Reflexões sobre os avanços, desafios, limites e caminhos possíveis a serem traçados para a governança de territórios que recebem grandes obras, estão sistematizadas no documento intitulado “O que a implementação do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu nos ensina?” , resultado preliminar da pesquisa em curso que conta com o apoio da Mott Foundation. Com satisfação, gostaríamos de compartilhar o material e nos colocamos à disposição para ampliação deste debate! Acesso à publicação
Entre 2016 e 2018, o FGVces, com o apoio da Agência Nacional de Águas (ANA), realizou uma série de estudos sobre o planejamento e gestão dos recursos hídricos no Brasil no contexto da mudança do clima, em que certas bacias hidrográficas se encontram cada vez mais sujeitas a eventos de escassez de água. Confira abaixo os livros que consolidam essas pesquisas!
Por meio de uma análise das condições climáticas atuais e futuras, e seus impactos hidrológicos e econômicos, este livro avalia a perda econômica decorrente da não consideração da mudança do clima no planejamento hídrico da bacia dos rios Piancó-Piranhas-Açu (PB e RN), avaliando, na sequência, a viabilidade de potenciais medidas de adaptação.
Este livro busca introduzir de maneira didática e sistemática os principais conceitos econômicos que podem oferecer uma lente adicional para o leitor interessado em analisar problemas associados à maneira com que os indivíduos administram um recurso escasso como a água. Em particular, a partir de valiosas experiências internacionais, dedica-se atenção a instrumentos inovadores no contexto brasileiro, notadamente os mercados de direitos de uso de água.
A Análise de Impacto Regulatório (AIR) visa explicitar a todos os interessados os custos e benefícios associados a diferentes alternativas regulatórias, conferindo maior racionalidade e transparência à tomada de decisão na administração pública. Este livro investiga como a AIR pode ajudar na implementação de instrumentos e medidas de adaptação à mudança do clima e quais os desafios para sua adoção na gestão de recursos hídricos no Brasil.
Canaã dos Carajás, sudeste do Pará, abriga duas grandes minas de exploração de recursos minerais e apesar de exibir uma renda per capita sete vezes maior que o próprio estado o município apresenta um antagonismo em seu desenvolvimento social.
É o que aponta um estudo inédito sobre o uso dos royalties da mineração – Os dados da pesquisa foram apresentados na quinta-feira (6) no município a gestores públicos e movimentos populares
Contradições do desenvolvimento e o uso da CFEM em Canaã dos Carajás foi uma pesquisa promovida pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) sob consultoria da professora da Faculdade de Economia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Maria Amélia Enríquez.
“Chegamos à conclusão que existe um paradoxo muito grande no seu desenvolvimento. Por um lado, um crescimento muito expressivo das variáveis econômicas: renda per capita, PIB, receita, mas que não são acompanhadas pelas variáveis de desenvolvimento”, explana a pesquisadora.
O estudo traça um diagnóstico sobre a participação da CFEM a partir da análise e metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), programa de indicadores sociais que compõem a agenda internacional de desenvolvimento social proposta pelas Nações Unidas, e que são adotados por Canaã dos Carajás.
Os resultados foram apresentados na quinta-feira (6) em Canaã dos Carajás na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Pará (Sintepp) a agentes públicos e movimentos sociais da região. A realização do evento contou com a parceria do o Sindicato dos Trabalhadores (a) Rurais de Canaã dos Carajás (STTRC).
Com mais de 5 milhões de metros quadrados, bioma tem feito nascer negócios sustentáveis, mas que precisam superar barreira geográfica
POR MARIANE REGHIN, COM EDIÇÃO DE CASSIANO RIBEIRO
Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, tem 5,5 milhões de km², está presente em nove países e ocupa 40% do território da América do Sul. Sua dimensão territorial, entretanto, se torna um enorme desafio para a exploração sustentável. Esse foi um dos principais temas abordados no evento realizado pelo banco Santander, em parceria com a The Nature Conservancy (TNC), em São Paulo, na última segunda-feira (03/09). "A Amazônia precisa de investimentos em infraestrutura e logística para estimular a produção em escala. A logística é uma questão interdisciplinar, que requer diálogo entre governo e Estado. Por isso, investir em infraestrutura não é simplesmente fazer uma obra, mas é um investimento para a nação", define André Clark, presidente da Siemens no Brasil e conselheiro da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB).
Izabella Teixeira, ex-ministra do meio ambiente, enfatizou que investir em logística é sinônimo de inserção no mundo. "A Amazônia precisa de um programa de desenvolvimento que considere a logística da produção sustentável, além da segurança hídrica e climática do Bioma, que fazem parte da agenda do século 21. O modelo de gestão do governo também precisa mudar, porque há problemas nas três instâncias e instituições de controle. Não é só questão de planejamento, mas de criar meios para promover o acesso à região", explicou.
Segundo Patrícia Audi, superintendente executiva de relações institucionais do Santander, também existem desafios de governança e da gestão pública que dificultam a logística e a conservação do Bioma amazônico. "Não se pode pensar no desenvolvimento do país sem pensar na Amazônia. Mas a exploração sustentável demanda investimentos em logística, monitoramento do território e vontade política. É preciso envolver o governo estadual e federal para estruturar um planejamento de curto, médio e longo prazo que vise o escoamento da produção", concluiu.
Karen Oliveira, gerente de infraestrutura da TNC Brasil, também defendeu que é preciso ter uma visão integrada do território para promover o desenvolvimento sustentável e a expansão da infraestrutura na Amazônia. "A transformação territorial deve ser projetada em escala sustentável. Por isso, desenvolvemos o projeto Tapajós-3D, que ajuda a mapear o território, definir variáveis de planejamento da produção (áreas de importância biológica e áreas prioritárias de conservação) e promover o desenvolvimento socioeconômico da região", explicou.
Para Guilherme Quintella, presidente da Estação da Luz Participações (EDLP), a construção da Ferrogrão, ferrovia que ligará Sinop, no norte do Mato Grosso, até o porto fluvial de Miritituba (PA), no rio Tapajós, é uma das alternativas que devem auxiliar o escoamento da produção na região. "O investimento será vantajoso para o agronegócio da Amazônia, diminuirá o preço do frete, reduzirá o consumo de energia e a emissão de gases poluentes. Mas a obra é o meio, não o fim. Ainda é preciso aprimorar as políticas públicas", explicou.
Monitoramento aponta que floresta reduz 1,1 milhão de hectares por ano
Hoje é comemorado o Dia da Amazônia, o maior bioma brasileiro. A grandiosidade espanta: o bioma ocupa 49% do território nacional. Além disso, a área se expande para outros sete países sul-americanos.
O clima só ajudou a ocupação e o desenvolvimento da fauna e da flora. Com condições quentes, o crescimento de diversas populações tornou-se facilitado e, por conta disso, 2/3 de todas as florestas do Brasil estão localizadas nesse bioma.
A fertilidade também atrai a pecuária bovina, exploração madeireira e agricultura familiar. Associados, esses fatores provocam o avanço do desmatamento. Enquanto a área amazônica vem reduzindo anualmente 1,1 milhão de hectares, em mesma quantidade, a agropecuária vem crescendo nesse território.
Mas tanto se fala sobre o conflito envolvendo o avanço da devastação nesse bioma que uma dúvida prevalece: como mapear esse desmatamento? A principal resposta para essa questão está nos olhos eletrônicos que nos guiam do espaço. Os satélites.
A capacidade de ver a Amazônia “de cima” faz com que, através de mecanismos de fotografia, seja possível dimensionar o avanço da devastação. O Brasil, hoje, possui o foco de 4 satélites em suas matas.
Cada um com sua função, as capacidades dos olhos eletrônicos vão desde monitorar as áreas anualmente, mensalmente, observar trechos onde a cobertura ainda não foi totalmente removida e até observar pontos de exploração de madeira.
Origem ancestral
Estima-se que a Amazônia esteja ocupada há pelo menos 13 mil anos. A devastação de seus territórios já havia iniciado em períodos pré-históricos através de usos arcaicos para se dominar o solo e “limpar” algumas regiões de mata.
Arqueólogos pontuam que as queimadas representaram uma forma de realizar esses procedimentos antigamente. Esse costume, infelizmente, resistiu com o tempo. Estima-se que, por conta dessas causas, cerca de 3% da floresta nativa foi destruída entre 1999 e 2010.
O desmatamento da floresta está prestes a atingir um ponto crítico. Somente com o uso sustentável desse patrimônio podemos persistir como civilização
Imagem de um território da floresta amazônica no ParáYASUYOSHI CHIBAAFP
JOÃO PAULO FERREIRA
Comemoramos nesta quarta-feira, 5, o Dia da Amazônia. A celebração faz referência a 5 de setembro de 1850, data na qual Dom Pedro 2º decretou a criação da antiga Província do Amazonas. Mais do que celebrar esse conjunto inestimável de riquezas naturais e culturais, que representa 60% do território brasileiro, é preciso fazer desse dia um alerta contra as ameaças à maior biodiversidade do planeta.
O desmatamento da Amazônia está prestes a atingir um ponto a partir do qual regiões da floresta tropical podem passar por mudanças devastadoras irreversíveis, advertiram no início deste ano os pesquisadores Carlos Nobre (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial, uma das maiores autoridades mundiais em mudanças climáticas) e Thomas Lovejoy (George Mason University). No último domingo, 2, parte imensurável de sua história foi destruída pelo incêndio que consumiu o Museu Nacional, reduzindo a cinza registros magníficos da presença dos povos originários da Amazônia. Não foi apenas uma tragédia em si, mas também o resultado de anos de negligência de um Estado e uma sociedade que não valorizam seu patrimônio histórico, natural, científico e cultural.
Fundo Clima permite financiar 80% dos itens apoiáveis ao custo final de 4,03% ao ano para pessoas físicas e jurídicas com renda até R$ 90 milhões
Trata-se de mais uma ação do BNDES para incentivar o cidadão brasileiro a investir em sustentabilidade e economia de energia
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou mudanças no Programa Fundo Clima. A partir de agora, no subprograma Máquinas e Equipamentos Eficientes, pessoas físicas terão acesso a financiamentos para a instalação de sistemas de aquecimento solar e sistemas de cogeração (placas fotovoltaicas, aerogeradores, geradores a biogás e equipamentos necessários). Trata-se de mais uma ação do BNDES para incentivar o cidadão brasileiro a investir em sustentabilidade e economia de energia. Os recursos poderão ser contratados em operações indiretas somente por meio de bancos públicos.
Economia – A implantação de sistemas de geração de energia solar permitirá aos consumidores reduzirem gastos com a conta de luz, já que passarão a comprar menos energia da concessionária e poderão, dependendo de sua região, fazer até uma conta corrente de energia vendendo o excedente para a distribuidora. Além disso, a geração distribuída traz um benefício para o sistema elétrico, já que conta com vários pontos de geração espalhados por residências e comércio, reduzindo o risco de interrupção do fornecimento de energia
A Lei nº 11.445/2007 que trata do Saneamento Básico no país, um direito que é assegurado pela Constituição Federal, foi sancionada em 5 de janeiro de 2007. Esta lei que ficou conhecida como a Lei do Saneamento Básico, estabelece os fundamentos legais para um conjunto de serviços como o de abastecimento público de água potável; coleta, tratamento e disposição final adequada dos esgotos sanitários; drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, além da limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos. Estabeleceu, também, as regras básicas para o setor, definindo as competências do governo federal, estadual e municipal para os serviços de saneamento básico.
Assim, em janeiro de 2017, a Lei do Saneamento Básico completou dez anos e a população brasileira convive ainda com os mesmos problemas daquela época. De acordo com dados divulgados pelo IBGE (PNAD 2016) em 24 de novembro de 2016, 97,2% (67,3 milhões) de domicílios possuíam água canalizada, sendo que 85,8% desses a principal fonte de abastecimento era a rede geral de distribuição. Deste contingente, em 87,3% dos casos a disponibilidade da rede geral era diária. O Nordeste foi à região que apresentou o menor percentual de domicílios com disponibilidade diária (66,6%), enquanto a Região Sul registrou o maior percentual (98,1%). Veja o gráfico:
Domicílios com disponibilidade de água da rede geral por Região – 2016
Como se o desmatamento já não fosse suficientemente ruim, uma série de outras ameaças mata num ritmo cada vez mais intenso as árvores da Amazônia e de outras florestas tropicais úmidas da Terra.
Uma revisão de artigos científicos feita por especialistas no tema, incluindo o pesquisador brasileiro Paulo Brando, do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), indica que a taxa de mortalidade dessas árvores mostra sinais de aceleração nos últimos anos. Os motivos são o aumento da temperatura, secas longas e piores, ventos mais fortes, incêndios mais extensos, mais cipós e até a abundância de gás carbônico na atmosfera – uma das causas do efeito estufa e elemento fundamental da fotossíntese.
As mudanças climáticas estão relacionadas a todos os problemas apontados. “O trabalho mostra que há indícios fortes que relacionam a mortalidade das árvores de florestas tropicais úmidas às alterações esperadas para essas regiões, em escalas global e regional”, afirma Brando.
O foco do estudo foram as florestas intactas, primárias ou antigas, na América do Sul, África e Sudeste Asiático. Porém, ele tende a focar na Amazônia brasileira, pois é o local mais estudado de todos, com mais volume de dados.
“Na Amazônia, todas essas causas de mortalidade de árvores estão presentes”, diz Brando. “Mas é difícil dizer que uma é mais relevante do que outra, porque todas têm um papel. Secas causam picos de mortalidade, enquanto o aumento de CO2 provoca mudanças de fundo. Já eventos de tempestades de vento impactam mais áreas fragmentadas, e o fogo causa muitos danos no sudeste da Amazônia.”
Polinização manual do bacuri. Foto: Ronaldo Rosa /Embrapa
[EcoDebate] A Amazônia possui notável diversidade de plantas produtoras de frutas comestíveis, entretanto, até então, um reduzido número dessas espécies assumiu posição de destaque na fruticultura nacional ou mesmo na fruticultura regional, destacando-se, atualmente, o açaizeiro (Euterpe edulis), o cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum), o maracujazeiro (Passiflora edulis) e o abacaxizeiro (Ananas comosus).
Na região Amazônica, a castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa), o bacuri, (Platonia insignis), muruci (Byrsonima crassifolia) e o taperebá (Spondias mombin), também conhecido como cajá em outros estados, já são frutas com mercados consolidados e no caso da castanha, mercado internacional, mas aproximadamente 95% da produção ainda é oriunda do extrativismo.
Para elas, o cultivo em escala comercial, e com isso, o alcance de novos mercados, tem como principal fator limitante o tempo requerido para que entrem em fase de produção, pois apresentam longa fase juvenil especialmente quando propagadas por sementes. Além disso, essas três espécies apresentam sementes com complexos mecanismos de dormência, o que dificulta sobremaneira o processo de produção de mudas.
O aperfeiçoamento dos métodos de propagação dessas espécies constitui-se em etapa fundamental para que possam ser cultivadas de forma mais intensiva, garantindo menor tempo para início de produção e incremento de produtividade.
Portanto, o conhecimento sobre as formas de cultivo das espécies frutíferas nativas da Amazônia é a base para o manejo e uso sustentável, bem como, para o entendimento de como deverá ser realizada à conservação da biodiversidade na Amazônia.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que no estado do Pará está representada pela Embrapa Amazônia Oriental, vem aperfeiçoando e desenvolvendo técnicas em propagação de espécies frutíferas nativas e cultivadas na Amazônia, por meio da coleta das sementes e o cultivo em campos experimentais, selecionando os melhores exemplares, fazendo cruzamentos, enxertos, acelerando e uniformizando o processo de germinação para a produção de mudas dessas espécies com eficiência e eficácia.
Mapa da Bacia Amazônica Ocidental. Ministério dos Transportes
Hidrelétricas infartam rios da Amazônia
IHU
Barragens já impedem a migração de peixes e a dispersão de sedimentos, ameaçando a biodiversidade e o bem-estar de mais de 30 milhões de pessoas.
A maior bacia hidrográfica do mundo está prestes a sofrer uma severa fragmentação se parte das 160 barragens em planejamento forem de fato construídas, afirmou uma equipe de pesquisadores dos EUA e de vários países da América do Sul em artigo publicado pela revista científica Science Advances. As hidrelétricas construídas na bacia do rio Amazonas para atender às crescentes demandas por eletricidade estão levando à extinção espécies de peixes e colocando em risco 30 milhões de habitantes que subsistem de seus rios.
A reportagem é publicada por Observatório do Clima, 02-02-2018.
O mapeamento revelou que 142 hidrelétricas de vários tamanhos já operam na região, o dobro do relatado em canais oficiais, e que elas estão causando mais impacto à natureza do que se imaginava. Os protocolos de impacto ambiental e de licenciamento apresentados pelas empresas ignoram os efeitos cumulativos de construir múltiplas barragens em uma rede fluvial ou uma bacia hidrográfica. “Se a situação continuar sem controle ou gestão integrada, os efeitos serão devastadores ao ecossistema nos próximos anos”, diz a ecologista Elizabeth Anderson, da Universidade Internacional da Flórida, em Miami, principal autora do estudo.
Os Garimpos ilegais na região continuam sendo uma constante fonte de degradação, e sempre apoiada por uma rede de fornecedores forte e organizada.
Fonte: EcoDebate 07/02/2018
Agentes do Ibama vistoriam galpão de empresa responsável pela importação irregular de mercúrio em SC. Foto: Ibama
Agentes do Ibama apreenderam 430 quilos de mercúrio e suspenderam as atividades de uma empresa do setor químico em Joinville (SC) responsável pela importação irregular do produto. Investigação realizada pelo Instituto em três estados aponta que o mercúrio abasteceria garimpos ilegais na Amazônia.
Os responsáveis foram autuados em R$ 1,5 milhão pela venda ilegal e por prestar informações falsas. Maior importadora de mercúrio do país, a empresa comercializou 6,8 toneladas da substância nos últimos três anos.
Os agentes ambientais constataram que a importadora simulava a venda e o transporte de mercúrio para uma empresa de fachada em Várzea Grande (MT). No endereço do suposto comprador, informado ao Ibama no Cadastro Técnico Federal (CTF), funciona uma mercearia.
Imazon incorpora novo satélite e detecta aumento no desmatamento
Boletim do desmatamento da Amazônia Legal (dezembro 2017) SAD
A partir dessa edição de dezembro de 2017, o SAD traz novidades. O satélite Sentinel-1 (radar) foi incorporado ao sistema e utilizado para o monitorar toda a Amazônia Legal, possibilitando realizar a detecção dos desmatamentos com área a partir de 1 ha que ocorrem sob nuvem. Em dezembro de 2017, o SAD detectou 184 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. Nesse boletim, a fração de desmatamento entre 1 e 10 hectares foi de 32% do total detectado (59 quilômetros quadrados). Considerando os alertas a partir de 10 hectares e apenas os alertas ocorridos em dezembro de 2017 (ver Nota Técnica), o desmatamento detectado foi de 61 quilômetros quadrados, um aumento de 578% em relação a dezembro de 2016, quando o desmatamento somou 9 quilômetros quadrados.
Esse elevado aumento proporcional ocorre devido ao uso do radar para monitorar regiões com presença frequente de nuvens, como é o caso do trecho da Rodovia Transamazônica no Pará, que também concentrou a grande maioria dos alertas abaixo de 10 ha. Em dezembro de 2017, o desmatamento ocorreu no Pará (64%) Rondônia (18%), Mato Grosso (13%), Amazonas (2%) e Roraima (2%). Não houve detecção de degradação florestal em dezembro de 2017.
Nos últimos dois anos, com as alterações na gestão fundiária e ambiental conduzidas pelo governo federal, intensificou-se uma orquestração de setores ruralistas em Anapu (PA) para desestabilizar o projeto de uso sustentável de vasta área de reserva legal sob domínio coletivo de agricultores familiares.
Por Roberto Porro e Noemi Miyasaka Porro - Brasil Debate
16/01/2018 19:51
Roberto Porro e Noemi Miyasaka Porro
Mais uma vez o legado do incansável trabalho da irmã Dorothy Stang na região da Transamazônica está ameaçado. Desta vez, está em jogo a própria existência do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Virola-Jatobá, e com ele a integridade de florestas que até ontem se estendiam por mais de 30 mil hectares. Ao lado do PDS Esperança, o Virola-Jatobá foi criado há 15 anos como fruto do trabalho da missionária em busca de uma solução que aliasse conservação ambiental com reforma agrária.
A situação do PDS Virola-Jatobá agravou-se nos últimos meses, devido às crescentes pressões de setores contrários a efetivas políticas fundiárias e ambientais na Amazônia, e em particular, devido à desarticulação da atuação do INCRA no município de Anapu (PA). O órgão é responsável pela gestão deste assentamento com características ambientalmente diferenciadas. Há quinze anos, os PDS foram criados como uma proposta que incluía o uso sustentável de uma vasta área de reserva legal sob domínio coletivo de agricultores familiares.
Dois cientistas e um astronauta americano encerram hoje (26/9), no Amazonas, uma aventura de mais de mil quilômetros sobre bicicletas pela rodovia Transamazônica, que cruza a Amazônia de leste a oeste. Durante o trajeto, eles registraram queimadas e o desmatamento da maior floresta tropical do mundo, e contaram com a solidariedade de habitantes da região para chegar ao final do percurso.
Osvaldo Stella e Paulo Moutinho, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), e Chris Cassidy, chefe dos astronautas da NASA, a agência espacial americana, percorreram o trajeto em 16 dias entre Itaituba (PA) e Humaitá (AM) e testemunharam as belezas da floresta – mas também desmatamentos, queimadas e garimpos ilegais, além das dificuldades daqueles que vivem ao longo da estrada.
A aventura recebeu o nome de Transamazônica +25, pois aconteceu 25 anos depois de Stella percorrer a estrada pela primeira vez em uma bicicleta. “Na época, eu estava impactado pela ECO-92, encontro no Rio que marcou as discussões globais sobre desenvolvimento sustentável, ele queria ver de perto o que era a Amazônia. Aquela viagem marcou minha vida e direcionou minha carreira”, diz.
Para Cassidy, esta foi uma oportunidade única de ver em outra perspectiva a Amazônia que poucos conhecem: a vista do espaço. “Na estação espacial, quando olhamos a Terra, a Amazônia aparece como uma grande mancha verde. Mas ela parece diminuir.”
Práticas agroecológicas revaloram comunidades que produzem e têm tempo de descanso, que cooperam e não competem, turbinando o pensamento sobre mudar o mundo
Por Ruy Sposati, do 3o. Encontro Tocantinense de Agroeocologia/TI Apinajé
O Estado e o mercado ignoram – quando não combatem – as múltiplas formas de se alimentar, produzir, falar e viver de pescadores, camponeses, indígenas, quilombolas e quebradeiras de coco. É preciso reagir – afirmaram os participantes do 3o Encontro Tocantinense de Agroeologia.
Um pescador propôs que se lutasse pela inclusão da farinha de mandioca no cardápio das escolas públicas. Quer dizer, o item mais básico da alimentação de qualquer ser humano do Cerrado até hoje não está nos pratos dos estudantes. Todo mundo ali produz farinha – o Estado poderia comprá-la diretamente destas mesmas comunidades!
E não é só o cardápio que desagrada. Tudo vem de cima para baixo: “nós recebemos um pacote que é feito lá no Ministério da Educação, que vem pra secretaria estadual, depois pro município. Nesse caminho, não muda quase nada – e o professor simplesmente tem que reproduzir goela abaixo dos alunos”, expôs uma professora de uma Escola Família Agrícola (EFA).
Para ela, a educação tem sido historicamente negada aos povos do campo. “Os camponeses não tinham terra. Os quilombolas eram os escravos, e os índios os donos das terras. A educação, então, nunca foi para nenhum de nós”, continuou.
Indígenas Apinajé, Krahô, Xerente, Canela e Avá Canoeiro no encontro. Foto: Edson Prudencio/APA-TO
Os resultados da Moratória da Soja 2016/2017 foram divulgados nesta quarta-feira (10), em uma solenidade no Ministério do Meio Ambiente que reuniu governo, indústria, sociedade civil e jornalistas. De acordo com o relatório anunciado pelo ministro do Meio Ambiente e pelo Grupo de Trabalho da Soja, nos 11 anos de existência da Moratória apenas 1,2% do desmatamento na Amazônia está associado ao cultivo de soja.
Fonte IPAM 11/01/2018
“A Moratória, uma ação conjunta com a sociedade civil e o produtor, prova que é possível desenvolver sem precisar desmatar. Muitos produtores valorizam o bem ambiental e esse é um dos caminhos para chegar à sustentabilidade”, afirma o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho.
O coordenador da Coalização Brasil Clima, Floresta e Agricultura, Marcelo Furtado, defende a importância de valorizar quem faz certo. “Precisamos identificar quem faz parte desse 1,2% e deixar o consumidor e o mercado decidirem se eles querem ser coniventes com o desmatamento”.
Desde o início da Moratória, a área cultivada com soja na Amazônia mais que triplicou. Para o diretor-executivo do IPAM, André Guimarães, este é um mecanismo de mercado que atingiu alto grau de sucesso e deve ser expandido para outros biomas. “A Moratória da Soja é um compromisso importante que busca soluções para a redução do desmatamento entre diferentes atores. E este é um processo de diálogo que deve ser levado para outros biomas.”
Durante o evento foi anunciada a formação do Grupo de Trabalho do Cerrado (GTC). O bioma Cerrado é desmatado cinco vezes mais rápido do que a Amazônia.
“O sucesso da Moratória da Soja é reconhecido em diversos foros nacionais e internacionais. Essa iniciativa de mercado está consolidada há mais de uma década e vem contribuindo significativamente tanto para o aumento da produção de soja quanto para a preservação da vegetação nativa na Amazônia. Precisamos aproveitar essa expertise e replicar esse modelo bem sucedido para outros biomas, principalmente o Cerrado, que vêm enfrentando preocupantes taxas de conversão historicamente”, afirma a pesquisadora do IPAM, Gabriela Russo.
Caboclo Amazônida, de sangue cabano,papa-chibé legítimo nascido em Santa Maria de Belém do Grão Pará às margens da Baia do Guajará e aos pés da Virgem de Nazaré.
Engenheiro por graduação (UFPA), com especialização em Desenvolvimento Econômico(UFRJ). Social desenvolvimentista por vocação, afinal quando tomei o Ita no norte e fui para o Rio morar foi optando pela troca do trabalho no Banco de Desenvolvimento da Amazônia pelo Banco de Desenvolvimento do Brasil, e assim poder contribuir mais e melhor com a minha região.
Tenho a convicção de que a conservação do bioma Amazônico só é possível através do desenvolvimento integral de sua população. E o desenvolvimento da Amazônia e de quem nela habita, só se dará através da utilização inteligente, racional e sustentável de seus recursos naturais.
Tenho como rumo de meu trabalho: Ajudar a construir uma Amazônia soberana, integralmente desenvolvida, com uma população não dependente, que possa construir seu próprio destino contribuindo assim para um Brasil Melhor.