quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Cultivar frutas nativas da Amazônia é alternativa para manter floresta em pé, por José Edmar Urano De Carvalho e Walnice Maria do Nascimento

Fonte: EcoDebate 19/02/2018

Polinização manual do bacuri
Polinização manual do bacuri. Foto: Ronaldo Rosa /Embrapa

[EcoDebate] A Amazônia possui notável diversidade de plantas produtoras de frutas comestíveis, entretanto, até então, um reduzido número dessas espécies assumiu posição de destaque na fruticultura nacional ou mesmo na fruticultura regional, destacando-se, atualmente, o açaizeiro (Euterpe edulis), o cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum), o maracujazeiro (Passiflora edulis) e o abacaxizeiro (Ananas comosus).
Na região Amazônica, a castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa), o bacuri, (Platonia insignis), muruci (Byrsonima crassifolia) e o taperebá (Spondias mombin), também conhecido como cajá em outros estados, já são frutas com mercados consolidados e no caso da castanha, mercado internacional, mas aproximadamente 95% da produção ainda é oriunda do extrativismo.
Para elas, o cultivo em escala comercial, e com isso, o alcance de novos mercados, tem como principal fator limitante o tempo requerido para que entrem em fase de produção, pois apresentam longa fase juvenil especialmente quando propagadas por sementes. Além disso, essas três espécies apresentam sementes com complexos mecanismos de dormência, o que dificulta sobremaneira o processo de produção de mudas.
O aperfeiçoamento dos métodos de propagação dessas espécies constitui-se em etapa fundamental para que possam ser cultivadas de forma mais intensiva, garantindo menor tempo para início de produção e incremento de produtividade.
Portanto, o conhecimento sobre as formas de cultivo das espécies frutíferas nativas da Amazônia é a base para o manejo e uso sustentável, bem como, para o entendimento de como deverá ser realizada à conservação da biodiversidade na Amazônia.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que no estado do Pará está representada pela Embrapa Amazônia Oriental, vem aperfeiçoando e desenvolvendo técnicas em propagação de espécies frutíferas nativas e cultivadas na Amazônia, por meio da coleta das sementes e o cultivo em campos experimentais, selecionando os melhores exemplares, fazendo cruzamentos, enxertos, acelerando e uniformizando o processo de germinação para a produção de mudas dessas espécies com eficiência e eficácia.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Amazônia: Hidrelétricas já impedem a migração de peixes e a dispersão de sedimentos, ameaçando a biodiversidade e o bem-estar de mais de 30 milhões de pessoas



Fonte: EcoDebate 06/02/2018
Mapa da Bacia Amazônica Ocidental. Ministério dos Transportes
Mapa da Bacia Amazônica Ocidental. Ministério dos Transportes
 Hidrelétricas infartam rios da Amazônia
IHU
Barragens já impedem a migração de peixes e a dispersão de sedimentos, ameaçando a biodiversidade e o bem-estar de mais de 30 milhões de pessoas.
A maior bacia hidrográfica do mundo está prestes a sofrer uma severa fragmentação se parte das 160 barragens em planejamento forem de fato construídas, afirmou uma equipe de pesquisadores dos EUA e de vários países da América do Sul em artigo publicado pela revista científica Science Advances. As hidrelétricas construídas na bacia do rio Amazonas para atender às crescentes demandas por eletricidade estão levando à extinção espécies de peixes e colocando em risco 30 milhões de habitantes que subsistem de seus rios.
A reportagem é publicada por Observatório do Clima, 02-02-2018.
O mapeamento revelou que 142 hidrelétricas de vários tamanhos já operam na região, o dobro do relatado em canais oficiais, e que elas estão causando mais impacto à natureza do que se imaginava. Os protocolos de impacto ambiental e de licenciamento apresentados pelas empresas ignoram os efeitos cumulativos de construir múltiplas barragens em uma rede fluvial ou uma bacia hidrográfica. “Se a situação continuar sem controle ou gestão integrada, os efeitos serão devastadores ao ecossistema nos próximos anos”, diz a ecologista Elizabeth Anderson, da Universidade Internacional da Flórida, em Miami, principal autora do estudo.

Ibama apreende 430 kg de mercúrio e suspende importadora em SC, que abasteceria garimpos ilegais na Amazônia

Os Garimpos ilegais na região continuam sendo uma constante fonte de degradação, e sempre apoiada por uma rede de fornecedores forte e organizada.
Fonte: EcoDebate 07/02/2018

Agentes do Ibama vistoriam galpão de empresa responsável pela importação irregular de mercúrio em SC
Agentes do Ibama vistoriam galpão de empresa responsável pela importação irregular de mercúrio em SC. Foto: Ibama
Agentes do Ibama apreenderam 430 quilos de mercúrio e suspenderam as atividades de uma empresa do setor químico em Joinville (SC) responsável pela importação irregular do produto. Investigação realizada pelo Instituto em três estados aponta que o mercúrio abasteceria garimpos ilegais na Amazônia.
Os responsáveis foram autuados em R$ 1,5 milhão pela venda ilegal e por prestar informações falsas. Maior importadora de mercúrio do país, a empresa comercializou 6,8 toneladas da substância nos últimos três anos.
Os agentes ambientais constataram que a importadora simulava a venda e o transporte de mercúrio para uma empresa de fachada em Várzea Grande (MT). No endereço do suposto comprador, informado ao Ibama no Cadastro Técnico Federal (CTF), funciona uma mercearia.