terça-feira, 11 de maio de 2010

Vale anuncia investimento ambiental na Amazônia

Vale anuncia mais investimento no Pará

Fonte O Liberal 11/10/2010

BÁRBARA GUERRA

São Paulo foi palco, ontem, do Fórum "Fundo do Vale - Combate ao desmatamento ilegal da Amazônia". Uma das maiores investidoras no Pará, a Vale, apresentou um projeto de sustentabilidade e conservação do meio ambiente e aproveitou para ressaltar o apoio às iniciativas sustentáveis.

Integrantes da Vale, dentre eles a diretora de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Vânia Somavilla, e membros de empresas parceiras, como as organizações não-governamentais (Ongs) Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto Peabiru e The Nature Conservancy (TNC), entre outras, apresentaram e debateram painéis sobre o projeto e seus três direcionamentos: áreas protegidas, monitoramento e municípios verdes, todos estes localizados no Pará.

A iniciativa, que vai contar com o investimento de R$ 51 milhões até 2012, já utilizou até o presente R$ 7 milhões e, segundo Vânia, a Amazônia, que "precisa de um futuro sustentável e não intocável", terá a colaboração do governo, que, sozinho, não conseguiria dar andamento ao projeto.

A expectativa da diretora da Vale com a realização do fórum é que, além de mostrar a necessidade de conservação de que necessita a Amazônia, outras empresas queiram ser parceiras no projeto. "Precisamos atrair mais parceiros", destacou.

Muitos investidores estiveram presentes para conhecer melhor as chances de viabilizar o projeto. A certeza da importância dessa iniciativa foi unânime. Para o pró-reitor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Pará (UFPA), Flávio Sidrim Nassar, que viajou a São Paulo para acompanhar o Fórum e demonstrar o interesse na parceria, com a intenção de adicionar conhecimento, "não se inicia essa sustentabilidade sem ciência e tecnologia; então queremos estabelecer um relacionamento que ajude o meio ambiente".

O PROJETO

Uma ação pioneira que permite desdobrar as boas práticas e desenvolvimento sustentável para além do limite das operações da Vale, o Fundo Vale está em operação há um ano e, com foco em programas de combate ao desmatamento, conservação, sustentabilidade e desenvolvimento socioeconômico no bioma amazônico, está disposto a receber novos investidores privados e públicos. O valor de R$ 51 milhões foi definido através da aprovação de oito projetos desenvolvidos pelas ONGs Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Instituto Floresta Tropical (IFT), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Instituto Socioambiental (ISA), Instituto Peabiru, Imazon e TNC.

Foi formada uma parceria com o Imazon para ajustar o sistema de monitoramento do desmatamento na Amazônia. O estudo "Transparência Manejo Florestal", realizado para avaliar a estimativa da área de floresta explorada ilegal e legalmente no Pará, apontou que 90% da área estudada, o que equivale a 418 mil hectares de floresta, foram exploradas sem autorização da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará. Na área autorizada, 85% dos planos de manejo apresentados mostraram menos conflito à floresta.

Com relação às áreas protegidas e à biodiversidade, foram iniciados três projetos: consolidação das unidades de conservação da Calha Norte, no Pará; consolidação das reservas extrativistas da Terra do Meio, sul do Pará; e a implementação e sustentabilidade da Reserva Biosfera do Arquipélago Marajó. Os três projetos tem seus focos diferentes, mas a base se concentra no mesmo ponto: a conservação da região, a valorização cultural, no caso do Museu do Marajó, a identificação de negócios sustentáveis e a mobilização social, entre outras ações que visam ao beneficio das áreas.

Nos municípios verdes, o objetivo é desenvolver um modelo de gestão ambiental para a Amazônia e mostrar o combate ao desmatamento ilegal e o enquadramento da reserva legal e da área de proteção permanente das propriedades da região segundo as regras do Código Florestal Brasileiro. A lista divulgada anualmente pelo Ministério do Meio Ambiente com os municípios que mais desmatam serviu como inspiração para esse projeto. Foram listados como maiores focos de desmatamento Paragominas, São Felix do Xingu e Novo Progresso, no Pará. O Fundo Vale optou também por Almeirim, pois, como pouco desmata, pode se transformar em modelo de gestão.

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