quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

No AM, 6 peixes-boi em reabilitação devem ser devolvidos à natureza



Animais foram resgatados após se perderem das mães, que foram caçadas.
Transmissor é colocado nos peixes-boi para monitorá-los após soltura.

Fonte: http://g1.globo.com/am 08/01/15
Peixes-boi foram resgatados após perderem mães (Foto: Sônia Vill/Instituto Mamirauá)Peixes-boi foram resgatados após perderem mães (Foto: Sônia Vill/Instituto Mamirauá)
Seis peixes-boi amazônicos que estão em reabilitação deverão ser devolvidos à natureza no dia 11 de janeiro, no interior do Amazonas. Os animais estão sob os cuidados da equipe do Instituto Mamirauá e moradores de comunidades ribeirinhas, no Centro de Reabilitação de Peixe-Boi Amazônico de Base Comunitária, o 'Centrinho', localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, território do município de Maraã, a 615km de Manaus, após terem se perdido da mãe quando eram filhotes.
De acordo com o instituto, todos os animais chegaram ao Centrinho com poucos meses de vida, após se perderem das mães, em decorrência de acidentes como emalhes em redes de pesca ou pela caça. Esse será o terceiro evento de soltura de peixes-boi amazônicos reabilitados realizado pelo Instituto Mamirauá. A soltura será feita no Lago Arati, em frente à comunidade Vila Nova do Amanã, setor Paranã do Amanã. Durante o dia estão programadas atividades nas comunidades Vila Nova do Amanã e Boa Esperança, com participação dos moradores dessas e outras comunidades da Reserva.
O acompanhamento dos animais foi feito por uma equipe formada por veterinários, oceanógrafos, educadores ambientais e técnicos, além dos comunitários que também participam e contribuem para os cuidados. É verificado o estado clínico dos animais e a necessidade de cuidados especiais, no caso de ferimentos, desidratação ou doenças. "Ao chegar no Centrinho, nossa primeira preocupação é hidratar o animal, verificar se ele está bem, avaliar o estado clínico, e oferecer a alimentação. Acompanhamos com a biometria periódica, monitorando o desenvolvimento do filhote", afirmou Miriam Marmontel, pesquisadora do Instituto Mamirauá, por meio de assessoria.

Jurema do Tonantins será uma das devolvidas à natureza (Foto: Sônia Vill/Instituto Mamirauá)Jurema do Tonantins será uma das devolvidas à
natureza (Foto: Sônia Vill/Instituto Mamirauá)
Os seis espécimes, dois machos e quatro fêmeas, serão soltos na natureza por terem apresentado desenvolvimento adequado ao longo do tempo em que permaneceram no Centrinho. Na unidade, cada animal recebeu nome e sobrenome, que remete à sua localidade de origem. Os seis são: Luna de Manacabi, de um ano e dez meses; Piti do Aranapu, de oito anos e dois meses; Jerusa de Nova Jerusalém, de dois anos; Jurema do Tonantins, de dois anos e quatro meses; Castanha do Anamã, de dois anos e cinco meses; e Japurá Japuraí, de quatro anos e sete meses.
Após a soltura, os animais continuarão sendo monitorados pelos pesquisadores em ambiente natural. É adaptado à cauda dos peixes-boi um cinto equipado com transmissor de sinais de rádio. "Cada cinto possui frequência única, então conseguimos acompanhar esses animais individualmente. É o momento de verificar se estão se adaptando bem ou não. Saber se estão fazendo a rota migratória, se estão em local rico em alimentação, se estão juntos ou não, se estão se deslocando ou se permaneceram parados em algum local", disse a pesquisadora.

O último evento de soltura dos animais reabilitados pelo Instituto Mamirauá aconteceu em agosto de 2012. Na época, cinco peixes-boi foram devolvidos à natureza, sendo que quatro deles foram adaptados com cintos com radiotransmissores. Os animais foram acompanhados durante cinco meses, até a perda de sinal do último peixe-boi monitorado.
O primeiro peixe-boi a chegar no Centrinho, Piti, participou também da primeira soltura. No entanto, ele não se adaptou ao ambiente natural e precisou ser recapturado, para impedir a contínua perda de peso observada na época pelos pesquisadores. Ele deve ser solto novamente neste dia 11. É esperado ele esteja melhor adaptado ao ambiente e se desenvolva bem.
Peixes-boi deverão ser monitorados por transmissor (Foto: Sônia Vill/Instituto Mamirauá)Peixes-boi deverão ser monitorados por transmissor (Foto: Sônia Vill/Instituto Mamirauá)

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