terça-feira, 22 de abril de 2014

BNDES aprova financiamento de R$ 6,2 bilhões para projeto de expansão da Vale



Grandes projetos, grandes financiamentos! Quando se retira as aplicações de recursos do BNDES nos grandes projetos da Amazônia, o que sobra é bem pouco para uma região que deveria ser prioritária para o desenvolvimento. Sem falar que esses investimentos continuam voltados muito mais para o setor primário, reforçando a opção histórica do centro de poder pelo extrativismo na região. 
Fonte: BNDES 14/04/2014
 Empresa investirá em nova usina, ferrovia e projetos sociais. Projeto, positivo para a balança comercial brasileira, deve gerar 30 mil empregos diretos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 6,2 bilhões para a Vale. Os recursos serão destinados a investimentos da empresa, de R$ 37,8 bilhões, no Complexo de Carajás (PA) e na Capacitação Logística Norte. 

O projeto inclui a construção de uma unidade mineradora e de beneficiamento de minério de ferro, com capacidade para 90 milhões de toneladas por ano, e de um ramal ferroviário entre as cidades de Canãa dos Carajás e Parauapebas (PA), além da expansão da capacidade de transporte da Estrada de Ferro Carajás para 230 milhões de toneladas por ano.

O Banco também apoiará investimentos sociais, que excedam aqueles obrigatórios pelas condicionantes socioambientais exigidas por lei. Os projetos visam contribuir para o desenvolvimento da região.

O programa da Vale — de expansão da produção de minério de ferro e de sua rede de distribuição, com operação integrada mina-planta-ferrovia-porto — tem início previsto das operações em 2016. O apoio do BNDES ao projeto contribuirá para a geração de 30 mil empregos diretos no pico das obras e em aumento expressivo das exportações brasileiras de minério, com impacto positivo no saldo da balança comercial brasileira.

A Vale iniciará a exploração das reservas de Serra Sul, uma das três regiões que compõe o Sistema Norte de mineração, em Carajás, juntamente com as reservas de Serra Norte e Serra Leste. O Sistema Norte, que contém um dos maiores depósitos de minério de ferro do mundo, produziu 115 milhões de toneladas em 2013, de alta qualidade, alto teor de ferro e baixa concentração de impurezas.

Além do financiamento do BNDES, o projeto conta com R$ 1 bilhão em debêntures de infraestrutura emitidas pela Vale em janeiro de 2014, para compor as fontes de recursos da implantação do ramal ferroviário.

Inovação – Para a operação da mina será usado o sistema Truckless, que consiste na eliminação do uso de caminhões e sua substituição por sistemas de correias integradas para o transporte do minério. A iniciativa garante um processo mais sustentável, pois diminui a quantidade de resíduos (pneus, filtros, lubrificantes), reduz em cerca de 77% o consumo de diesel e permite a instalação de uma usina de beneficiamento em uma região de pastagem — ou seja, fora da área da floresta.

Na usina, o componente de inovação está no processo de beneficiamento a seco, que utilizará a umidade natural para peneirar o material, eliminando a necessidade de barragem de rejeitos, usual em projetos convencionais. Essa tecnologia reduzirá em 93% o consumo de água, em relação ao processo de beneficiamento úmido, e o consumo de energia.

Logística – O projeto financiado pelo BNDES compreende a construção de um ramal ferroviário com 101 quilômetros de extensão e duplicação de 42 trechos da Estrada de Ferro Carajás.

A construção do ramal e a ampliação da capacidade da Estrada de Ferro Carajás são parte do projeto de expansão da capacidade de transporte do Complexo Logístico Norte — composto também pelo terminal marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA) — de 150 milhões de toneladas por ano para 230 milhões de toneladas por ano. Após o processo de beneficiamento, o minério é transportado através da Estrada de Ferro Carajás até o terminal marítimo de Ponta da Madeira.

Investimentos sociais – O BNDES financiará R$ 30,7 milhões para investimentos voluntários da Vale em projetos sociais (aqueles não exigidos pela legislação ambiental), com foco em saúde e educação, além da geração de emprego e renda para a população local.

A iniciativa prevê impactos sociais positivos para a população local, dado o volume de investimentos e a geração de empregos envolvidos, e contemplará treinamento de mão-de-obra, capacitação de fornecedores locais e suporte a atividades sociais e econômicas independentes da área de mineração, com o objetivo de diversificar a economia da região.

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