quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Cai o desmatamento no Pará, diz INPE

Fonte: O Liberal 26/08/2014
Segundo o instituto, redução foi de 75,95%, 6º melhor resultado da Amazônia Legal
BRASÍLIA
RAFAEL QUERRER
Da Sucursal
Em três anos, o Pará reduziu em 75,95% a degradação ambiental na Amazônia Legal. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que divulgou ontem o quanto foi degradado na Amazônia Legal entre 2011 e 2013. No Pará foram destruídos 6.238 quilômetros quadrados (Km²) de floresta em 2011, mas em 2013 o espaço desflorestado caiu para 1.511 Km². Os dados foram apurados pelo Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira, que trabalha com o sistema DEGRAD. Com o DEGRAD, os analistas verificam as mesmas imagens de satélite utilizadas no Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (PRODES), para identificar áreas degradadas pela exploração predatória de madeira que ainda não foram convertidas a corte raso. Normalmente um corte raso é feito para plantar outra cultura, agrícola ou florestal.
Entre 2007 e 2013, as regiões degradadas anualmente, no Pará, diminuíram em 38,98%, de acordo com o levantamento feito pelo sistema DEGRAD. No ano de 2007, o DEGRAD apontou 3.899 Km² de destruição florestal no Pará; seis anos depois, o sistema registrou 1.511 Km² desflorestados na área geográfica do Estado. Esse foi o sexto melhor resultado apresentado entre as demais Unidades Federadas (UF) da Amazônia Legal, atrás do Amapá, onde a queda foi de 88% no período avaliado, do Acre (- 82,79%), do Mato Grosso (- 76,3%), do Maranhão (- 58,4%) e de Roraima (- 48,18%). Na avaliação dos três anos (2007 a 2013), com o DEGRAD, o Pará foi o quarto Estado da Amazônia Legal com o maior decréscimo percentual em relação ao desmatamento na localidade. À frente estão o Acre, onde a redução foi de 94,63%, Rondônia (- 87,5%) e o Mato Grosso (- 81,77%).
Com os dados do PRODES, o Pará também apresentou quadro positivo na preservação da Amazônia dentro dos seus limites. De 2007 a 2013, a área total degradada no Estado foi reduzida em 56,95%, o terceiro melhor desempenho entre as seis UFs da Amazônia Legal. Em 2007, o Programa identificou 5.526 Km² destruídos no Pará, em 2013, essa distância caiu para 2.379 Km². O Amapá (-71,79%) e o Mato Grosso (-57,09%) apresentaram os melhores resultados nesse quesito. Em relação à avaliação do triênio, dessa vez com o PRODES,  no Pará foi identificado, novamente, queda (20,91%) de espaço desmatado (3.008 Km² para 2.379 Km²). Esse também foi o terceiro melhor resultado da Amazônia Legal, atrás do Amapá (- 83,33%) e do Acre (- 28,93%).
PRODES
Considerando o PRODES, o Pará esteve relativamente acima da média total, que considera todos os Estados da Amazônia Legal. O Programa verificou que a redução, na região, foi de 49,85%, entre 2007 e 2013, e de 8,96%, entre 2011 e 2013. Em 2007, a área desmatada foi de 15.983 Km², em 2011, 24.650 Km² e em 2013, 5.843 Km², segundo o levantamento feito com o PRODES. Com o DEGRAD, os pesquisadores identificaram 15.983 Km² desflorestados em 2007, 24.650 Km², em 2011, e 5.434, em 2013. As quedas foram de 66% e 77,96%, para a avaliação de todos os anos e para a avaliação dos últimos três anos, respectivamente.
Assim como no PRODES, que serve para identificar o corte raso, a área mínima mapeada pelo DEGRAD é de 6,25 hectares. O DEGRAD é realizado de forma independente a cada ano, sem levar em conta os registros de áreas de florestas degradadas em anos anteriores, identificando apenas as atualizações das áreas desmatadas registradas pelo PRODES. Deste modo o DEGRAD permite a avaliação das áreas que estão em processo de regeneração após o evento que causou a degradação florestal, bem como daquelas em que esta degradação é recorrente.
Apesar da série histórica deste projeto ser considerada pequena (o levantamento se iniciou em 2007) o DEGRAD 2013 representa o menor valor já registrado e é consistente com a tendência de queda na taxa de desmatamento por corte raso verificada pelo PRODES após 2005. Foi analisada também a conversão dos dados da degradação florestal mapeados pelo DEGRAD para o corte raso no período 2007 a 2013. Esta análise permite identificar o quanto da degradação florestal de determinado ano é convertida para corte raso nos anos seguintes, sendo assim contabilizada na taxa anual de desmatamento medida pelo PRODES.
Outro fator que influencia a degradação florestal é o fogo na região amazônica. Analisando os dados do DEGRAD de 2007 a 2013 em relação aos focos de calor identificados por satélites operado pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do INPE no mesmo período, constata-se que a degradação florestal é correlacionada com a quantidade de queimadas detectadas entre 1º de agosto do ano anterior a 31 de julho do ano de referência.

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