e os Objetivos do Milênio 2010 (Celentano, D., Santos, D. & Veríssimo, A. Imazon. 2010.) analisa criteriosamente a evolução da região em relação ao ODM, e demosntra que na grande maioria dos indicadores analisados, embora acompanhando o país, a velocidade das melhorias são bem menores na maioria dos casos. Mantendo assim a triste sina colonial da região, em acompanhar o crescimento marginal da corte.
No link abaixo pode-se "baixar" a publicação completa diretamente do sitio do Imazon.http://www.imazon.org.br/novo2008/publicacoes_ler.php?idpub=3772

Fonte: Valor Econômico (SP) 20/12/2010:
Pobreza mantém Amazônia distante do país

Por Daniela Chiaretti
De São Paulo

Se a boa notícia da Amazônia é que o desmatamento nunca foi tão baixo na história deste país, a má notícia é que os indicadores sociais mostram uma região com problemas crônicos e preocupantes. Apesar de alguma melhora, a Amazônia está distante do Brasil em relação à pobreza, às doenças, ao saneamento básico e à saúde materna. Colocando foco em alguns desses parâmetros, os brasileiros que vivem em nove Estados da floresta parecem fazer parte de outro país.
A pobreza, por exemplo, afetava 42% da população amazônica em 2009. A média brasileira naquele ano era de 29%. Segundo dados do mais recente Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 24 milhões de pessoas moram na Amazônia e 80% estão nas cidades. O crescimento da população da região nos últimos 20 anos foi de 41% (a média brasileira bateu em 31%), e a migração tem papel importante nesse número. Em 2009, mais de 10 milhões de pessoas viviam com menos de meio salário mínimo por mês.
Paradoxalmente, na região que mais tem recursos hídricos no mundo, o acesso à água potável e o saneamento básico são serviços precários. Em 2009, 34% da população amazônica não tinha água encanada. A metade não possuía coleta de esgoto adequada - ou seja, ligada à rede ou com fossa séptica. Não há dados disponíveis sobre tratamento do esgoto. O que se sabe é que, há dois anos, 81% dos municípios amazônicos não tinham nenhuma rede de coleta de esgoto.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Acre regulamenta extração, coleta e transporte do Daime

Mais uma vez o estado do Acre sai na frente com sua preocupação com o meio ambiente e sustentabilidade. Com uma prática intensiva relativamente recente,
o consumo da ayahuasca, e a consequente retirada de seus "ingredientes" da floresta, vem reduzido gradativamente a ocorrência desses vegetais.(como ocontece aliás com uma grande quantidade de produtos florestais)
A ação visa contralar essa retirada indiscriminada e combater o forte comércio paralelo a utilização para os fins religiosos mais tradicionais.
Fonte: Terra Magazine 23/12/2010  
Altino Machado

As organizações religiosas do Acre que utilizam em seus rituais a Ayahuasca, também conhecida como Daime, Santo Daime, Vegetal ou Hoasca, terão que se adequar à resolução publicada nesta quarta-feira (22) pelo governo do Acre regulamentando autorização para extração, coleta e transporte do cipó (Banisteriopsis spp.) E da folha do arbusto (Psychotria viridis), usados em cozimento no preparo da bebida.
O plantio, extração, coleta e transporte com o fim comercial ou lucrativo do jagube e chacrona, como são mais conhecidos o cipó e a folha, é considerado pela resolução como incompatível com o uso religioso e não será passível de autorização.
A Ayahuasca é uma bebida enteógena utilizada como sacramento por seguidores de várias organizações religiosas no país e até no exterior.
O Estado do Acre reconhece o uso ritualístico da Ayahuasca como prática religiosa legítima e ancestral manifestação cultural, pela relevância de seu valor histórico, antropológico e social, merecedora da proteção do Estado.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Tabela Periódica será corrigida pela primeira vez na história

Mudando um pouco de assunto. Interessante a matéria da  Newsletter n. 339 do Instituto de Engenharia de SP, para engenheiros, que como eu,  já atuaram com engenharia de avaliações, e estão habituados a tratar os valores de forma probabilística, e não determinística. Porém agora são os químicos que terão que adaptar seus conhecimentos, para 10 elementos da tabela, pois o peso atômico deles agora varia dentro de um intervalo e não são mais um valor determinístico como sempre foi por mais de 150 anos.

Transcrito da Newletter n. 339 do Instituto de Engenharia

Tabela Periódica será corrigida pela primeira vez na história
Inovação Tecnológica
Publicado em 17 de Dezembro de 2010

Pela primeira vez na história, os pesos atômicos de alguns elementos da Tabela Periódica serão alterados.
A nova Tabela Periódica, descrita em um relatório científico que acaba de ser divulgado, irá expressar os pesos atômicos de 10 elementos de uma forma diferente, para refletir com mais precisão como esses elementos são encontrados na natureza.
Os elementos que terão seus pesos atômicos alterados são: hidrogênio, lítio, boro, carbono, nitrogênio, oxigênio, silício, cloro, enxofre e tálio.
"Por mais de 150 anos os estudantes aprenderam a usar os pesos atômicos padrão - um valor único - encontrados na orelha dos livros didáticos de química e na Tabela Periódica dos elementos," comenta o Dr. Michael Wieser, da Universidade de Calgary, no Canadá e membro da IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada).
Contudo, explica ele, conforme a tecnologia foi evoluindo, os cientistas descobriram que aqueles números tão bem decorados não são tão estáticos quanto se acreditava anteriormente.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O desafio da globalização para o açaí dos paraenses


Transcrevo artigo de Lúcio Flavio Pinto tratando da explosaõ do consumo do açai nosso de cada dia, que caiu no gosto de todo mundo e, embora tenha aumentado e muito a produção, está se tornando escasso para o paraense. comum. Externaliza a procupação do garantir a origem do produto amazônico, como amazônico, antes da transposição do cultivo para outras plagas, apagando a essência de sua origem.
Fonte Jornal Pessoal.
Antigo versinho, de largo uso local, revela um dos principais atrativos do Estado: “Quem vem ao Pará, parou; tomou açaí, ficou”. Mas não eram muitas as pessoas que vinham ao Pará. E nem todas elas apreciavam o açaí, que continuou a ser um patrimônio exclusivo dos paraenses e, em menor grau, de outros Estados da Amazônia.
Em 2000 a situação começou a mudar, rápida e intensivamente. Disparado o maior produtor nacional, o Pará extraiu naquele ano 380 toneladas, quase exclusivamente para o consumo interno. No ano passado, a produção alcançou quase 10 mil toneladas - e se tornou insuficiente para suportar a demanda. Boa parte dela foi para outros Estados e alguns países.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Conter o desmatamento é a herança de Lula e o desafio de Dilma.

Com frequência duramente criticado na temática ambiental pela impresa, em seu final, observamos textos, como o pastado abaixo, reconhecendo o desempenho "inacreditável" do governo Lula em relação ao combate ao desmatamento.

Atenção total para preservar a floresta
Fonte: Valor Econômico 17/12/2010

Daniela Chiaretti

O maior trunfo dos oito anos de governo Lula na área ambiental é também o desafio da próxima presidente: o desmatamento da Amazônia. Quando Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse, a taxa anual de desmate era espantosa. Chegou a bater em 27 mil quilômetros quadrados em 2004, o que dava quase um Haiti. O legado de Lula é inacreditável nesse campo: a taxa de desmatamento deste ano, fechada em julho, é de menos de 6.500 quilômetros quadrados, o que evidencia que a estratégia de conter a derrubada deu muito certo. É exatamente aí que está o primeiro desafio da presidente Dilma Rousseff: a proposta de mudança do Código Florestal que está na linha de frente do Congresso pode ameaçar esta trajetória de sucesso. Esse é o temor de ambientalistas e de estudiosos da Amazônia, embora a senadora Katia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), insista que a proposta em análise - o relatório do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) - não irá promover derrubadas. Há poucos dias, em Cancún, no México, durante a conferência das Nações Unidas sobre mudança climática, a senadora disse a interlocutores e jornalistas do mundo todo que o texto de Rebelo "apenas regularizará a propriedade de terra dos agricultores."

A fusão entre clima e biodiversidade

 Fonte: Página 22. Ed.48 Gisele Neuls* e Gustavo Faleiros* 

O Redd avança usando a lógica de compensar o custo de oportunidade do desmatamento. Um dos riscos é favorecer grandes proprietários rurais em detrimento dos pequenos
Em decorrência do formato das decisões tomadas em 1992 na Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, a proteção da biodiversidade e o combate ao aquecimento global são temas que não se misturam na agenda das Nações Unidas. No entanto, o desmatamento de florestas tropicais, por ser uma fonte relevante nas emissões de gases de efeito estufa, tem colocado essas duas dimensões da questão ambiental no mesmo tabuleiro. Essa fusão tem sido acelerada pela busca de instrumentos econômicos que permitam conservação da natureza com geração de renda.