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Brasil ainda conhece pouco sobre a Amazônia, diz secretário
Fonte: Notícias da Amazônia 19 de maio de 2010
Da Redação
Apesar de um plenário esvaziado, o IV Simpósio Amazônia - realizado nesta quarta-feira, 19, em Brasília – reuniu lideranças políticas e gestores públicos para debater a carência de infraestrutura e a busca pelo desenvolvimento sustentável na Amazônia. Ao abrir o evento o presidente da Comissão da Amazônia Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (CAINDR), Marcelo Serafim, destacou que a região amazônica precisa ser olhada com o carinho e a atenção que ela merece. “A riqueza que a Amazônia tem não pode ser desprezada pelo Brasil porque ela é, a todo momento, reconhecida por todos os países do mundo”.
Para o deputado, não se pode falar em desenvolvimento sustentável sem discutir a tecnologia da informação na Amazônia. “Há uma carência muito grande de internet, telefonia celular e até mesmo de transporte de qualidade. Nós vemos o resto do Brasil dizendo que na Amazônia não pode se construir estrada, não se pode fazer usina hidrelétrica, por que não pode? Nós temos que desenvolver a região de forma sustentável e com inteligência”, afirmou o parlamentar.
Conhecer para planejar
O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, destacou a necessidade de conhecimento do subsolo e solo da Amazônia para o planejamento de ações de desenvolvimento sustentável. Samuel foi expositor durante o primeiro painel do Simpósio, que discutiu a infraestrutura e as estratégias de desenvolvimento sustentável do Plano Amazônia Sustentável.
O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, destacou a necessidade de conhecimento do subsolo e solo da Amazônia para o planejamento de ações de desenvolvimento sustentável. Samuel foi expositor durante o primeiro painel do Simpósio, que discutiu a infraestrutura e as estratégias de desenvolvimento sustentável do Plano Amazônia Sustentável.
Segundo ele, o conhecimento das características da região ainda é muito insuficiente. Guimarães mostrou exemplos de grandes projetos que estão sendo realizados com sustentabilidade e tecnologia de ponta. Um deles é o tipo de turbinas da Usina de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia: o projeto inicial previa um alagamento de 1500 km² e, depois da decisão do uso das novas turbinas, houve a redução para 500 km². Isso significa, segundo o secretário, uma significativa redução do impacto ambiental da obra.
O ministro citou ainda o macrozoneamento realizado pelo governo federal e por um zoneamento econômico e ecológico feito pelos estados da região. “O conhecimento ainda é insuficiente, e essas iniciativas, que já estão praticamente finalizadas em Rondônia e no Acre, são importantes para definir as características de cada localidade”.
A constatação do ministro teve apoio do líder do PSB, deputado Rodrigo Rollemberg (DF), que defendeu a pesquisa como meio de promoção da sustentabilidade e do desenvolvimento. “Toda a logística de desenvolvimento ligada ao transporte, à energia e à comunicação depende de conhecimento científico sobre essas áreas”, disse Rollemberg.
Visão romântica
Apesar das diferenças partidárias, parlamentares concordaram em criticar a “visão romântica” com a qual é vista a Amazônia. Os debatedores a definiram como obstáculo ao desenvolvimento da região. O deputado Marcio Junqueira (DEM-RR) disse que a Amazônia tem sido negligenciada e, segundo ele, a região não pode ser tratada com utopia ou romantismo. “Temos que preservar sim, mas precisamos garantir qualidade de vida para os brasileiros”, completou.
Apesar das diferenças partidárias, parlamentares concordaram em criticar a “visão romântica” com a qual é vista a Amazônia. Os debatedores a definiram como obstáculo ao desenvolvimento da região. O deputado Marcio Junqueira (DEM-RR) disse que a Amazônia tem sido negligenciada e, segundo ele, a região não pode ser tratada com utopia ou romantismo. “Temos que preservar sim, mas precisamos garantir qualidade de vida para os brasileiros”, completou.
Já o deputado Neudo Campos (PP-RR) disse que “falta força política” para garantir o desenvolvimento da região. Campos pediu a participação de representantes locais na definição de metas de desenvolvimento para a Amazônia. “Temos percebido que muitas causas importantes são decididas em Brasília, na maioria das vezes por pessoas sem conhecimento da realidade local”.
O Simpósio teve a participação de quem acompanhou o evento pela internet, como na Assembléia Legislativa do Amazonas.
O Simpósio teve a participação de quem acompanhou o evento pela internet, como na Assembléia Legislativa do Amazonas.
Amazônia engessada
Respondendo ao deputado Átila Lins (PMDB-AM) que criticou o “engessamento” da Amazônia com a criação de parques extrativistas e reservas nacionais, o diretor do Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Vizentin, disse que o desenvolvimento econômico da região amazônica não está engessado pelas regras ambientais. “Essa concepção de que a proteção ambiental trava o desenvolvimento da região é um discurso genérico que não tem sustentação na realidade, já que os dados apontam um crescimento econômico até maior do que a média do País em determinadas partes da Amazônia”, disse Vizentin (foto).
Respondendo ao deputado Átila Lins (PMDB-AM) que criticou o “engessamento” da Amazônia com a criação de parques extrativistas e reservas nacionais, o diretor do Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Vizentin, disse que o desenvolvimento econômico da região amazônica não está engessado pelas regras ambientais. “Essa concepção de que a proteção ambiental trava o desenvolvimento da região é um discurso genérico que não tem sustentação na realidade, já que os dados apontam um crescimento econômico até maior do que a média do País em determinadas partes da Amazônia”, disse Vizentin (foto).
Segundo o diretor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar até o início do mês de junho o decreto que aprova o Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal (MacroZEE), um documento que divide a região em dez áreas - de acordo com as particularidades socioambientais - e define estratégias de desenvolvimento para cada região. “O Brasil pode reinventar o seu próprio modelo de desenvolvimento na Amazônia”, disse Vizentin.
Amazônia interligada
Até 2014 a região amazônica estará completamente ligada ao sistema interligado nacional de distribuição de energia. A previsão é do diretor do Departamento de Planejamento Energético da Secretaria de Planejamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Gilberto Hollauer. Segundo ele, integrar o sistema garante uma energia firme e segura.
Até 2014 a região amazônica estará completamente ligada ao sistema interligado nacional de distribuição de energia. A previsão é do diretor do Departamento de Planejamento Energético da Secretaria de Planejamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Gilberto Hollauer. Segundo ele, integrar o sistema garante uma energia firme e segura.
A distribuição de energia na região foi criticada pela deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) e pelo deputado Lupércio Ramos (PMDB-AM). Segundo eles, a Amazônia ainda não tem energia segura e esse é um dos entraves ao desenvolvimento.
Hollauer defendeu a exploração do potencial hidrelétrico do Complexo dos Tapajós, que teve estudos desenvolvidos pela Eletrobras Eletronorte e já está na lista dos empreendimento hidrelétricos da Amazônia. “As usinas-plataforma são construídas sem reservatório, os canteiros de obras são reduzidos e os empregados trabalharão em longos períodos, como ocorre numa plataforma de petróleo”, explicou. Segundo Hollauer, o modelo plataforma evita a aglomeração em torno da obra, evitando desmatamento e garantindo a preservação ambiental.
O Simpósio pôde ser acompanhado pela internet com a interatividade de participantes da Assembléia Estadual do Amazonas.
Notícias da Amazônia (Por Camila Fiorese)
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