domingo, 30 de maio de 2010

Artigo do Jornal do Brasil de hoje

Hidrelétricas e movimentos sociais :: Humberto Viana Guimarães

ENGENHEIRO CIVIL E CONSULTOR
Alguns ambientalistas, ONGs, religiosos e os movimentos sociais são contra as usinas eólicas porque as aves se chocam contra as suas hélices; as usinas hidrelétricas porque inundam alguns quilômetros quadrados; a biomassa porque a cana-de-açúcar avança sobre áreas produtivas; e as usinas nucleares porque são perigosas.

Será que esse pessoal quer que instalemos as termelétricas que utilizam carvão ou combustíveis fósseis? Se esses ecologistas estudassem mais um pouco, saberiam que uma termelétrica que utiliza carvão lança no ar 800 quilos de dióxido de carbono (CO2) por cada MWh gerado; a óleo, 550; a gás natural, 400. Por outro lado, a geração eólica tem emissão de 28 quilos; a hidrelétrica com somente 25 quilos (fonte: UE). Ressalte-se que bioeletricidade por se tratar de uma energia renovável é neutra em relação à emissão de gases do efeito estufa.


No entanto, esse pessoal não indica nenhuma opção plausível que possa resolver o problema de geração de energia, que é sinônimo de desenvolvimento para o país. Ou será que eles querem que voltemos à Idade Média e façamos fogueiras com lenha provenientes das florestas? E onde fica a coerência ecológica? O foco maior de todos, inclusive desses que são contra as hidrelétricas na região amazônica, deve ser o combate ao desmatamento indiscriminado que é feito pelas madeireiras ilegais e a biopirataria; estes sim são os verdadeiros inimigos da floresta amazônica.

Esse imbróglio que envolve a UHE de Belo Monte, as hidrelétricas na região do rio Tapajós e demais da região amazônica, deveria pautar pela discussão de alto nível, democrática e pacifica.

Infelizmente, o processo está tomando outros rumos, pois os tais movimentos sociais resolveram partir para a violência, beirando as raias do terrorismo puro e simples.

Se alguém tiver alguma dúvida, sugiro a leitura do texto Cartilha pede reação violenta a índios e ribeirinhos da área publicado pela Folha de São Paulo (15/05, pag. A-20). O texto não deixa dúvida quanto ao conteúdo virulento da cartilha, pois segundo a mesma mulher índia ajudar homem índio a flechar e cortar a cabeça de pariuat (branco) inimigo.

Para ratificar o que está escrito, a cartilha mostra uma ilustração (publicada pelo jornal) de um índio segurando a cabeça ensanguentada de um hoção mem branco.

É simplesmente assustador o que está contido nessa cartilha, e merece uma resposta à altura das nossas autoridades. O Ministério Público, baseado no Inciso I, § 2º, da Lei 7.716/89, de 5 de Janeiro de 1989, já deveria ter tomado as providências pertinentes em relação a essa cartilha. Será que esses tais movimentos sociais desconhecem que a Constituihoção Federal proíbe qualquer tipo de racismo e preconceito? Ou eles acham que os índios e ribeirinhos estão acima da lei e podem agir ao arrepio da mesma? Somos um povo historicamente pacífico. Portanto, não podemos permitir que uma minoria de desinformados pregue a cizânia e a discórdia entre o ordeiro e trabalhador povo brasileiro.

Que esses movimentos sociais mirem no exemplo de Chico Mendes, do marechal Rondon e de Marina Silva. Por que não mostram os benefícios, como a implantação de medidas socioambientais como já está acontecendo nas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Complexo Madeira, e econômicas através dos royalties futuros, que beneficiarão a população? Seria interessante que os contrários às hidrelétricas amazônicas divulgassem alguns dados técnicos. Por exemplo, que a UHE Teles Pires (divisa MT/PA) terá um reservatório de 151,84 km² e potência instalada de 1.820 MW, ou seja, terá uma relação de 0,08 km² de inundação/MW. Igualmente, a UHE São Luis do Tapajós terá um reservatório 722 km² para um potência de 6.133 MW (terceira maior hidrelétrica do país), uma relação de 0,1177 km²/MW. A usina hidrelétrica de Belo Monte, como as demais que serão a fio dágua, terá energia firme de 4.571MWe uma área de reservação de somente 516 km², o que da uma relação de 0,1129 km²/MW. No sentido de bem informar os leitores, a eficiente hidrelétrica de Itaipu, orgulho da Engenharia nacional e referência mundial tem 14.000 MW instalados numa área de inundação de 1.460 km², ou seja, tem uma relação de 0,1043 km²/MW. A média nacional das usinas em operação é de 0,49 km² inundado por MW instalado, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Em vez de publicarem cartilhas que incitam a violência contra os homens brancos, os movimentos sociais deveriam se interar mais da realidade dos fatos e utilizar essas mesmas cartilhas para mostrar os benefícios que trarão as barragens da região amazônica e não números distorcidos.

Assim procedendo, eles estariam contribuindo enormemente para a melhoria de vida dos índios e ribeirinhos e consequentemente para o progresso do nosso país.
Ambientalistas criticam todas as formas produção de energia, mas não indicam soluções

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