Neste artigo Flavia Pardini registra uma questão bastante interessante levantada pelo pesquisador Craig Leisher em recente seminário ocorrido em Londres. É uma constatação acadêmica baseada em extensa revisão bibliografica, mas que pode ser intuida facilmente quando se observa a realidade das pessoas em áreas de conservação com recente implantação, ou sobre processo de fiscalização intensa, como na necessária e exemplar operação arco de fogo, onde há uma intervenção abrupta em grande parte da atividade econômica local, sem a apresentação de contrapartida imediata para a vida das pessoa que dela dependem.
Defendo e propago sempre a necessidade basilar de conservação da natureza, em especial pelo foco deste espaço, do bioma amazônico, mas insisto que ela tem que ser pensada sempre em harmonia com a população lá habita.
Com que bio eu vou?
Um pesquisador afirma que biomassa é mais importante para reduzir a pobreza do que biodiversidade, atiçando o debate acadêmico sobre conservação a favor dos pobres
Leisher e seus colaboradores concluíram que às vezes o mecanismo oferece uma rota para que a população local saia da pobreza, porém mais frequentemente atua como rede de segurança para evitar que mergulhe ainda mais fundo nela. E, em alguns casos, pode se tornar armadilha de pobreza.
A prioridade, quando se trata de reduzir a pobreza, segundo Leisher, deve ser a biomassa, e não a biodiversidade.