quarta-feira, 30 de abril de 2014

SUDAM APROVA CONSULTA PRÉVIA PARA RECUPERAÇÃO DA BR-163



Fonte SUDAM 25/04/2014
A Diretoria Colegiada da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) aprovou Consulta Prévia da empresa Concessionária Rota do Oeste S/A, para a execução de serviços correspondentes às funções operacionais, de conservação, recuperação e de ampliação da BR-163, no Estado do Mato Grosso. O trecho a ser trabalhado possui extensão total de 850,9 km, sendo 822,8 km na BR-163 e 28,1 km na MT 407, compreendido entre os municípios de Sinop e Itiquira. Os recursos são do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA), no valor de R$300 milhões. Ao final das obras, serão implantadas as praças de pedágio que passarão a gerar receitas para a concessionária.
O início operacional das praças ocorrerá em aproximadamente 18 meses. Além da Sudam, o projeto conta também com outras fontes de financiamento, entre elas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 
As obras em trechos urbanos da BR-163 MT deverá implantar contornos de pista dupla no trecho de Rondonópolis, numa extensão de 10,9 km. Os investimentos em infraestrutura e sistemas operacionais previstos são em 545 km de duplicação de rodovias, recuperação e implantação dos sistemas de iluminação da rodovia, recomposição de aterros, sistemas de drenagem, inspeção de tráfego, controle de velocidade, atendimento ao usuário, médico e de emergência e de comunicação.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Hidrelétricas no rio Trombetas preocupam quilombolas e indígenas do Pará


Fonte: Amazônia Real 21/04/2014

Corredeira da bacia do Trombetas, no Pará. (Foto: Emmanuel de Almeida Farias Júnior)
Corredeira da bacia do Trombetas, no Pará. (Foto: Emmanuel de Almeida Farias Júnior)
Populações quilombolas começam a se preparar para ações de enfrentamento contra possíveis projetos de construções de hidrelétricas na área da bacia do rio Trombetas, no Pará. Temerosos em perder suas terras para as barragens, lideranças de 35 comunidades quilombolas que vivem à margem do Trombetas planejam discutir o assunto nas próximas semanas com a Fundação Palmares e com o Ministério Público Federal (MPF). Os quilombolas querem ter acesso a informações mais sólidas sobre o planejamento energético para a bacia do rio Trombetas, um afluente da margem esquerda do rio Amazonas.
A região é ocupada por  uma população tradicional de quase 10 mil pessoas descendentes de escravos fugidos de fazendas há mais de dois séculos. Às margens da bacia do rio Trombetas também há terras indígenas ocupadas por etnias como wai-wai, kaxuyana e tunayana.
Ivanildo Carmo de Souza, de 41 anos, uma das lideranças quilombolas da comunidade Cachoeira Porteira, localizada no município de Oriximiná (distante a 819,75 quilômetros de Belém em linha reta), disse à agência Amazônia Real que recentemente “ligou dois fatos” ocorridos nos últimos dois anos, que lhe aumentaram a preocupação sobre o futuro das populações tradicionais que vivem naquela área.
“Há dois anos, apareceu aqui uma pessoa dizendo que estava prestando serviço para o governo e pediu para fazer uma pequena visitação na área e ver o sistema de vazão do rio. Mandei que algumas pessoas levassem onde ele queria ir. Ano passado, uma pessoa da Secretaria de Meio Ambiente do governo do Pará me disse: ‘Ô Ivanildo, já está tramitando documentação para a hidrelétrica de Cachoeira Porteira’. Aí eu liguei as duas coisas e isso me deu uma preocupação tão grande. Mas não ficamos sabendo de mais nada”, disse.

terça-feira, 22 de abril de 2014

BNDES aprova financiamento de R$ 6,2 bilhões para projeto de expansão da Vale



Grandes projetos, grandes financiamentos! Quando se retira as aplicações de recursos do BNDES nos grandes projetos da Amazônia, o que sobra é bem pouco para uma região que deveria ser prioritária para o desenvolvimento. Sem falar que esses investimentos continuam voltados muito mais para o setor primário, reforçando a opção histórica do centro de poder pelo extrativismo na região. 
Fonte: BNDES 14/04/2014
 Empresa investirá em nova usina, ferrovia e projetos sociais. Projeto, positivo para a balança comercial brasileira, deve gerar 30 mil empregos diretos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 6,2 bilhões para a Vale. Os recursos serão destinados a investimentos da empresa, de R$ 37,8 bilhões, no Complexo de Carajás (PA) e na Capacitação Logística Norte. 

O projeto inclui a construção de uma unidade mineradora e de beneficiamento de minério de ferro, com capacidade para 90 milhões de toneladas por ano, e de um ramal ferroviário entre as cidades de Canãa dos Carajás e Parauapebas (PA), além da expansão da capacidade de transporte da Estrada de Ferro Carajás para 230 milhões de toneladas por ano.

O Banco também apoiará investimentos sociais, que excedam aqueles obrigatórios pelas condicionantes socioambientais exigidas por lei. Os projetos visam contribuir para o desenvolvimento da região.

O programa da Vale — de expansão da produção de minério de ferro e de sua rede de distribuição, com operação integrada mina-planta-ferrovia-porto — tem início previsto das operações em 2016. O apoio do BNDES ao projeto contribuirá para a geração de 30 mil empregos diretos no pico das obras e em aumento expressivo das exportações brasileiras de minério, com impacto positivo no saldo da balança comercial brasileira.

A Vale iniciará a exploração das reservas de Serra Sul, uma das três regiões que compõe o Sistema Norte de mineração, em Carajás, juntamente com as reservas de Serra Norte e Serra Leste. O Sistema Norte, que contém um dos maiores depósitos de minério de ferro do mundo, produziu 115 milhões de toneladas em 2013, de alta qualidade, alto teor de ferro e baixa concentração de impurezas.

Além do financiamento do BNDES, o projeto conta com R$ 1 bilhão em debêntures de infraestrutura emitidas pela Vale em janeiro de 2014, para compor as fontes de recursos da implantação do ramal ferroviário.

Brazil turns to drones to protect Amazon


Fonte: Financial Times 21/04/2014 
Com o título acima o jorna inglês Financial Times fez uma reportagem onde informa que municípios brasileiros da região amazônica estão utilizando drones, que são veículos aéreos não tripulados, para o monitoramento da floresta em preparação para a implementação do novo código florestal aprovado em 2012, citando que o mesmo seria uma lei dura pensada para salvar a Amazônia do desmatamento total. Os drones seriam/serão utilizados para mapear as propriedades e monitorar se os agricultores e outras pessoas estão mantendo o mínimo de cobertura florestal exigida pelo novo código florestal. Elaborada no Mato Grosso a reportagem cita as iniciativas das cidades de Alta Floresta-MT e Altamira-PA na utilização dos equipamentos, além de um pequeno comentário sobre o conflito de opiniões entre ambientalistas e ruralistas a respeito do novo código florestal.
Abaixo a reportagem original.

Brazil turns to drones to protect Amazon

By Joe Leahy in Alta Floresta, Mato Grosso
Amazon rainforest
Brazilian municipalities are turning to drones as they prepare to implement a tough new law designed to save the Amazon from total deforestation.
Municipal authorities in the Amazon region, the biggest of which covers double the size of Scotland, are looking to use drones to map properties and monitor whether farmers and others are maintaining the minimum of forest cover required under the new forest code.
Passed in 2012, Brazil’s forest code was hailed as a breakthrough in the country’s efforts to protect the Amazon while maintaining its emergence as an agricultural power. It is already one of the largest exporters of sugar, coffee, soyabeans and beef.“With the acquisition of a drone, we would have a better result, we would have a panoramic view of how this process of recuperation is progressing,” said Gercilene Meira, a specialist with the state environmental secretariat in the municipality of Alta Floresta, in Mato Grosso state. “We have done some tests using balloons but it was not sufficient.”

Para chegar à escola, crianças enfrentam embarcações na Amazônia

Brasil tem 674 lanchas e mais da metade está na Amazônia; roubos de motores e peças as deixam inutilizadas






Crianças enfrentam rio agitado para vencer o desafio do analfabetismo em muitas escolas da Amazônia. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Crianças enfrentam rio agitado para vencer o desafio do analfabetismo em muitas escolas da Amazônia. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Fonte: Portal Amazônia 21/04/2014
MANAUS -  Acordar antes do sol nascer, caminhar até a beira de um rio agitado, entrar em um bote ou em uma lancha de pequeno porte para, em meio à chuva característica da Região Norte, ir à escola. Essa é a rotina de muitas crianças ribeirinhas. Dependendo da época do ano, é comum que o embarque e desembarque sejam realizados na lama, devido às mudanças causadas nas margens, pela correnteza e pelas variações entre períodos de seca e de cheia nos rios.
Para evitar que isso resulte em evasão escolar, 674 lanchas escolares – projetadas e fabricadas pela Marinha com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) – deveriam estar circulando pelos rios brasileiros. Mais da metade delas, na Amazônia, onde o transporte fluvial é o mais popular. O problema é que roubos de motores e defeito em peças acabam fazendo com que parte delas fiquem inutilizadas.
“A lancha da nossa comunidade é bem equipada, mas, infelizmente, está quebrada desde abril de 2013. A burocracia é muito grande para consertar”, disse o condutor Arlen Sanches, 42 anos. Ele é responsável pelo transporte de 24 crianças de cinco comunidades até a escola de Santa Maria, no Rio Negro, a cerca de 100 quilômetros a oeste de Manaus.
Professora na escola da comunidade, Cristina Pereira Lameiras, 32 anos, diz que a solução foi passar a usar um bote com motor para o transporte das crianças. Segundo o condutor, entretanto, o novo transporte é mais perigoso, principalmente por causa do risco de bater em pedras e de virar por causa dos banzeiros [marolas naturais ou provocadas por embarcações]. “Sem prática, o bote vira mesmo”, disse Sanches.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Governo age para licitar hidrelétricas

Fonte: Diário do Pará 21/04/2014,

Governo age para licitar hidrelétricas (Foto: DIVULGAÇÃO)
(Foto: DIVULGAÇÃO)
Com uma audiência pública marcada para o próximo dia 29, o governo inicia oficialmente a corrida para licitar, ainda este ano, as primeiras hidrelétricas da Bacia do Rio Tapajós, no Pará, considerada a nova fronteira hidrelétrica brasileira. A audiência discutirá a Avaliação Ambiental Integrada (AAI) da bacia, divulgada na última sexta-feira, que aponta impactos cumulativos dos sete aproveitamentos hidrelétricos identificados na região, que somam uma potência de 14,2 mil megawatts (MW). O objetivo é tentar evitar a repetição dos conflitos que retardaram as obras de Belo Monte, no Rio Xingu, maior usina em construção no país.
A primeira licitação da bacia do Rio Tapajós está prevista para ocorrer ainda este ano. Será a usina de São Luiz do Tapajós, com potência instalada de 6.133 mil MW. O planejamento do setor elétrico prevê ainda outra usina na região com início de operações até 2020, Jatobá, com potência instalada de 2.338 MW. Juntas, as duas têm capacidade para gerar o mesmo volume de Belo Monte — que, embora tenha potência de 11.233 MW, garante a entrega de 4.571 MW médios durante o ano, 80 MW médios a menos do que a energia firme das primeiras hidrelétricas da bacia hidrográfica do Tapajós.
O porte dos novos projetos e os impactos sobre a floresta amazônica e comunidades indígenas leva a crer que a batalha pela sua aprovação será semelhante à de Belo Monte, que envolveu até celebridades internacionais, como o cineasta James Cameron, diretor do filme Avatar — que esteve em Altamira, no Pará, para protestar contra a obra. “Obviamente, o governo terá que travar uma batalha jurídica e contra ONGs internacionais”, diz Nivalde de Castro, do Grupo de Estudos de Energia Elétrica do Instituto de Economia da UFRJ (Gesel).
A própria Avaliação Ambiental Integrada é um passo no sentido de tentar vencer resistências ao projeto. O trabalho não é previsto em lei, mas sua ausência tem sido usada como argumento para ações do Ministério Público para embargar projetos hidrelétricos no país. O documento divulgado na última sexta-feira aponta, como principais impactos, alterações ecológicas, bióticas e pesqueiras, fragilidade na conservação florestal pelo incremente da atividade econômica, remoção de residências em áreas que serão alagadas e indução a conflitos étnicos em territórios indígenas Munduruku — este último, um dos pontos mais sensíveis na discussão sobre as obras na Amazônia.

Medir o êxito de um país pelo PIB ainda faz sentido?

Críticas ao PIB como único medidor das riquezas de um país, são comuns nos dias de hoje, pois essa medição só leva em conta a produção deixando de fora fatores importantes a serem considerados em uma análise mais elaborada.
Fonte: BBC  20 de abril, 2014 
Principal indicador econômico há quase um século, seria o PIB (Produto Interno Bruto) a melhor forma de medir o êxito de um país?
Uma conhecida crítica ao PIB diz que ele "mede tudo, exceto aquilo que faz a vida valer a pena". A frase ficou famosa com a declaração de um integrante de um dos principais clãs políticos americanos, o ex-senador Bobby Kennedy, em 1968.
A ONG Social Progress Imperative, liderada pelo economista Michael Porter, da Universidade de Harvard, sugere uma revisão do índice. Não se trata de enterrar de vez o PIB, mas de complementá-lo com um índice que mede tudo, menos o rendimento econômico. Em outras palavras, o PIB - que nasceu nos anos da Grande Depressão (anos 1930) e da Segunda Guerra (1939-1945) para mensurar o tamanho e a riqueza de uma economia - está irremediavelmente viciado como uma medida do bem-estar humano. E cada vez mais ele é questionado.
"Se você eliminar os indicadores econômicos", diz Michael Green, diretor executivo do grupo, é possível "ver a relação entre o progresso econômico e social e entendê-lo muito melhor".
Medindo o progresso social
Green, que por muitos anos estudou o desenvolvimento internacional, propôs no Fórum Econômico Mundial um novo índice, juntamente como o diretor do escritório americano da revista britânica The Economist, Matthew Bishop.
O mecanismo em questão é o Índice de Progresso Social (SPI, na sigla em inglês), que começou colhendo informações de 54 diferentes indicadores de bem-estar, tais como o acesso às escolas, cuidados de saúde, um meio ambiente limpo, saneamento e nutrição.

domingo, 20 de abril de 2014

Acordo pode garantir R$ 200 mi para financiamento de cadeias produtivas do AM

Dinheiro está sendo pleiteado pela Agência de Fomento do Amazonas junto ao BID, para financiar cadeias produtivas

Fonte: A Crítica 19 de Abril de 2014

Juta e malva integram os produtos cuja cadeia produtiva pode vir a ser fomentada com os recursos que a Afeam está buscando junto ao BID (Euzivaldo Queiroz)
A Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) deu um novo passo no sentido de “costurar” uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Em um seminário de dois dias realizado na semana passada, na sede da agência, com representantes da instituição financeira, a ideia de fechar um acordo de financiamento da ordem de US$ 200 milhões ao BID foi amadurecida pelas duas entidades.
Foi o que informou o diretor-presidente da Afeam, Pedro Falabella, em conversa com A CRÍTICA, explicando que a solicitação do órgão ainda está em estudo pelo banco internacional, mas a expectativa é de que o recurso seja aprovado no início de 2015. “Estamos buscando recursos oficiais do BID porque queremos criar arranjos produtivos locais no Estado, mas precisamos de capital externo para realizar esse objetivo”, pontua ele.

Hidrovias ajudarão no desenvolvimento do Pará

Fonte Diário do Pará 20/04/2014

O Pará escoa hoje, pelo rio Tocantins, entre 200 e 250 mil toneladas de cargas por ano. É pouco, se forem consideradas as restrições que o rio ainda oferece à navegação. Quando for executado o derrocamento do Pedral do Lourenço, consolidando o corredor hidroviário a partir de Marabá e tornando efetivamente operacionais as eclusas de Tucuruí, o efeito imediato será o crescimento do volume transportado para 10 milhões de toneladas anuais. Essas cargas serão procedentes do Mato Grosso, Maranhão, Piauí, Tocantins e do sul do Pará.
 A previsão é do armador Eduardo Lobato Carvalho, economista e empresário que até recentemente presidia o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial e Lacustre e das Agências de Navegação no Estado do Pará (Sindarpa), que hoje mantém um quadro de 45 associados, justamente as maiores empresas do setor no Pará. Carvalho é um dos poucos representantes da terceira geração de armadores na Amazônia. É fundador e participante de várias empresas de navegação e em outras áreas de negócios, como os de combustíveis, materiais de construção, locação de veículos e mineração.
Outro corredor hidroviário de grande importância econômica, segundo ele, é o do Tapajós, cujo potencial somente agora começa a ser efetivamente explorado, prevendo o escoamento de dois a três milhões de toneladas de cargas já a partir do ano que vem. No futuro, quando estiverem operando os vários empreendimentos portuários que hoje estão se implantando, conforme frisou, a previsão é de que a movimentação anual de cargas pelo Tapajós alcance volume em torno de 20 a 22 milhões de toneladas.

sábado, 19 de abril de 2014

Fraude no comércio de madeira usa falha na comunicação entre sistemas de controle

O esquema antigo de "esquentar" madeira ilegal, se reinventando aproveitando falhas nos aparatos tecnológicos dos órgãos de fiscalização.

  

MPF pede decisão urgente para que defeito seja corrigido em dez dias e para que sejam reparados prejuízos equivalentes à produção irregular de 26,8 mil metros cúbicos em produtos madeireiros
Fonte MPF PRPA 07/04/2014
O Ministério Público Federal (MPF) entrou na Justiça na última sexta-feira, 4 de abril, com ação em que pede decisão urgente para barrar esquema de fraudes no comércio de madeira entre o Pará e outros Estados. Para realizar as fraudes, os participantes do esquema aproveitam-se de falha na comunicação entre os sistemas utilizados pelos Estados para controlar o comércio de produtos florestais.
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o esquema permitiu que fosse irregularmente autorizada a comercialização de 26,8 mil metros cúbicos de produtos florestais.
Assinada pelo procurador da República Bruno Araújo Soares Valente, a ação foi proposta contra o Estado do Pará, contra a empresa Tecnomapas, que desenvolveu o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora), utilizado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, contra o Ibama e contra nove madeireiras integrantes do esquema de fraudes. 
O MPF pediu à Justiça que o Estado do Pará, o Ibama e a Tecnomapas sejam obrigados a corrigir, dentro de dez dias, as falhas que possibilitam as fraudes no comércio interestadual de madeira envolvendo empresas situadas no Pará. 
Também foi solicitado à Justiça que o Estado do Pará, o Ibama, a Tecnomapas e nove empresas madeireiras (veja abaixo a relação dos nomes) sejam obrigados a reparar dano ambiental equivalente à produção irregular de 15.667 metros cúbicos de carvão vegetal e 11.224 metros cúbicos de madeira serrada. Das empresas que tiveram o endereço publicado, há madeireiras localizadas no Pará e Maranhão.
Caso não seja possível a recuperação ambiental de área equivalente, o MPF pede que os responsáveis paguem em dinheiro o correspondente aos danos causados.
Funcionamento da fraude – Quando um plano de manejo florestal (utilização racional e ambientalmente adequada dos recursos da floresta) é aprovado, a quantidade de produção prevista é convertida em créditos florestais, espécie de cota de comercialização disponível.

Feira do Empreendedor de 2014 do Sebrae em Manaus 24 a 27 de abril







Há espaços temáticos, como sustentabilidade, negócios verdes, inovação, tecnologia e agronegócio



Sebrae no Amazonas espera 20 mil visitantes na Feira do Empreendedor deste ano em Manaus. Foto: Divulgação/SebraeSebrae no Amazonas espera 20 mil visitantes na Feira do Empreendedor deste ano em Manaus. Foto: Divulgação/Sebrae
MANAUS - Todo mundo sonha ou já sonhou em ser dono do próprio negócio. Mas a maioria das pessoas sequer sabe por onde começar ou desiste no primeiro obstáculo. Para incentivar estas pessoas e mostrar diversas oportunidades de negócios nas mais variadas áreas, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) realiza a Feira do Empreendedor. O evento acontece desde 1994, a cada dois anos, em várias cidades brasileiras e, neste ano, a edição de Manaus oferece mais de 6 mil cursos gratuitos.
Com o tema ‘Rios de Oportunidades, Frutos de Negócios’, a Feira do Empreendedor de 2014 no Amazonas acontece nos dias 24, 25, 26 e 27 de abril, com atividades divididas durante manhã, tarde e noite, no Clube do Trabalhador, do Sesi, localizado na Alameda Cosme Ferreira, nº. 3.295, no bairro Coroado 3. A entrada é gratuita.

Linha de transmissão chega a Macapá, mas sem energia

Como aconteceu em Manaus, a linha de transmissão fica concluída e por incapacidade das distribuidoras de energia locais a interligação ao Sistema Interligado Nacional não ocorre. A Manaus Energia no Amazonas, que foi federalizada em 2008 e a CEA no Amapá que é estadual não conseguiram realizar os investimentos necessários em tempo hábil. Após a interligação ao SIN de Manaus e Amapá a única capital do país que ainda permanecerá no sistema isolado será Rio Branco em Roraima. Porém muitas localidades na Amazônia, por serem afastadas dos grandes centros de consumo, permanecerão nos sistemas isolados que se caracterizam basicamente pelo grande número de pequenas unidades geradoras a óleo diesel e pela grande dificuldade de logística de abastecimento.   



Torres gigantes, com 305 metros de altura, destacam-se na selva Amazônica, num trajeto de 1.750 quilômetros, para levar energia da hidrelétrica de Tucuruí para as capitais de Manaus e Macapá
Uma chuva fina foi suficiente para derrubar, na terça-feira, o sinal de televisão e da telefonia celular em Almeirim, cidade de 33 mil habitantes às margens do Rio Amazonas, na divisa do Pará e Amapá. “Internet a gente agradece a Deus quando aparece”, diz a comerciante Socorro Peleja, antes de citar as panes diárias na energia elétrica do município, que ocupa uma área quase 50 vezes maior que a cidade de São Paulo.
Apesar do território descomunal, Almeirim é modesta. Para se chegar de carro ao centro da cidade é preciso vencer antes centenas de quilômetros de ingrata estrada de terra. Com mais 40 minutos de lancha, rio acima, avista-se duas gigantescas torres de transmissão de energia, erguidas em meio à floresta como parte do projeto que visa conectar áreas importantes da região Norte do país ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Cada uma das torres mede impressionantes 305 metros, só 19 a menos que a famosa Torre Eiffel, de Paris. A altura é justificada pelos 2,1 km de distância entre as duas torres, um gigantesco vão livre tomado pelas águas turvas do Amazonas. Para que os cabos conectados ao topo das duas torres não comprometam a travessia das embarcações que por ali passam, foi indispensável içá-los a tal altitude.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Reflorestar é preciso

Fonte: Operação Amazônia Nativa
Por: Ximena Morales Leiva
Engajados, mobilizados e motivados, indígenas da TI Caititu mergulham nos sistemas agroflorestais e começam a mudar seu modo de produzir.
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Ana Lúcia em ação no roçado
Foto de Foto Ximena Morales Leiva/OPAN

Lábrea, AM - Para enfrentar um cenário de crescente destruição ambiental no sul do Amazonas, emerge a implantação de sistemas agroflorestais para recompor áreas degradadas pelas queimadas, derrubadas de árvores e posterior adoção de monocultivos e pastagens. Cientes das ameaças às quais estão expostos, os Apurinã da Terra Indígena (TI) Caititu lançaram mão de técnicas inovadoras ao dedicaram-se, durante cinco dias, ao plantio de canteiros florestais em quatro aldeias.
Por meio do resgate de sua forma de cultivar a terra, reavivando o trabalho em mutirão e, ao mesmo tempo, apropriando-se de técnicas vindas de fora da terra indígena, um grupo de Apurinã das comunidades Novo Paraíso, Nova Esperança 2, Tucumã e Idecorá abraçaram os Sistemas Agroflorestais Sucessionais (SAF) incentivados pelo Projeto Raízes do Purus, uma iniciativa da Operação Amazônia Nativa (OPAN) com patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. Por meio de oficinas, os indígenas tiveram contato com técnicas desenvolvidas pelo agricultor e pesquisador Ernst Götsch, que em 1984 se instalou no Sul da Bahia em um local antes denominado “Fazenda Fugidos da Terra Seca”, hoje conhecido como a “Fazenda Olhos D´Água”.

A ZONA FRANCA E A CONSERVAÇÃO DA AMAZÔNIA

Ainda no assunto PIM. 

Fonte Amazônia Real 10/04/2014
CARLOS DURIGAN
Desde o primeiro turno de votação da PEC (Projeto de Emenda Constitucional) que busca prorrogar por mais 50 anos os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus, o discurso que enaltece o Polo Industrial de Manaus (PIM) como um dos responsáveis pela conservação da biodiversidade no Amazonas tem ganhado força e adeptos. Mas será mesmo?
O Projeto Zona Franca de Manaus idealizado e implementado pela ditadura militar em fins dos anos 60 fez parte de um conjunto de ações estruturantes para a região que envolviam a abertura de uma rede viária e complexa de transporte, com foco especial para a abertura de rodovias, a construção de inúmeras hidroelétricas nos rios amazônicos, a exploração em escala industrial das commodities regionais (minérios, gás, petróleo, madeira, etc.), a criação de distritos agropecuários, o incentivo da imigração em grande escala para a região, entre tantas políticas direcionadas à integração nacional, era como bem sabemos a política do “integrar para não entregar”.

Mais 50 anos de Laissez-Faire

Um posicionamento dissonante da maioria que trata da prorrogação do modelo de incentivos existentes no PIM. Um questionamento sóbrio levantando problemas reais e significativos, que são omitidos nas análises de um modelo que precisa ser repensado, considerando todos os atores envolvidos para que possa enfrentar os problemas, sem no entanto desestruturar toda uma economia que funciona de forma bastante razoável e da qual depende uma significativa parcela da população amazônida. 
Fonte: Portal Amazônia 21 de março de 2014
 Ozório Fonseca
A Câmara Federal, em meio à intensa movimentação política visível e, quem sabe, por uma movimentação financeira invisível, aprovou, em primeiro turno, a prorrogação do modelo Zona Franca por mais 50 anos o que vai alimentar discursos demagógicos nas próximas eleições. Se o modelo já tinha muitos pais, agora essa quantidade se avoluma e o Amazonas passa a “dever” muito aos novos heróis e heroínas, algumas das quais apareceram na telinha, sem qualquer participação teórica ou prática, pois não sabem nada sobre politica (no bom sentido), teorias econômicas e desenvolvimento humano.
Agora vamos ter mais meio século para dormir em “berço esplêndido”, com os governantes tratando de gastar o dinheiro proveniente do PIM, com obras eleitoreiras caríssimas que equivocadamente chamam de infraestrutura, embora sejam de superestrutura, pois infraestrutura é configurada pela parte invisível que configura uma sociedade. Lamentavelmente a “ingnorança astravanca o progressio” no momento atual da vida brasileira, embora proporcione muitos lucros empresariais e pessoais além de vantagens pessoais.
Um liberalismo perverso

Cerrado do Amapá pode se tornar nova fronteira agrícola

O avanço da fronteira agrícola na Amazônia sempre traz preocupações devido a seu histórico quase sempre carregado de fortes impactos negativos. 

 É necessário um grande cuidado e controle no expansão da atividade, e a iniciativa de um  zoneamento ajudará o estado a melhorar seus meios de atuação, garantindo uma atividade  econômica que possa ser sustentável.

Depois do Tocantins, o Amapá desponta como nova fronteira agrícola na região Norte do país. Com boas condições climáticas e solo fértil, o Cerrado amapaense tem despertado o interesse de pequenos e médios produtores e até de grandes grupos vindos de regiões tradicionais.
A localização estratégica do Estado e a ampliação do porto de Santana pela Companhia Norte de Navegação e Portos (Cianport) representam outro atrativo para os agricultores, sobretudo de Mato Grosso, interessados em escoar parte da safra de grãos pelo rio Amazonas como alternativa para reduzir custos de logística. O avanço do agronegócio, porém, preocupa o governo. As terras para plantio são limitadas e fazem divisa com a Floresta Estadual do Amapá (Flota).
Os primeiros plantios de soja na região foram em 2001 e envolviam apenas 200 hectares. A chegada de produtores com capacidade de investimento e tecnologia há dois anos mudou o cenário.
De 2012 para 2013, a área plantada com grãos passou de 2,4 mil para 10 mil hectares, enquanto a produção de grãos passou de 7,6 mil toneladas para 25 mil toneladas no período, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Considerando apenas a soja, a área saiu de 1,6 mil hectares em 2012 para 6 mil hectares ano passado – a produção avançou de 4,2 mil toneladas para 15 mil toneladas no mesmo período. Ainda que tenha sido um marco para o Estado, é quase nada quando se pensa na área e na produção do Brasil.
A Embrapa estima que em 2014 a área plantada com grãos possa chegar a 20 mil hectares. Projeções para daqui a 20 anos mostram que a área deve atingir o potencial máximo, com 200 mil hectares. Hoje, as áreas de Cerrado aptas a cultivos correspondem a 932 mil hectares ou 6,5% do território do Amapá. “Desses quase um milhão, temos que descontar 50% de áreas de preservação permanente e 140 mil que pertencem a uma empresa japonesa que planta eucalipto”, explica o analista da Embrapa Amapá, Gustavo Spadotti Castro.
O potencial limitado, contudo, não tem sido um fator inibidor. Um levantamento realizado pela Embrapa com 15 dos principais produtores do Estado revela que 47% têm mais de 30 anos de experiência no setor. A maioria, inclusive, tem como origem Estados com larga tradição no agronegócio, como Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais.
O Cerrado amapaense também chamou a atenção de grandes empresas. Recentemente, representantes da Sperafico e da Coopave l sondaram analistas da Embrapa sobre as peculiaridades da região. O aumento da procura, por outro lado, levou a uma valorização das terras. Há dez anos, explica Castro, um hectare custava R$ 50. Em 2011, já tinha pulado para R$ 500. “Hoje, não sai por menos de R$ 3 mil nos melhores lugares”, diz.
“As perspectivas são positivas para o agronegócio no Amapá. Há uma demanda crescente por conhecimento e tecnologia”, afirma o pesquisador-chefe da Embrapa, Jorge Yared, que aponta o porto de Santana como um diferencial para empresas interessadas no mercado externo. O governo do Estado, por exemplo, calcula que a rota pelo Rio Amazonas proporcionaria uma redução de 30% nos custos de frete para produtores de Mato Grosso. O Estado exporta hoje 70% da produção pelos portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Vitória (ES). De acordo com dados do Instituto mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), seria possível transferir 50% dessa carga com a viabilização dos portos no Norte, incluindo Santana.

Apesar do otimismo, Yared diz que o aumento da produtividade do setor primário amapaense ainda depende do avanço do Estado na solução de problemas como a distribuição de terras, a situação fundiária e o licenciamento ambiental. “Uma coisa está amarrada à outra. É importante para os produtores, inclusive, para quem quer comercializar fora, ter esses aspectos legalizados”.
Por isso o governador Camilo Capiberibe (PSB) deve apresentar neste mês um zoneamento ecológico do Cerrado. Com as informações detalhadas, pretende mapear as áreas de preservação e as que de fato podem ser usadas para o plantio de grãos. “Até porque há uma expectativa de que, além da venda de commodities, o agronegócio possa agregar valor e movimentar outras cadeias produtivas”, ressalta o pesquisador.
A despeito dos benefícios, Capiberibe teme o avanço da agricultura sobre as florestas dado o potencial limitado de terras do Cerrado e o fato das duas regiões serem fronteiriças. O Amapá é o Estado mais preservado do Brasil, com 73% de áreas de conservação ambiental e terras indígenas. “É possível conviver floresta e agronegócio? A resposta Mato Grosso fornece para gente. O histórico de ocupação de terras no país na expansão da fronteira agrícola se dá contra os interesses ambientais e dos pequenos proprietários. Por isso nosso projeto de concessões florestais enfrenta tanta resistência”, afirma o governador sobre a proposta de conceder entre 1 milhão e 1,5 milhão de hectares da floresta amazônica para uma empresa regularizar a extração madeireira.
Capiberibe ressalta que o projeto vai ajudar o Estado a gerar emprego e renda para a população. A área de concessão florestal do Amapá não será licitada toda de uma vez, mas sim ao longo de dez anos, em lotes de 100 mil hectares anuais. A empresa vencedora da licitação fará o plano de manejo e poderá explorar a região por um período de até 40 anos. Cada lote pode gerar uma receita de R$ 3,5 milhões anuais, chegando a R$ 35 milhões no décimo ano.
Os recursos, segundo o governador, serão distribuídos entre o Estado, municípios e um fundo de desenvolvimento florestal, para atender as comunidades atingidas. Em dez anos, deve gerar uma receita de R$ 192,5 milhões. Trata-se de um montante significativo para um Estado que, em 2013, teve receitas tributárias próprias estimadas em R$ 735,2 milhões dentro de um orçamento de R$ 4 bilhões, composto principalmente por transferências federais (R$ 3,2 bilhões).
Em novembro foi publicado um pré-edital de licitação. O documento definitivo deve ser lançado no fim de abril em meio a resistência de deputados estaduais que questionam a legalidade da Flota desde que o governo anunciou a proposta de concessões florestais. Aprovada de forma unânime em 2006, a lei que criou a floresta estadual quase foi revogada em fevereiro pela Assembleia Legislativa.
A votação de um projeto de revogação, de autoria do deputado Eider Pena (PSD), foi adiada por recomendação do Ministério Público. O parlamentar alega que há inconstitucionalidades no projeto. Diz, por exemplo, que seis mil pessoas podem ser expulsas da floresta com o início do manejo madeireiro. A diretora-presidente do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Ana Euller, contesta os números apresentados pelo deputado.
“Estudos declaratórios mostram que há 400 famílias. E como moram lá desde antes da criação, vão ter o direito de ficar na floresta, conforme determina a própria lei”, afirma Ana, que vê motivações eleitorais na oposição dos parlamentares. “Ninguém se preocupou com os pequenos agricultores há oito anos quando a Flota foi criada. Questionam agora que temos recursos e planos de manejo e de regularização fundiária”, acrescenta. A floresta engloba uma área de quase três milhões de hectares. Passa por 10 dos 16 municípios amapaenses. 

terça-feira, 15 de abril de 2014

Amazônia não vai mais virar savana, diz agora o IPCC

Essa era uma das principais previsões feitas no relatório anterior, de 2007
Fonte : ORM News 26 de março 2014
Há pelo menos uma boa notícia, se é que se pode dizer assim, no novo relatório do IPCC (o painel científico da ONU sobre mudanças climáticas): a Amazônia não corre mais o risco de virar uma savana até o final do século.
Essa era uma das principais previsões feitas no relatório anterior, de 2007, do IPCC. Na época, modelos climáticos apontavam que o aumento da temperatura e as mudanças climáticas levariam a uma nova configuração da vegetação em busca de um reequilíbrio com o clima diferente. Assim, em vez de permanecer como uma floresta densa chuvosa, a Amazônia responderia apresentando um menor porte, menor diversidade, menor biomassa — mais semelhante com o nosso cerrado. Isso acabou conhecido como savanização e foi um dos pontos de maior crítica ao IPCC.
Sete anos depois, e com mais estudos disponíveis, o cenário ficou menos pessimista. É o que se pode concluir de uma versão preliminar do relatório completo do grupo de trabalho 2 do IPCC (que fala sobre impactos, vulnerabilidade e adaptação) que vazou na internet nos últimos dias. O material será chancelado no final da semana em plenária do IPCC em Yokohama, no Japão. 

Um importante projeto que merece registro e divulgação


Pesquisadores vão mapear castanhais nativos e caracterizar sistemas de produção extrativista da castanha-do-brasil

Fonte: Ecodebate 15, 2014 
Castanheira nas redondezas de Marabá
Castanheira nas redondezas de Marabá. Foto: Wikipedia
Bela e imponente, a castanheira-do-brasil (Bertholletia excelsa) é uma das árvores-símbolo da Amazônia, e tem merecido atenção especial da pesquisa devido à sua importância social, ecológica e econômica. Com o objetivo de conhecer melhor diversos aspectos relacionados à castanheira e ao seu ambiente natural, um grupo de pesquisadores está iniciando um projeto audacioso, que pretende mapear e modelar a ocorrência de castanhais nativos da Amazônia brasileira, por meio de geotecnologias, e caracterizar as relações sociais e econômicas de sistemas de produção, a fim de contribuir para o fortalecimento da cadeia de valor da castanha-do-brasil.
O projeto conta com nome e apelido: Mapeamento de Castanhais Nativos e Caracterização Socioambiental e Econômica de Sistema de Produção de Castanha-do-Brasil na Amazônia ou, simplesmente, MapCast. O trabalho contempla atividades em seis Estados da região norte – Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e Rondônia – e em um do centro-oeste, o Mato Grosso. Atualmente não existe um mapa geral da ocorrência da castanheira na Amazônia brasileira e os estudos sobre a distribuição espacial dos castanhais podem ser cruciais para a definição de estratégias de manejo e conservação da espécie.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Despedida de Lúcio Flávio Pinto do Yahoo


Registro aqui a perda de mais um importante espaço dedicado a discussão da Amazônia em mídia nacional., através de um interlocutor local privilegiado pelo acúmulo do conhecimento do tema ao longo de toda a sua trajetória profissional coroada de êxitos e reconhecimento.
Trata-se do fim da coluna de artigos do Lúcio Flavio Pinto no sítio do Yahoo chamado de Cartas da Amazônia.
Talvez pelas atribulações diárias do seu dia a dia profissional, aliada a luta constante contra os processos judiciais que lhe tentam calar a voz, o se sítio próprio com a transcrição do seu "Jornal Pessoal" não é atualizada desde setembro do ano passado. Uma pena pois deixa seus leitores/admiradores de fora de Belém, onde o jornal é impresso, com poucas chances de acessarem seus interessantes textos, que sempre trazem uma visão diferenciada do senso comum das grandes mídias sobre a situação regional.
Transcrevo abaixo o último artigo do sítio do Yahoo:

Vai-se a flor, fica o perfume


Por  | Cartas da Amazônia – sáb, 29 de mar de 2014
Não só pelo total de 13 integrantes e cobertura territorial plena, a sucursal seria inovadora por outro elemento: ela teria direito a enviar matérias em texto final para São Paulo, que respeitaria esse conteúdo. A sede podia definir a forma de aproveitamento e corrigir eventuais erros de redação das matérias, mas não mudá-las.

DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA: CRESCEU?


PAULO ARTAXO
Um dos grandes “sucessos” do país na área ambiental e de mudanças climáticas é o forte decréscimo no desmatamento da Amazônia, que caiu de 27.772 Km², em 2004, para 4.571 Km², em 2012. Recentemente, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e o MMA (Ministério do Meio Ambiente) anunciaram que a taxa de desmatamento havia subido para 5.843 Km², em 2013 (agosto 2012 a julho 2013), um aumento de 28%. Importante lembrar que esse aumento recente é pequeno em área absoluta. Ou seja, 1.272 Km2 não é muito, principalmente se comparado à redução já realizada.
Um dado curioso é que se você pergunta a diferentes grupos quais políticas públicas foram responsáveis pela forte queda no desmatamento de 2004 a 2012, você terá as respostas mais díspares possíveis. O governo atribui a queda à maior fiscalização e maior controle ao financiamento bancário em áreas desmatadas. Algumas ONGs atribuem a questões de mercado (preços de commodities, por exemplo), ou mesmo a uma não necessidade de abertura de novas áreas à agricultura na Amazônia, com melhor aproveitamento das áreas já desmatadas. Quem está com a “verdade”? Provavelmente, a resposta correta é: a combinação linear de vários desses argumentos.